quarta-feira, 7 de abril de 2010

O pensamento filosófico da Maçonaria

Não é costume da maçonaria discutir sua doutrina fora dos seus templos, porém, sintonizado com a necessidade de maior aproximação com o mundo que nos rodeia, ao qual todos nós pertencemos, levou-me a tomar a decisão de expor um pouco da nossa filosofia, do nosso pensamento.

Permitam-me que, num esforço de síntese, provavelmente superior à minha capacidade intelectual, possa trazer-lhes algumas considerações sobre nossa filosofia de pensamento, nosso simbolismo.

No inicio do século XVIII apareceu em Londres uma sociedade, provavelmente já existente antes (há passagens bíblicas superponíveis ao seu simbolismo), ao qual ninguém sabe dizer de onde vinha, o que era e o que procurava. Expandiu com incrível rapidez pela Europa Cristã, principalmente na França e Alemanha, chegando até a América. Homens de todas as classes sociais, étnicas e religiosas entraram para o seu círculo – chamavam-se, mutuamente, de irmãos.

Esta sociedade, intitulada Associação dos Pedreiros Livres, atraiu a atenção dos governos; foi perseguida; foi excomungada por dois pontífices; suas ações levantavam suspeitas odiosas. No entanto, ela resistiu a todas estas tempestades, difundindo-se, cada vez mais, até chegar aos nossos dias.


Podemos dizer que basicamente existem três correntes de pensamento maçônico:
Maçonaria inglesa, de cunho tradicionalista, observadora e seguidora dos rituais; mantém-se imutável nos seus três séculos de existência documentada. É estática e conservadora.
Maçonaria francesa, embora originária da Britânica, sofreu alterações através dos tempos, ditadas pelas condições do meio em que se desenvolveu, adquirindo feição mais latina, tornando-se conhecida pela ação exercida por seus membros, como cidadãos, nas áreas política, social e religiosa. A maçonaria brasileira e dos demais países hispano-americanos são, filosoficamente, a ela filiados.
Formada no meio hostil e intolerante à liberdade de pensamento, partiu para a luta que visava transformar estas condições adversas. São muito vivas e documentadas as lembranças de sua participação na Revolução Francesa, quando sobressaíram grandes maçons como Danton, Robespierre e Diderot; na independência de quase todos os países da América Latina, com a participação efetiva de notáveis maçons, como Simon Bolívar, San Martim, Sucre e Francisco Miranda; na independência do Brasil e na proclamação da República, para citar alguns irmãos da ordem, como Dom Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Deodoro da Fonseca, Rui Barbosa, Floriano Peixoto, Quintino Bocaiúva, dentre outros.

Maçonaria Alemã, voltada para os estudos filosóficos de alta indagação: Goethe, Kant e Fichte são exemplos de filósofos e literatos que honraram nossa instituição com suas adesões.

A maçonaria resistiu à prova do tempo, enquanto muitas outras organizações, aparentemente similares, desapareceram. Isto aconteceu porque ela é, por princípio, uma instituição com propósitos universalistas. A “sociedade separada dos maçons” se distingue da “grande sociedade humana” porque ela se isola para impedir a visão unilateral da divisão de trabalho, atingindo, com isto, a síntese da cultura humana.


A Igreja se opõe a outras igrejas, o Estado a outros Estados. A maçonaria não; ela toca no santuário do espírito, o problema ético individual; ela atua sobre a república dos espíritos, administra o pluralismo de opiniões.

Esta instituição exalta tudo o que une e aproxima as pessoas e repudia tudo aquilo que divide e as isola. Isto acontece porque ela aspira, por princípio, fazer da humanidade uma grande família de irmãos e, para atingir este desiderato, se põe sempre a serviço dos movimentos moralizadores e dos bons costumes.

Ela prepara o terreno onde florescerão a justiça e a paz. Sua única arma é a espada da inteligência; sabe que o único modo de produzir, mesmo socialmente, uma mudança profunda e durável de uma sociedade é trabalhar para modificar a sua mentalidade.

Os pilares que sustentam esta vontade indomável de transformar, primeiro o homem e, por corolário, todo o universo dos homens, são três palavras mágicas: liberdade, igualdade e fraternidade.

