sexta-feira, 21 de abril de 2017


Os maçons são fraternos?

A revolução Francesa (Queda da Bastilha em 14 de julho de 1789) nos legou em 1790, a tríade "liberdade, igualdade, fraternidade" (“Liberté, égalité, fraternité”) foi protagonizada pela Ordem Maçônica, cujo irmão maçom Robespierre entusiasmado com os sublimes conceitos levantados pelos maçons franceses, desejava que fosse colocada em todas as bandeiras do mundo e nas fardas dos militares responsáveis pela segurança, ordem e paz, denotando, sobremaneira, o objetivo de enaltecer a alma humana.

Tais conceitos atingiriam o âmago humano, face ao elevado conceito ético e moral realçando a possibilidade de, definitivamente, abdicarmos do egoísmo e orgulho presos aos corações da humanidade, existindo a predominância do materialismo e do pensar só em si, e chega um alento para fazer brilhar a decência, a humildade, a liberdade, a igualdade, a nobreza de caráter, a justiça e a honestidade em todos os parâmetros da evolução humana, representando a sublime tábua de salvação para a sociedade embrutecida da época.

A liberdade anunciada pelos maçons, para ser consolidada foi necessário o Homem determinar uma lei para que todos obedecessem, a exemplo dos Estados Unidos, em 1863. A lei áurea no Brasil, em 1888, que foi a última lei da abolição da escravatura nas Américas. O último país do mundo a adotar a lei de liberdade humana, foi a Mauritânia, em 1981.

Apesar da luta, pela aplicação da liberdade humana, acontecer desde o século XVIII.

É lamentável, tenha sido necessário legislar uma lei humana para que a liberdade fosse implantada. Iam, os maçons, de encontro aos interesses materialistas da aristocracia vigente. Reina o sentimento de liberdade no seio da Maçonaria. Somos livres conforme pensamos e agimos. Não obstante, apesar do conhecimento da Luz, facultada aos maçons, podemos dizer, afirmar: Somos realmente livre? Será livre aquele que calunia seus irmãos e se transforma em vitima de sua incúria e de sua pobreza espiritual? Será livre aquele que agride física e moralmente seus semelhantes? Somos livres com outros seres presos em Senzala, tratados como animais irracionais? Cabe a cada interrogar sua consciência e refletir a sua condição de filhos da Luz. Devemos desejar para os outros aquilo que gostaríamos de receber.

No que diz respeito à Igualdade, a implantação dessa qualidade ainda encontra-se em processo de reconhecimento.  Ainda existem criaturas que  em função do cargo ou encargo que exerçam, acreditam possuir mais direitos que outros seres, comportamentos similares aos senhores feudais e radicais franceses. Grande ilusão! É bastante saber que somos filhos de um mesmo Pai. O GADU tem o mesmo amor e zelo por todos os filhos sem distinção de cor, credo e raça que, tempestivamente, vivem no planeta terra.

Pode parecer um paradoxo, de difícil elucidação, a priori, a revolução francesa despertou os franceses para a augusta sublimidade da tríade redentora e, na atualidade, em pleno século XXI, apesar de intensivos estudos maçônicos, aparentemente, estamos oblubilados pela ilusão do egoísmo, do orgulho que denigre o ser humano.

A evolução não dá saltos, compreender a liberdade e igualdade é pré-requisito para atingir a fraternidade. Se a liberdade é o passado, a igualdade representa o presente e, finalmente, o futuro será a fraternidade.

A fraternidade sonhada pelos altruístas maçons franceses em 1790, corroborando com a mensagem sublime do nosso Senhor e Mestre Jesus, quando nos ensinou: “Amai-vos uns aos outros.”.

Dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, afirmou certa feita que a religião do futuro não será a Católica, a Protestante, a Espírita, a Budista, a Islâmica, etc., mas, será a fraternidade.

Louco, perjúrio será o maçom que se deixar levar pelas ilusões do mundo, buscando os aplausos, as portas largas, pois, arcará pelo mal que se alastrou em função de não ter praticado o bem, na oportunidade solicitada. Na vida passageira, não temos atalho, o caminho do Maçom é um caminho reto, digno e justo, sem ilusão, sem astúcia e sem falsos melindres.  

Decididamente, o Maçom não deve ser o mais esperto de todos, sempre querendo levar vantagens, se escondendo na busca da vil moeda, nos títulos acadêmicos, nas altas graduações do conhecimento que, muitas das vezes, só contribuem para aumentar o orgulho e o egoísmo, concomitantemente, afastando-se da serenidade intima de compreender a lúcida mensagem de Jesus, que no Templo pergunta ao sacerdote: Eis doutor das leis e desconheces as Leis Divinas. Entretanto, é imperioso resguardar, com sabedoria, que a finalidade precípua do Maçom é trabalhar seu “eu” interior, em benefício do próximo, para despertar a luz profunda da humildade e da simplicidade.  

A história nos exibe maçons fraternos de valores morais inquestionáveis, verdadeiros heróis que derramaram seu sangue para que as Verdades do amor, da humildade e da fraternidade prevalecessem.

Paz e Luz!

Walter Sarmento de Sá Filho

Maçom

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