sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

DEUS E A MAÇONARIA



DEUS E A MAÇONARIA


A instrução do 1º grau ensina-nos que entre nós, os maçons existem uma verdade que é comum - a existência do G:.A:. D:. U:..
Não é intuito deste artigo discutir a existência de Deus.


Cientistas como Marcelo Gleiser (que escreve no suplemento Mais do jornal Folha de São Paulo), afirma (26.09.2004) que "todo o mito de criação supõe que Um dá origem à pluralidade das coisas existentes" e "a crença mítica no Um, o criador absoluto". Stephen Hawking em "Uma Breve História do Tempo", escreve que "entender a estrutura geométrica do Cosmos é entender a mente de Deus".
Existem duas teorias para a criação da vida: Criação (a vida foi criada por Deus) e Evolução (os corpos vivos foram evoluindo desde um aminoácido até organismos desenvolvidos); mas para isso acontecer (a Evolução) precisa de condições de calor, espaço, tempo, alimentos, etc., e não há resposta para estas questões, permanecendo sempre a pergunta sobre a criação do primeiro aminoácido.

Todas as religiões coincidem que Deus é o Ser Supremo, princípio criador de tudo que existe, existiu ou existirá. Ele sempre existiu e está acima de tudo. Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, Deus é o infinito nas suas perfeições.


Cada religião assume um nome diferente para Ele, Deus para os judeus e religiões cristãs, Alá para o Islamismo, Brahman no Hinduísmo, no Budismo não existe um Deus e o próprio Buda foi transformado em ser divino; o politeísmo desenvolveu-se no Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma e desenvolveu o animismo (sistema que atribui alma a todas as coisas e fenômenos naturais, capazes de agir conforme uma finalidade) a partir da crença em várias forças espirituais, etc..


A Maçonaria, que não estabelece diferenças entre as religiões, desenvolveu uma fórmula e deu-lhe o nome de G:.A:. D:.U:..


Já nos Regulamentos Gerais de 1720, na 1ª Constituição de Anderson e nos Landmarks, ficou estabelecido que um ateu não pode aderir à Maçonaria. Este aspecto constitui, aliás, um dos 8 pontos obrigatórios fixados pela G:. L:. U:. I:. em 1929 para definir a Regularidade de uma Potência maçónica.


De todas as condições exigidas para ser maçon, a obrigatoriedade da crença na existência no G:.A:.D:.U:. é a que mais motivou discussões dentro da Ordem.


Houve também protestos sobre as expressões usadas por Anderson, que repudiava o ateu estúpido, sendo explicado posteriormente que a Maçonaria não aceita o ateu que não pensa e que não acredita em Deus sem dar uma razão. As palavras foram modificadas, mas o ateu continuou não a não ser aceite como membro da Maçonaria.
Em Setembro de 1877 a Assembleia anual do G:.O:.F:. mudou o 1º artigo da sua Constituição que dizia "Os princípios da Franco-maçonaria são a existência de Deus, a imortalidade da alma, a solidariedade humana. Considera a liberdade de consciência como um inerente direito de cada homem e não exclui ninguém por causa de suas crenças" Estas duas frases ficaram como se segue: "Seus princípios são liberdade de consciência e solidariedade humana. Não exclui ninguém por causa de suas crenças". Juntamente com esta modificação da Constituição, foi declarado opcional para as Lojas da sua Obediência usar ou não o Livro Sagrado no Altar dos Juramentos, e foi eliminada qualquer menção ao G:.A:.D:.U:. nos rituais.


Muitas Grandes Lojas entenderam que significava uma declaração de agnosticismo (doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer Deus, só aceitando o que entra no domínio dos sentidos), se não de ateísmo, e retiraram seu reconhecimento do G:.O:.F:. como potência maçónica regular.

É justo lembrar que esta declaração de ateísmo ou agnosticismo foi unicamente um de vários problemas que o G:.O:.F:. causou dentro da maçonaria mundial: eles conferiram graus acima dos 3 graus simbólicos, envolveram-se em actividades políticas e decisões em disputas religiosas, reconheceram o Supremo Conselho 33 do Rito Escocês em Louisiana, que era irregular porque tentava administrar os 3 graus simbólicos que eram da Grande Loja; em 1871 o G:.O:.F:. tinha eliminado o cargo de G:. M:. substituindo-o por um Conselho liderado por um Presidente.

O não reconhecimento do G:.O:.F:. como Potência maçónica regular tem persistido pese embora todos os esforços dos franceses para que a comunidade maçónica mundial, especialmente a G:.L:.U:.I:. reveja esta atitude.

Adaptado de

Ethiel Omar Cartes González
Loja Guatimozín 66
Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (Brasil)

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