“O amor à liberdade foi-nos dado juntamente com a vida, e dos presentes do céu o de menos valor é a vida”, afirmou Goethe, o famoso literato alemão e nosso irmão de ordem; afirmo eu, corroborado pelos registros da história, que em nenhuma parte do mundo, jamais houve um grito de liberdade para um povo que não houvesse sido apoiado pela maçonaria.


A liberdade é a essência íntima e supremo desejo do homem, e os indivíduos, pela sua colaboração mútua, visam criar uma alma coletiva; embalados pelo sopro do vento que libera os grilhões do obscurantismo. “A filosofia verdadeira, no dizer do grande filósofo e irmão de ordem, o alemão Fichte, considera o pensamento livre como a fonte de toda a verdade independente.”

No que diz respeito à igualdade, a maçonaria reconhece que todos os homens nascem iguais e as únicas distinções que admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho.

Para dizer o pensamento da ordem sobre a fraternidade, peço licença para repetir o que disse outro maçom, o imortal Victor Hugo: “A civilização tem suas frases, estas frases são séculos. A lógica das frases, expressão da idéia divina, se condensam na palavra fraternidade.”


Hélio Moreira é membro da Academia Goiana de Letras, Academia Goiana Maçônica de Letras e Academia Goiana de Medicina. hmoreira@cultura.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

RESILIÊNCIA

RESILIÊNCIA
Tom Coelho

Hoje a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitá-la adentrar os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso. Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar, sirvo-lhe uma bebida qualquer, apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.



Hoje a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...


Hoje problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.



Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro.

As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa resistência ao choque ou a propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.

Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.


Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim, você os anula corretamente. A felicidade, pontuou Michael Jansen, não é a ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade são grandes problemas bem administrados.

Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo.


Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que "tristeza não tem fim, felicidade sim". Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói cem tristezas...


Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades, impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria.



Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos. Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza. Afinal, "o problema não é o problema. O problema é sua atitude com relação ao problema." (Kelly Young)

Olhe para o céu, agora! Se é dia, o sol brilha e aquece. Se é noite, a lua ilumina e abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a vida.
Foto: Assembléia de maçons na Loja Maçônica Calixto Nóbrega - Oriente de Sousa (PB), sob à égide do Sereníssimo Grào Mestre da Grande Loja da Paraíba.






Texto de Tom Coelho.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Texto de Fernando Pessoa sobre a Maçonaria


Este é um trecho do artigo que Fernando Pessoa publicou no Diário de Lisboa, no 4.388 de 4 de fevereiro de 1935, contra o projeto de lei, do deputado José Cabral, proibindo o funcionamento das associações secretas, sejam quais forem os seus fins e organização.

A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente.

Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçônico, a Ordem é a mesma sempre e em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de Maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.

Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só idéia – a "tolerância"; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixando-o pensar como entender. Por isso a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama "doutrina maçônica" são opiniões individuais de Maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. São divertidíssimas: vão desde o panteísmo naturalista de Oswald Wirth até ao misticismo cristão de Arthur Edward Waite, ambos tentando converter em doutrina o espírito da Ordem. As suas afirmações, porém, são simplesmente suas; a Maçonaria nada tem com elas. Ora o primeiro erro dos Antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de Maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má fé.

O segundo erro dos Antimaçons consiste em não querer ver que a Maçonaria, unida espiritualmente, está materialmente dividida, como já expliquei. A sua ação social varia de país para país, de momento histórico para momento histórico, em função das circunstâncias do meio e da época, que afetam a Maçonaria como afetam toda a gente. A sua ação social varia, dentro do mesmo país, de Obediência para Obediência, onde houver mais que uma, em virtude de divergências doutrinárias – as que provocaram a formação dessas Obediências distintas, pois, a haver entre elas acordo em tudo, estariam unidas. Segue daqui que nenhum ato político ocasional de nenhuma Obediência pode ser levado à conta da Maçonaria em geral, ou até dessa Obediência particular, pois pode provir, como em geral provém, de circunstâncias políticas de momento, que a Maçonaria não criou.



