A CONFIRMAÇÃO MAÇÔNICA DO CASAMENTO
Uma
solenidade de grande emoção é a confirmação do casamento na Maçonaria. É uma
velha reminiscência dos Mistérios Gregos, ou Cabires (Deuses menores) da
Samotracia (uma ilha grega conhecida como Mar da Trácia), com uma idade
superior a 20 séculos.
Existe nesta
cerimônia um sentido social profundo e ao mesmo tempo a afirmação de um grande
respeito pela família, como base da serenidade da vida no lar; da harmonia e do
equilíbrio familiar.
Comentava-se
entre os gregos, e é atribuído a Xenophonte, que o sábio aristocrata, antes de
descer à região das sombras, pondo a mão sobre a fronte, onde o pensamento ia
extinguir-se, falou:
“O homem
deve pensar em ter filhos e casar-se ainda que a dura miséria o oprima para que
possa perpetuar a sua existência!”
Reforçou o
pensamento dizendo: “Um edifício sem colunas não oferece aspecto belo, e a casa
estará mais bem apoiada em bons suportes, como um lar cheio de lenha de onde
crepite o lume sem interrupção”.
“É a
imortalidade do Espírito, atravessando as gerações, sem perder a sua unidade,
tendo na família um sacerdote e um órgão. A casa é um altar, os esposos são os
levitas, e o culto é o amor”.
A finalidade
da existência humana é a família, é a procriação. Deus não deu aos homens
faculdades, órgãos e sentidos para lhes proporcionar prazeres sensuais, mas sim
para que pudessem perpetuar a espécie, porque, não era possível o indivíduo,
como mortal, gozar das prerrogativas da divindade.
Mesmo contra
a vontade, consideremos que, em primeiro lugar, a sensualidade não é o fator
primordial do casamento, ela existe e se desenvolveu com o passar do tempo, no
entanto, continua sendo a procriação a parte insubstituível da finalidade do
casamento.
Era assim
que a escola de Pitágoras entendia o casamento; um órgão da imortalidade do
Espírito, que é o destino providencial, santo e necessário do Universo.
Pois bem,
celebrado o casamento civil segundo as leis do Estado, dirige-se o casal ao
TEMPLO MAÇÔNICO, para receberem a confirmação simbólica do mais importante ato
da sua vida que implica na proteção moral e material da instituição, que se
estende até à prole.
A Maçonaria
permite aos seus membros o direito de irem aos Templos receber os aplausos e a
manifestação dos bons augúrios (previsões realizadas pelos sacerdotes) de uma
grande família que se estende por todos os quadrantes da Terra, e que à hora
que nos vários pontos do planeta corresponde ao momento exato da cerimônia,
deve estar dirigindo suas preces ao Alto, para que o Grande Arquiteto do Universo
lance as suas bênçãos sobre o novo lar.
O matrimônio
é uma instituição delicada e transcendente, e a Maçonaria liga-o ao princípio
da moral coletiva, sendo nesse sentido que se baseia o simbolismo da
impressionante cerimônia.
O casal ao
entrar de mãos dadas para no meio do Templo, recebem a saudação do presidente
dos trabalhos, em nome da instituição universal.
– “Bem
vindos sejais, nobres esposos! A Maçonaria vos abre as portas e se sente
comovida pela prova de confiança que nela depositais”.
O casal senta-se
nas cadeiras de espaldar, enquanto a assistência, composta de maçons e suas
famílias aplaudem entusiasticamente o casal.
O presidente
continua:
-“Os fins do
amor visam, sobretudo, a perpetuação da espécie e o seu aperfeiçoamento moral e
físico.”
“A instituição
reconhece um duplo aspecto no matrimônio: o sexual e o das consequências
humanitárias e sociais.”
A cerimônia
de confirmação prossegue e em dado momento destaca-se o seu elevado sentido
moral.
O presidente
diz: “Colocai essa aliança no dedo” de vossa esposa como emblema visível dessa
afinidade recíproca que em boa hora uniu as vossas almas, e recebam ambos essa
vareta de cristal, delicada e frágil, que para nós é o símbolo da pureza
imaculada porque possui o brilho e a transparência de um raio de luz.
-“Segurai
pelos extremos e não esqueçais nunca a sua inflexibilidade. Quebra, mas não
dobra”.
“É do justo
equilíbrio dos vossos pensamentos e ações, e do respeito mútuo, que depende a
sua durabilidade”.
“O amor é a
lei da vida, mas é preciso usar a inteligência para conservar e aperfeiçoar
essa mesma vida sem romper o equilíbrio dos elementos.”
O amor sem
moral é um extravio, e quando se perde na falta de educação intelectual, o
resultado é a degeneração que pode conduzir ao crime ou à morte.
Para finalizar
o presidente proclama: – Eu vos declaro ligados pelos laços do matrimônio. De
hoje em diante as espadas simbólicas de nossos irmãos espalhadas pela
superfície da Terra vos protegerão contra as injustiças humanas, auxiliando-os
na conquista da felicidade terrena, da mesma forma que o Grande Arquiteto do
Universo abençoará a vossa união e protegerá a vossa prole.
E assim
termina a confirmação Maçônica do casamento civil. É dessa forma que o
casamento Maçônico reveste-se de um elevado cunho moral, porque é um verdadeiro
hino à constituição da família como base moral da sociedade.
Fonte: Carlos Lima
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