terça-feira, 6 de maio de 2014

MAÇONARIA: COWAN - (GOTEIRA)



 


 
MAÇONARIA: COWAN - (GOTEIRA)

 

 
 


     

 

"COWAN" é uma palavra desconhecida para uma boa parte da população
maçônica, principalmente da nossa região. "Goteira", porém, muda um
pouco de figura, sendo um termo nosso conhecido e o personagem
considerado perigoso entre os Maçons.
 
Na Inglaterra também tem o significado de Goteira e de Profano;
porém o termo Covan não figurou na maçonaria Inglesa
até ser introduzido como que oficialmente, pelo Escocês
Dr. James Anderson, em seu segundo "Livro das Constituições",
em 1738 (quando da sua reforma).
Se derivado do Grego o termo Cowan significa "CÃO" –
devido aos curiosos e asquerosos hábitos daquele animal.
Queriam eles dizer que cães e porcos estão sempre associados
à sujeira.
Um dicionário de linguagem francesa, de Jeiniesom, diz que
Cowan é derivado da palavra francesa "COION"
(um companheiro covarde) um (miserável covarde),
sendo para alguns escritores um disparate, esta colocação.
As pesquisas dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, apontam
como "Covan", um maçom que construía "muro seco" – isto é,  
muros ou paredes sem o uso de cimento ou argamassa.
Entendemos que os Maçons da época queriam dizer
que aqueles homens (os Covans) não tinham o principal  
elemento cultural para ligar, convenientemente
(com argamassa = atributos), as pedras preparadas com o
uso do "Maço" e do "Cinzel", (ferramentas usadas pelos
"Canteiros ou fazedores de cantos em pedras da época);
então, construíam, amontoando e aprumando simplesmente
as pedras preparadas".
Diz-se ainda que o termo Covan foi extraído de um documento
maçônico, em 1730, portanto, antes da Reforma da Constituição
de Anderson em 1738, quando Samuel Prichard introduziu a
referida palavra num diálogo existente no seu livro
 "MASONRY DISSECTED":
P. – Onde se assenta o Aprendiz?
R. – No Norte.
P. – Qual a sua ocupação?
R. – Afastar os "COVANS" (curiosos) e bisbilhoteiros.
P. – Se um bisbilhoteiro for apanhado, como deve ser castigado?
R. –Deve ser colocado sob o beiral da casa até que as Goteiras

da chuva, a escorrer pelos seus ombros, saiam pelos sapatos.
Como podemos ver, em 1930, duas palavras conhecidas nossas
nos dias de hoje aparecem no referido livro Inglês.
Levantou-se ainda que a Ata N° 0, da Loja Mãe do Mundo
"KILWINNING", de 1707, antes ainda de 1730, registrou que
nenhum Maçom deve empregar um "Cowan" (Maçom sem a Palavra),
para trabalhar. Isto significa que naquela época quem não tinha uma
certa palavra, convencional, não podia trabalhar para os maçons
regulares ou junto com eles. Assim como nos nossos dias não
podemos ter ingresso às Lojas sem a P. ´. Sem.´., sabendo, inclusive,
como transmiti-la;
A palavra Cowan aparece frequentemente nos textos Escoceses,
significando: espião, abelhudo, bisbilhoteiro etc., embora seu
significado na Maçonaria não era só isso, podendo dar significação
a um Pedreiro que, após trabalhar determinado tempo e ao final, não
conseguisse renovar o seu contrato, mesmo que trabalhasse
sete anos, este Aprendiz de Pedreiro, somente por este tempo de  
serviço, poderia não entrar para a "Fraternidade" (grupo organizado  
de homens do Maço, Maçons), passando a ser considerado
um Cowan (bisbilhoteiro), um estranho, um Goteira nos
assuntos de Maçonaria.
Seria o mesmo, nos dias de hoje, que um Aprendiz ou Companheiro,
ao final do seu Interstício não conseguisse, por algum motivo, ser
Elevado ou Exaltado, sendo desligado do Quadro e não tendo mais
acesso aos trabalhos e ainda mais, sua aproximação sendo
considerada a partir daí, um ato de curiosidade.
Como dissemos, o termo COWAN entrou oficialmente para a
Maçonaria em 1738, significando profano, embora se saiba
que esta designação, fora da Maçonaria signifique uma pessoa
estranha às coisas religiosas, um ignorante às coisas sagradas, etc.
O nosso Irmão Assis Carvalho informa, inclusive, que o cargo
de Cobridor Externo (Tyler em inglês), originou-se devido a
presença do Covan (Goteira), que se aproximava para observar
os trabalhos da Loja e ouvir o que os Maçons falavam ou faziam.
Quando um Cowan (Goteira) se aproximava da Loja ou de um
grupo de Maçons, eles diziam: CHOVE, GOTEIRA; se era
uma mulher que se aproximava, diziam:
NEVA, ESTÁ NEVANDO. E imediatamente todos paravam
de falar, pelo menos em assuntos da Maçonaria.
O termo Goteira ou (Cowan em outro idioma) nos chama a
atenção até mesmo na C.´. de Ref.´.: "Se a curiosidade
aqui te conduz, retira-te". O curioso sempre foi mal visto
pelos Maçons.
No passado, na Maçonaria Operativa, o tratamento dado aos
Cowans (Goteiras) era o seguinte: quando se pegava alguém
espionando os trabalhos da Loja, que na verdade
funcionavam em tavernas (tabernas), aplicavam-lhe uma
tremenda surra e o colocavam embaixo das goteiras da
chuva para molhar-se todo. Se fosse tempo seco, davam-lhe
um bom banho, isto depois de uma boa surra.
Finalmente, depois de contarmos todos o milagres pesquisados
no Livro "Símbolos Maçônicos" dos Irmãos Assis Carvalho
e Xico Trolha, vamos contar (conforme entendemos), a origem
do termo ora estudado, o nosso famoso "Goteira".
Consta nos velhos escritos ingleses que, durante as reuniões
de Pedreiros alguns curiosos subiam nos telhados das tavernas
(tabernas), penduravam-se nas calhas ou nos beirais,
deitavam-se nos telhados e com as cabeças penduradas  
como se fossem goteiras da chuva, tentavam ouvir e ver o
que falavam ou faziam os Maçons durante as reuniões.
Quando eram pegos, acontecia tudo aquilo que dissemos
anteriormente. Apanhavam e eram colocados sob a goteira da
chuva já que gostavam de assim se comportarem. Daí a
menção dos escritores de que a presença de um irmão
armado de espada fora dos Templos (Cobridor Externo)
originou-se da necessidade dos Maçons se protegerem
dos "Goteiras" daquela época.
O escritor se posiciona em mais de uma vez em sua
pesquisa, quanto a necessidade de termos uma única
Pal.´. Sem.´. entre as Potências, desde que regulares.
 
Do livro

"Símbolos Maçônicos"
 
 
 
     
 
 

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