Resulta de tudo isto que todas as campanhas antimaçônicas – baseadas nesta dupla confusão do particular com o geral e do ocasional com o permanente – estão absolutamente erradas, e que nada até hoje se provou em desabono da Maçonaria. Por esse critério – o de avaliar uma instituição pelos seus atos ocasionais porventura infelizes, ou um homem por seus lapsos ou erros ocasionais – que haveria neste mundo senão abominação? Quer o Sr. José Cabral que se avaliem os papas por Rodrigo Bórgia, assassino e incestuoso? Quer que se considere a Igreja de Roma perfeitamente definida em seu íntimo espírito pelas torturas dos Inquisidores (provenientes de um uso profano do tempo) ou pelos massacres dos albigenses e dos piemonteses? E contudo com muito mais razão se o poderia fazer, pois essas crueldades foram feitas com ordem ou com consentimento dos papas, obrigando assim, espiritualmente, a Igreja inteira.

Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria em geral todos aqueles casos particulares, ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século dezoito – quando expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio Papa – pelo Maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellinton e Blucher eram ambos Maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados – a "Entente Cordiale", obra do Maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna – o "Fausto" do Maçom Goeth.

Acabei de vez. Deixe o Sr. José Cabral a Maçonaria aos Maçons e aos que, embora o não sejam, viram, ainda que noutro Templo, a mesma Luz. Deixe a Antimaçonaria àqueles Antimaçons que são os legítimos descendentes intelectuais do célebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de uma Loja de Jerusalém.

Fernando Pessoa

Gravura: Retrato do escritor português Fernando Pessoa.



domingo, 4 de abril de 2010

Fanatismo

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."


Florbela Espanca (1894-1930)
Versos bastante popular da poetisa, pois foi colocado melodia e cantada pelo cantor e compositor cearense Raimundo Wagner.


Gravur
a: Uma das colunas de sustentação da Ordem Maçônica é o respeito a todas as religiões, asseverando a imortalidade da alma, afirmando a bondade humana e concordando na frase, do escritor Victor Hugo. quando nos afirma: "Nada se assemelha a alma como à abelha. Esta voa de flor para flor, aquela de estrela para estrela. A abelha traz o mel, como a alma traz a Luz."

sábado, 3 de abril de 2010

A Prisão do Orgulho

A Prisão do Orgulho

Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.

Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.

E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"


Gravura: Símbolos maçônicos nos inspirando ao caminho reto, da justiça, da humildade, do conhecimento e do trabalho.

sexta-feira, 2 de abril de 2010



XXXIX Assembléia Geral da CMSB.

ATENÇÃO!
Iniciar preparação das malas, agendar uma boa viagem e desfrutar das palestras de cunho educacional, fraternal e moral. Palestrantes de extrema qualificação.
Esperamos que, os participantes ao retornarem, transmitam às Lojas as diretrizes que nortearam o Evento.
O mundo maçônico estará, no período de 10 a 15 de julho próximo, com as atenções voltadas para a cidade de Belém capital do estado do Pará.

Simpatica mensagem de boas-vindas do Irmão José Nazareno Nogueira Lima, Grão-Mestre da Grande Loja anfitriã.

"Estamos extremamente orgulhosos e contentes em receber a Família Maçônica de todos os Estados Brasileiros e de vários Países do Mundo para abrilhantarem a XXXIX Assembléia Geral Ordinária da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB, que se realizará entre os dias 10 a 15 de julho de 2010, na cidade de Belém, promovida pela Grande Loja Maçônica do Estado do Pará.
Vem que o Pará te espera e o Grande Arquiteto do Universos te cobrirá com as luzes de sua sabedoria e nos protegerá durante a realização desse verdadeiro encontro da irmandade maçônica".

Programação geral:
10 DE JULHO – SÁBADO

19h Solenidade de Abertura – Centro de Convenções Hangar
Traje:
Maçom: Maçônico
Convidados: Passeio completo
22h Coquetel de Confraternização
Local: Hangar 1º Piso

DIA 11 DE JULHO – DOMINGO

GRÃOS-MESTRES
8h30 1ª Sessão Plenária – Sessão Preparatória
10h50 2ª Sessão Plenária.

