segunda-feira, 1 de outubro de 2012

AS LÍNGUAS DE ESOPO.




ESOPO









E. figueiredo(*)




Esopo foi um fabulista grego, tendo nascido em fins do século VI antes de Cristo, na cidade de Phrygia, na Ásia Menor. Foi escravo em Samos e morreu, tragicamente, em Delphos. Sobre a sua morte, conta-se que, encarregado de levar as oferendas ao templo de Delphos, revelou a fraude dos sacerdotes de Apolo. Os sacerdotes se vingaram, escondendo em sua bagagem uma taça de ouro consagrada ao Deus, acusando-o de a ter roubado. Esopo foi condenado a ser precipitado do alto de um rochedo. Esopo tinha aspecto feio, corcunda e gaguejava, porém de uma inteligência privilegiada, aliada a um espírito sutil e engenhoso, bastante invejada. Quando foi alforriado, viajou pelo Egito, Babilônia e Oriente, aumentando seus conhecimentos.


Esopo é muitíssimo conhecido pelas pequenas estórias de caráter alegórico e moral, onde os animais desempenham papéis, as chamadas “Fábulas Exóticas”.



Passagem altamente marcante da vida do fértil fabulista, e que ficou conhecida como ‘AS LÍNGUAS DE ESOPO’, é hoje usada para indicar algo que pode ser analisado com conclusões antagônicas, isto é, alguma coisa pode ser tomada sob dois aspectos opostos, dando margem ao louvor e à crítica. Xanto, que foi o último amo a quem Esopo serviu como escravo, querendo oferecer um suntuoso almoço, pediu a ele para comprar no mercado o que de melhor encontrasse. Esopo comprou apenas línguas, que mandou cozinhar de diversos modos. Os comensais, logicamente, se aborreceram e indagaram de Esopo sobre o significado daquilo. Esopo, prontamente, respondeu: “Existe coisa melhor do que a língua? Ela é o vínculo da vida civil, a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão; por meio dela, constroem e policiam-se as cidades; instrui, persuade e domina-se nas assembléias; cumpre-se o primeiro de todos os deveres que é louvar a Deus.”



Xanto, tentando confundir e embaraçar Esopo, mandou-o comprar, para o dia seguinte, o que houvesse de pior no mercado. E, novamente, Esopo comprou língua. O fabulista, outra vez interpelado, disse: “A língua é a pior coisa que há no mundo; é a mãe de todas as questões, a origem de todos os processos, a fonte das discórdias e das guerras. Se ela é o órgão da verdade, é também o do erro e, pior ainda, da infâmia e da calúnia. Por intermédio dela, destroem-se as cidades e seres humanos; se por um lado louva os deuses e poderosos, por outro é órgão de blasfêmia e da impiedade.”



Hoje, a humanidade continua sendo servida de línguas... Mas, quais as que tem prevalecido? As piores ou as melhores?

IN.IM.RA



(*) E. Figueiredo - é jornalista - Mtb 34 947 e pertence ao

CERAT
- Clube Epistolar Real Arco do Templo /

Integra o GEIA – Grupo de Estudos Iniciáticos Athenas /

Membro da Confraternidade Mesa 22, e é

Obreiro da ARLS Verdadeiros Irmãos– 669 (GLESP)


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