sábado, 19 de maio de 2018



ANEXO III

INTERROGATORIO DE HENRIQUE VI

O "Guia do Aprendiz Maçom", do Ir. '. Maat, de São Paulo, reproduz êste documento, dizendo que "já está muito deteriorado e ainda por ter sido escrito em inglês muito antigo somente os antiquários podem decifrá-lo".
Çomo já dissemos nos comentários que fizemos para o ano 1436, o primeiro a desconfiar do documento foi o Ir.'. Lessing, e investigações cuidadosas e sobretudo imparciais provaram tratar-se de um documento apócrifo. O erudito e laborioso Ir. :. Jouaust foi, porém, o escritor que com melhores e mais abundantes dados demonstrou a falsidade do interrogatório.
Não acreditamos que depois da leitura dêsse pretenso documento, haja necessidade de maiores comentários. Cumpre apenas chamar a atenção do leitor, de que nunca será demasiadamente circunspecto, o investigador que se aventurar neste terreno pantanoso e escorregadio da fantasia que passa por história.
Como curiosidade e também julgando-o de interêsse para os estudiosos, aqui o reproduzimos:

INTERROGATÓRIO DE HENRIQUE VI

Perg. -Qual o motivo do mistério maçônico?
Resp. -O conhecimento da natureza, a compreensão de suas fôrças, os fatos que dela derivam, principalmente o conhecimento prático dos numeros, dos pesos e das medidas, dos meios mais práticos para transformar tudo o que nos rodeia em utilidade humana, tal como a construção dos edifícios e tôda classe de vivendas, assim como tôda a espécie de indústrias úteis aos homens.
Perg -Qual a sua origem?
Resp. -Peter Gower (Pitágoras), um grego, viajava, procurando aumentar os seus conhecimentos, pelo Egito e pela Siria: havendo conseguido ser admitido em tôrias as Lojas Maçônicas aprendeu muito. Ao tornar à Magna Grécia, lá radicou-se definitivamente, adquirindo fama de sabio. Fundou em Crótona uma Grande Loja, na qual iniciou muitos maçons, alguns dos quais emigraram para a França, onde fizeram muitos prosélitos que mais tarde introduziram na Inglaterra sua sublime arte.
Perg. -Os Maçons revelaram aos demais homens os seus conhecimentos?
Resp. -Peter Gower, quando viajava para aprender foi o primeiro iniciado maçom; depois ensinou a outros. porque tinham o direito de saber. Os maçons em todos os tempos têm beneficiado, gratuitamente, com os seus conhecimentos a humanidade, comunicando-lhe alguns de seus segredos que lhe podiam ser úteis, e ocultando aquêles que possam prejudicar a humanidade se caírem em mãos menos hábeis, e que só poderiam dar benéfico resultado quando auxiliados pelos ensinamentos adquiridos em Loja Maçônica. Estes conhecimentos reservados, eram o que mais ligados mantinham os Irmãos pelo segrêdo e pela conveniência que se depreendem da mútua fraternidade.
Perg. -Quais são as artes que os maçons ensinaram a Humanidade?
Resp. -A agricultura, a arquitetura, a astronomia, a geometria, os números, a música, a arte de governar e a religião.
Perg. --Como puderam os maçons serem mais instruídos que os demais homens?
Resp. -Porque somente êles conhecem os novos meios de descobrir as novas artes, das quais a primeira foi em ter como primeiro maçom "DEUS" e esta primeira lhe facilita a aquisição de outras, assim como o verdadeiro meio de as ensinar.Os que os demais homem descobrem devem à casualidade, e portanto, são pouco úteis.
Perg. -O que os maçons ocultam?
Resp. -Ocultam a arte de encontrar as outras artes, por interêsse próprio de tal forma que o mundo nada pode esquivar-lhes. Ocultam a arte de fazer maravilhas, de predizer o futuro (sic) para que estas artes não sejam mal aplicadas, ou empregadas com fins ignóbeis: ocultam também a transformação das artes, os meios de possuir. as faculdades de ABRAC (sic), a forma de aperfeiçoar o caráter e os sentimentos sem o auxílio do mêdo ou da esperança; ocultam ainda a linguagem universal da maçonaria.
Perg. -A mim ensinareis esta arte?
Resp. -Sereis instruídos se merecerdes e se fôrdes capaz de aprendê-Ias.
Perg. -Sabem os maçons em realidade mais que os demais homens?
Resp. -Em realidade não. Todo o maçon tem o mesmo direito e a mesma oportunidade para mais profanos, porém a êstes, vêzes lhes falta capacidade, e de vocação ou de habilidade aprender que os deem verdade, algumas muitas vêzes por falta que se necessita para adquirir todos êstes conhecimentos.
Perg. – São os maçons mais perfeitos que os outros?
Resp. - Muitos maçons não são nem mais nem menos dotados que os demais profanos que se encontram assim dotados
Perg. -Amam-se entre si os maçons como vulgarmente se afirma?
Resp. -Sim extremamente, e não pode ser de outro modo porque os homens bons conhecendo-se mutuamente como bons, cada vez se tornam melhores. Quer dizer quanto mais se tratam mais refinam os seus sentimentos altruisticos e nobres.
Fonte: História da Maçonaria, de Nicolas Aslan

Nenhum comentário:

Postar um comentário