SEMINÁRIO DOS SECRETÁRIOS DE RELAÇÕES EXTERIORES
8h30
1ª Sessão Plenária.
10h50 2ª Sessão Plenária

EVENTOS PARALELOS
Palestras
8h30 Tema: Amazônia sem desmatamentos e queimadas:
um horizonte possível?
Palestrante: Doutor Alfredo Kingo Oyama Homma –Universidade Federal de Viçosa (MG)
9h30 Tema: “Família – Apertando laços e desatando nós”
Palestrante: Dr. Alberto Almeida - Médico
10h50 Tema: Ritualística.
Palestrante: PGM.'. Washington Lucena Rodrigues – Grande Loja do Estado do Pará
DIA 12 DE JULHO – SEGUNDA-FEIRA

GRÃOS-MESTRES
8h30 3ª Sessão Plenária
10h50 4ª Sessão Plenária (Continuação)
14h 5ª Sessão Plenária

SEMINÁRIO DOS SECRETÁRIOS DE RELAÇÕES EXTERIORES
8h30 3ª Sessão Plenária.
10h50 4ª Sessão Plenária

APRESENTAÇÃO E DEBATES – TESES
8h30 Início dos Trabalhos
10h50 Continuação dos Trabalhos

EVENTOS PARALELOS
Palestras
8h30 Tema: Cidadania e Maturidade Social
Palestrante: Ir.'. Túlio Roberto Cei. – Grande Loja do Estado do Pará
9h30 Tema: Segurança Nacional da Amazônia
Palestrante: Gal. Ex. Augusto Heleno
10h50 Tema: A Ética Maçônica na Sociedade Contemporânea.
Palestrante: Ir.'. Océlio Moraes – Grande Loja do Estado do Pará
DIA 14 DE JULHO – QUARTA-FEIRA

GRÃOS-MESTRES
8h30 6ª Sessão Plenária
10h50 7ª Sessão Plenária
14h30 8ª Sessão Plenária

SEMINÁRIO DOS SECRETÁRIOS DE RELAÇÕES EXTERIORES
8h30 5ª Sessão Plenária.
10h50 6ª Sessão Plenária.

APRESENTAÇÃO E DEBATES – TESES
8h30 Inicio dos Trabalhos
10h50 Continuação dos Trabalhos

EVENTOS PARALELOS
Palestras
8h30 Tema: A Família e Sociedade
Palestrante: Dra. Célia Filocreão – (Promotora de Justiça)
9h30 Tema: Maçonaria Ontem e Hoje
Palestrante: PGM.'.-Ir.'. Alberto Godin Hermes – Grande Loja do Estado do Pará
10h50 Tema: Questões Jurídicas nas Atividades Maçônicas
Palestrante: I.'. Ademar de Souza Freitas – Juiz Federal de Mato Grosso do Sul
DIA 15 DE JULHO – QUINTA-FEIRA

GRÃOS-MESTRES
8h30 9ª Sessão Plenária
10h50 10ª Sessão Plenária

SEMINÁRIO DOS SECRETÁRIOS DE RELAÇÕES EXTERIORES
8h30 3ª Sessão Plenária.
10h50 4ª Sessão Plenária (Continuação).

APRESENTAÇÃO E DEBATES – TESES
8h30 Apreciação e votação do Relatório do Seminário dos Grandes Secretários de Relações Exteriores.

EVENTOS PARALELOS
Palestras
8h30 Tema: Reinserção da Maçonaria no Poder
Palestrante: Ir.'. Ricardo Albuquerque – Grande Loja do Estado do Pará
9h30 Tema: Inicio da Maçonaria e do Rito Escocês
Palestrante: PGM.'. Wilson Filomêno – Grande Loja de Santa Catarina
Salas dos Eventos no Centro Convenções Hangar:
1. Sessões plenárias dos Grãos-Mestres: Sala “Pará”
2. Seminários dos Secretários de Relações Exteriores: “Salão Marajó II”
3. Palestras: Auditório
4. Debates de Teses: Salão Marejó”

Programação Social
DIA 11 DE JULHO – DOMINGO
15h Encontro de damas maçônicas
Local: Estação das Docas.
19h Recepção das delegações visitantes, por Lojas da Grande Loja anfitriã.

DIA 12 DE JULHO – SEGUNDA-FEIRA
12h Reunião das Esposas dos Grãos – Mestres.
Local: Magal das Garças
20h
Peça: Ver de Ver-o-Peso
Local: Teatro da Paz
DIA 13 DE JULHO – TERÇA-FEIRA
8h30 City Tour:
-Cultural
-Histórico
-Ecológico
13h Almoço - Crurrascaria
Noite Livre – Sugestões: Estação da Docas, Casa das Onze Janelas, Mangal das Garças, Parque da Residência.

