sexta-feira, 2 de janeiro de 2015


Sobre a Dor


Suporta calmo a dor que padeces,
Convicto de que até dos sofrimentos,
No desempenho austero dos deveres,
Mana o sol que clareia os sentimentos.

Tolera sempre as mágoas que sofreres,
Em teus dias tristonhos e nevoentos;
Há reais e legítimos prazeres
Por trás dos prantos e padecimentos.

A dor, constantemente, em toda a parte,
Inspira as epopéias fulgurantes,
Nas lutas do viver, no amor, na arte;

Nela existe célica harmonia
Que nos desvenda, em rápidos instantes,
Mananciais de lúcida poesia.

Cruz e Souza

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