quarta-feira, 20 de dezembro de 2017


O Que é Ser um (Verdadeiro) Maçom!


           
A Maçonaria enquanto filosofia e sociedade, exorta consciência e trabalho interior e pessoal.


          Enquanto filosofia, demanda discernimento e cultura.
          Enquanto trabalho interior, demanda interioridade e movimento subjetivo.
         Logo, ser Maçom não é status a ser apreciado pelo que os outros dizem que se deve ser, mas aquilo que você é em sua própria consciência.
         Na aparência, muito são bons, caridosos e corretos, mas perante o Grande Arquiteto do Universo e sua própria consciência, é que se sabe quem é Maçom.


         Se colocamos o reconhecimento da Maçonaria enquanto trabalho interior para os outros, criamos a ilusória condição da aparência como ditame de quem é "mais Maçom" do que o outro. 


         A verdadeira Maçonaria é esculpida no interior da subjetividade, legando a cada um o ônus de se inscrever no livro de presenças da Grande Loja do Oriente Eterno...


        Não se pode confundir o reconhecimento de direito, com o reconhecimento de fato. 


        Ter carteira, estar em dia com a Loja, é condição para ser reconhecido como Regular. 


        Mas ser honrado, praticar os ensinamentos maçônicos e vivenciar a cátedra do Grande Arquiteto do Universo é ofício a ser tomado pelo Mestre Interior e pelos Vigilantes da própria consciência e da vida. 


      Por isso me manifesto contra certos títulos honoríficos. Porque, dar comenda a quem pratica a caridade é exortar superficialidade em um ato que é obrigação do Maçom e do seu estado de consciência. 


    O Maçom que se dá para aparecer, não faz Caridade, é apenas um aproveitador das circunstâncias, radicado na possibilidade do aparecer e nada mais. 


   O Maçom precisa ser um “Construtor de Templos à Virtude”, pois assim são os ditames da Fraternidade.


   A Loja é a escola de sua formação. Para esse mister, a ela os Maçons comparecem com assiduidade, para com os seus Irmãos instruírem-se reciprocamente nas práticas da Virtude. 


     O Maçom, mesmo esculpindo-se, adapta-se ao espaço que lhe foi reservado no levantamento do edifício social, “submetendo suas vontades e vencendo suas paixões”. 


    Mas precisa estar advertido de que “na Construção do Templo”, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles a ignorância.
        Por isto a Maçonaria coloca na mais alta advertência o combate a ela. É do seu ideário o combate a essa triste condição da humanidade, alertando que a “ignorância é a mãe de todos os vícios.” 


        Então, “cavar-lhe masmorra” é missão fundamental.
      O Maçom é um missionário que se forma construtor, não para ostentar o diploma colocado na parede de seu gabinete de trabalho, mas para ir construir.
        Daí o entendimento de que a Loja Maçônica não é o limite. E sim a vertente.
       É como se desse interpretação e praticidade à parábola do “semeador” que recebeu as sementes, mas não as guardou em seu embornal.
       Daí a importância do “ser livre e de bons costumes” na concepção maçônica.
     Livre e de Bons Costumes implica que, apesar de todo homem ser livre, na real acepção da palavra, pode estar preso a entraves sociais que o privem de parte de sua liberdade e o tornem escravo de suas próprias paixões e preconceitos.
      Assim, é desse jugo que deve libertar-se, e só o fará se for de Bons Costumes, ou seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua personalidade.


     O ideal dos Homens Livres e de Bons Costumes, que nossa sublime Ordem procura ensinar, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos.


       Livre, palavra derivada do latim, que em sentido amplo quer significar “tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição”.


         A qualidade ou condição de Livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e principalmente moral.
         Em decorrência de ser Livre, vem a Liberdade, que é a faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer; de pensar como se entende; de ir e vir a qualquer parte; quando e como se queira; exercer qualquer atividade; tudo conforme a livre determinação da pessoa; quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
         Bem verdade é que a Maçonaria pretende ser uma escola de aperfeiçoamento moral, onde nós homens nos aprimoramos em benefício de nossos semelhantes, desenvolvendo qualidades que nos possibilitam ser cada vez mais úteis à coletividade. 


         Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.
         O conceito maçônico de Homem Livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico.


         Para ser Homem Livre, não basta ter liberdade de locomoção, para ir e vir.
         Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.
         Maçom Livre é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que infamam, que desonram, que degradam. 


         O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o Mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do Bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.


         Sendo Livre e, por consequencia, desfrutando de liberdade, o homem deve, sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.


          O bom Maçom, Livre e de Bons Costumes, é leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos.
          O bom Maçom cultiva a fraternidade, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os; pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo e sentindo suas dores é que nos aperfeiçoamos.


          O bom Maçom, abomina o vício, porque este é o contrário da Virtude, é amigo da Família, porque ela é a base fundamental da humanidade.
          O bom Maçom, não se envaidece, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, cuja prática constitui um prazer.


          Não promete senão o que pode cumprir. Não odeia. O ódio destrói a si e ao próximo.


          Finalmente, o Verdadeiro Maçom, não tem apego a cargos!


          Os Verdadeiros Maçons buscam o trabalho em que façam destacar a Verdadeira Maçonaria.


         O valor da existência de um Maçom é julgado pelos seus Atos e pelo exercício do Bem praticado.


(Trabalho apresentado na Loja Prof. Herminio Blackman-1761 – Or.’. de Vila Velha – ES pelo Ir.’. Fernando Silva de Palma Lima – CIM 115.552)

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