DIA 14 DE JULHO – QUARTA-FEIRA
19h Jantar típico
Local: Assembléia Paraense
Traje: Esporte Fino

DIA 15 DE JULHO – QUINTA-FEIRA
9h Tour de compras para damas maçônicas
Tarde Livre
19h
Baile de Encerramento
Local: Assembléia Paraense.
Traje: Passeio Completo

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O proveito comum

O proveito comum

Dentro da noite muito clara, os companheiros reunidos em casa de Pedro comentavam as
dificuldades na divulgação das idéias redentoras.
Muita gente se valia do socorro de Jesus, buscando vantagens próprias. Certo negociante
provocava o ajuntamento popular em determinada região da praia, a fim de estimular a venda
de vinhos; carroceiros vulgares intensificavam a propaganda do Reino Celeste, nas cercanias,
não com o objetivo de se tornarem melhores, mas para alugarem veículos diversos a doentes
de longe, interessados na assistência do Mestre.
O parecer de quase todos os apóstolos era inquietante e desalentador.
Foi quando o Divino Amigo, tomando a palavra, explanou:
— Certo filósofo, mergulhado nos estudos da Revelação Divina, possuía um discípulo que nunca se conformava com a incompreensão do povo quanto às verdades celestes. Inflamava-se, de minuto a minuto, contra os maus, os ingratos ou os hipócritas, que abusavam dos elevados ensinamentos de que se via portador.
O mestre ouvia-o e guardava silêncio, até que numa linda manhã, vindo um aguaceiro rápido de estio, convidou-o para um breve passeio até o campo próximo, depois de refeita a paisagem.
Não haviam andado meia-milha, quando avistaram vasta faixa de pântano; e o orientador,
observando que o charco recebia a água da chuva, explicou:
— Eis que o lodaçal recolhe o líquido celeste e com ele faz imundo caldo, mas existem batráquios que se beneficiarão com segurança e eficiência, porquanto, se não chovesse, provavelmente estas águas escuras se transformariam em veneno mortal.
Depois de alguns passos, encontraram poças de enxurrada nos recôncavos de terra dura, e o mentor, analisando-as, acrescentou:
— Aqui, a fonte jorrada do firmamento é agora lama desagradável; entretanto, que seria deste chão estéril se a água divina o não visitasse? Amanhã, talvez veremos neste solo perfumada
floração de lírios rústicos.
Marcharam adiante e detiveram-se na contemplação de algumas árvores nuas. A água, nos galhos ressequidos, parecia cinzenta e fétida, mas o instrutor esclareceu:
— Nestas árvores abandonadas, a bênção da chuva cristalina se fez pesada e sombria; no entanto, que lhes aconteceria se as dádivas do Alto as não beneficiassem? Possivelmente, morreriam, em breve, até às raízes. Em poucas semanas, porém, cobrir-se-ão de ramagens fartas, servindo aos lares abençoados dos passarinhos.
Demandaram além e descobriram alguns pessegueiros, cujas flores guardavam as gotas do céu, com tanta beleza, que mais se assemelhavam, dentro delas, a diamantino orvalho, levemente
irisado pela claridade solar. O mestre, indicando-as, disse:
— Aqui, as pétalas puras conservaram o dom celeste com absoluta fidelidade e, muito em breve, serão perfume e beleza em excelentes frutos para o banquete da vida.
Logo após, espraiando o olhar pela paisagem enorme, falou ao discípulo espantado:
— Jamais censures o manancial do socorro celeste. Cada homem lhe recebe o valor no plano em que se encontra. Guardando-lhe os princípios sublimes, o criminoso se faz menos cruel, o pior se mostra menos mau, o imperfeito melhora, o infortunado encontra alívio e os bons se engrandecem para maior amplitude no serviço ao Nosso Pai. Se possuis raciocínio suficiente para discernir a realidade, não te percas em reprovações vazias. Aprende com o Supremo Senhor que ajuda sempre, de acordo com a posição e a necessidade de cada um, e distribui com todos os que te cercam os bens do Céu que já podes reter com fidelidade e o Céu te abrirá o acesso a tesouros sem-fim...

Terminada que foi a narrativa, Jesus calou-se.
Os apóstolos, como se houvessem recebido sublime lição em tão poucas palavras, entreolharam-
se, expressivamente, silenciosos e felizes.
O Senhor, então, abençoou-os e retirou-se para as margens do lago, fitando, pensativo, as constelações que tremeluziam distantes...

Copiado do Livro Jesus no Lar
Foto: Da planta acácia, símbolo da imortalidade para a Ordem.