quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Ser ou Estar Maçom


Atualmente podemos afirmar que "Ser ou Estar alguma coisa" está se tornando
uma expressão bastante difundida, que é utilizada para identificar se uma
 
pessoa assumiu ou não seu posicionamento correto com respeito a qualquer
organização da qual participa, como por exemplo - quando desempenha-se um
cargo público ou legislativo, tal qual o de "Estar Ministro", entre outros
exemplos, sendo inclusive utilizado com personagens em programas
humorísticos.
Absorvendo este conceito e aplicando-o no seio de nossa Fraternidade
percebemos que todos nós "Estamos Maçons" ao procedermos nossa
Iniciação. Estamos Maçons ao frequentarmos a Loja e pagarmos as suas
mensalidades e taxas. Estamos Maçons quando participamos de uma atividade
organizada pela loja, uma atividade filantrópica, uma palestra, uma visita a
outra Loja. Ou até mesmo Estamos Maçons quando meditamos sobre o nosso
papel e partimos em busca da meditação interior em busca da verdade.
 
Mas o que é Ser Maçom ? O verbo SER não poderia ser considerado sinônimo
do verbo ESTAR. A caracterização mais expressiva é de que estar é um verbo
que indica um certo estado, portanto, há como que embutido em seu conteúdo
uma certa passividade, enquanto que o verbo ser é ativo, representa ativação.
Ser Maçom é um estado de espírito que deve caracterizar o membro presente
a toda situação em que pode ajudar e cooperar para que o mundo torne-se de
alguma forma melhor. Ser Maçom é compreender que por mais poderosas que
sejam as forças externas elas devem ser dominadas pela energia que tem
sede em sua própria personalidade.
 
Ser Maçom é ter consciência que sua presença discreta pode dar apoio a
novos projetos úteis à comunidade e constituir-se num valoroso pilar de
sustentação de valores mais nobres do indivíduo.
 
Ser Maçom é ser o eterno estudante que busca o ensinamento diário, tirando
de cada situação uma lição, e aplica com êxito os princípios estudados.
 
Desenvolve em toda oportunidade de sua intuição, sua força de vontade, sua
capacidade de ouvir e entender os outros.
 
Temos que considerar que o Ser Maçom deve, como livre pensador, questionar
o porquê de determinados acontecimentos entendendo e vivenciando nos
nosso aprendizado que palmilhamos lentamente, com passos firmes para não
tropeçar nos erros e vícios do passado, mesmo que em momentos saiamos da
trajetória para poder compreender o mundo com uma visão holística de suas
nuances.
 
O Maçom que se limita a ler ou estudar as instruções dos graus ou a literatura
disponível e não procura aplicar em sua vida diária os conceitos que lhe são
transmitidos, na busca do desbaste da Pedra Bruta, e em erigir o Templo
Interno, perde excelentes oportunidades de ampliar seus conhecimentos e de
verificar como o saber do aprendizado da Arte Real pode ser útil para o seu
bem-estar na busca de seu retorno ao Cósmico.
 
O Ser Maçom é aquele estado em que sem abandonar os hábitos de disciplina
racional, a mente busca uma abrangência do universo, o conhecimento
intrínseco dos fenômenos que estão ocorrendo, procurando desenvolver a
sensibilidade e a compreensão das razões de estudo. O Maçom que
desenvolveu sua mente para estar atenta e acompanhar a evolução dos fatos,
sabe como conhecer as sutilezas que envolvem sua origens, é como um oleiro
que dá formas sutis ao barro bruto, enquanto que o Maçom modela sua própria
consciência num confronto com sua própria personalidade.
 
Vivemos juntos e cruzamos com diferentes seres humanos que pensam e
agem de maneira diversa da nossa. Isto nos propicia excelentes oportunidades
de nos adaptarmos a estas personalidades e, sobretudo, de aprimorarmos as
formas de inter-relacionamento. A sabedoria do bem viver é despertada
quando nos conscientizamos dessas diferenças e procuramos compreender o
indivíduo através de suas particularidades. Ser Maçom é despertar este sentido
de compreensão do indivíduo e estar preparado para assisti-lo nos momentos
de dificuldades.
 
O exemplo de uma atitude mental moderada, sincera e cooperativa caracteriza
muito o Ser Maçom. E todos notam, que sob muitos aspectos, o Ser Maçom
diferencia-se como indivíduo entre todos os outros. No aprendizado inicial
aprendemos que além dos SS.'. TT.'. e PP.'. o Maçom deve ser reconhecido
pelos atos e posturas dentro da sociedade e no meio onde vive, traduzindo de
maneira diuturna os nosso aprendizado e a filosofia dos postulados da Arte
Real. Sentimos que temos que desempenhar um papel mais complexo na
sociedade e dar uma contribuição positiva para que ela se torne superior.
 
Ser Maçom implica em alguma renúncias, mas a compensação que advém
deste estado de espírito especial é muito agradável. Sentimo-nos como se
fôssemos os autores da novela e não apenas os personagens passivos,
criados pelos mesmos. Temos uma participação presente e atuante, embora
que, aparentemente o Maçom apresente-se um tanto reservado. Já se disse
que nos colocamos muito mais em evidência, quando nos mantemos como
observadores e damos a colaboração somente quando é solicitada pelos
outros, do que aqueles que procuram apresentar-se como os donos da festa.
 
Considerem sobretudo, que encontramos muitas pessoas evoluídas e que
podem ser consideradas possuídas de elevado espírito Maçom. Têm uma
expressiva vivência das coisas do mundo e utilizam grande sabedoria em suas
decisões, mesmo se nunca se tornaram Maçons.
 
Nós estamos Maçom ao entrarmos na Ordem e Somos Maçom quando o
espírito dela entrar em nós. A diferença é muito grande, mas facilmente
perceptível.
 
Irmãos unam-nos na trilha que leva ao Templo ideal e tomemos o cuidado para
não Estarmos Maçons, para não trilharmos a Maçonaria simplesmente
cumprindo Rituais, envergando a mera condição de um "Profano de Avental".
 
Desejo que todos avaliem como é bom SER MAÇOM!
 
Gabriel Campos de Oliveira
Divinópolis - MG


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