Juramento e compromisso maçónico...
Escrito por Nuno Raimundo
Quando se segue uma Via Espiritual ou se é admitido numa Ordem de tipo
esotérico-iniciática tal como a Maçonaria se define, é habitual o novo membro
efetuar um juramento no momento da sua admissão ou durante a execução de uma
cerimónia de cariz iniciático, no qual se assume um determinado compromisso. E
somente após a realização desse juramento é que o neófito é recebido e
integrado no seio da respetiva Ordem.
No caso que irei abordar e que será sobre a Maçonaria, é natural quando se fala em compromisso maçónico também se abordar simbióticamente o juramento maçónico. Tanto um como o outro são indissociáveis, porque um obriga ao outro e o mesmo, reciprocamente.
No caso que irei abordar e que será sobre a Maçonaria, é natural quando se fala em compromisso maçónico também se abordar simbióticamente o juramento maçónico. Tanto um como o outro são indissociáveis, porque um obriga ao outro e o mesmo, reciprocamente.
Durante o desenrolar de uma Iniciação Maçónica, no seu "ponto
alto", o neófito concorda em submeter-se a um juramento onde assume como
compromisso de honra, aceitar e respeitar as Regras, Usos e Costumes da
Maçonaria bem como as regras e leis do país onde se encontra sediada a
Obediência Maçónica e a respetiva Loja da qual irá fazer parte. Nomeadamente e
de entre os vários princípios maçónicos que se aceitam cumprir, os mais
conhecidos pelo mundo profano são a Fraternidade entre todos os Irmãos, a
prossecução do espírito da Liberdade na Sociedade Civil e o sentimento de
Igualdade entre todos.
Assim, assumir-se um compromisso com a Ordem Maçónica é assumir-se um compromisso pela Ordem e a bem da Ordem. Isto é que é o tão propalado estar à Ordem.
E estar-se é mais do que o ser-se! E digo isto porque qualquer um pode "o ser", mas "estar" apenas se encontra ao alcance de poucos...
Estar implica sacrifício, comprometimento, trabalho, prática e estudo, e isto de forma incansável e perene.
Por isto é que assumir um compromisso deste género e com a relevância que este tem, nunca deverá ser feito de forma leviana; o mesmo se passa com os outros compromissos que se assumem durante a nossa vida profana e que também não devem ser assumidos se não estivermos capacitados para os cumprir.
-Há que se ter a noção daquilo a que nos propomos a fazer-.
Por isso é que o compromisso maçónico é feito com a nossa Palavra e sobre a nossa Honra. Desvirtuar estas duas qualidades, é desvirtuar a própria Maçonaria.
Da mesma forma que, se não respeitarmos a nossa palavra e não mantivermos a nossa dignidade na sociedade civil, também não somos dignos de nela estarmos integrados e sofreremos as consequências ou punições que forem legitimadas pelas leis do país.
De certa maneira, a Maçonaria atua e se assemelha com a sociedade profana, com as suas leis e os seus costumes, competindo aos maçons respeitar a sua aplicação e observar o seu cumprimento. É mais que um dever ou obrigação tal. É a assumpção que assim o deve ser e nada mais!
Porque assim tem funcionado há quase três séculos e o deverá continuar a ser noutros tantos...
Assim, assumir-se um compromisso com a Ordem Maçónica é assumir-se um compromisso pela Ordem e a bem da Ordem. Isto é que é o tão propalado estar à Ordem.
E estar-se é mais do que o ser-se! E digo isto porque qualquer um pode "o ser", mas "estar" apenas se encontra ao alcance de poucos...
Estar implica sacrifício, comprometimento, trabalho, prática e estudo, e isto de forma incansável e perene.
Por isto é que assumir um compromisso deste género e com a relevância que este tem, nunca deverá ser feito de forma leviana; o mesmo se passa com os outros compromissos que se assumem durante a nossa vida profana e que também não devem ser assumidos se não estivermos capacitados para os cumprir.
-Há que se ter a noção daquilo a que nos propomos a fazer-.
Por isso é que o compromisso maçónico é feito com a nossa Palavra e sobre a nossa Honra. Desvirtuar estas duas qualidades, é desvirtuar a própria Maçonaria.
Da mesma forma que, se não respeitarmos a nossa palavra e não mantivermos a nossa dignidade na sociedade civil, também não somos dignos de nela estarmos integrados e sofreremos as consequências ou punições que forem legitimadas pelas leis do país.
De certa maneira, a Maçonaria atua e se assemelha com a sociedade profana, com as suas leis e os seus costumes, competindo aos maçons respeitar a sua aplicação e observar o seu cumprimento. É mais que um dever ou obrigação tal. É a assumpção que assim o deve ser e nada mais!
Porque assim tem funcionado há quase três séculos e o deverá continuar a ser noutros tantos...
Aliás, ainda na Maçonaria contemporânea se encontra algo que dificilmente
se encontra na profanidade atualmente, ou seja, o valor da palavra sobre a
escrita. O que não deixa de ser curioso dados os tempos que correm.
Nesta Augusta Ordem, ainda hoje aquilo que um maçom afirma tem um valor tal, que se poderá assumir que não necessitará de ser escrito para que o seja considerado; basta se dizer, que assim o será.
O tal "contrato verbal" na Maçonaria ainda hoje tem lugar. E somente pessoas de bons costumes o usam fazer, pois a sua honra e a sua conduta serão sempre os seus melhores avalistas.
Nesta Augusta Ordem, ainda hoje aquilo que um maçom afirma tem um valor tal, que se poderá assumir que não necessitará de ser escrito para que o seja considerado; basta se dizer, que assim o será.
O tal "contrato verbal" na Maçonaria ainda hoje tem lugar. E somente pessoas de bons costumes o usam fazer, pois a sua honra e a sua conduta serão sempre os seus melhores avalistas.
Não obstante, o compromisso maçónico ao ser albergado por um juramento,
obriga a que quem se submete a ele, o faça de forma permanente. Não se jura
somente aquilo que gostamos ou somente aquilo que nos dá jeito cumprir.
Quando entramos para a Maçonaria sabemos que, tal como noutra associação ou organização qualquer, existem regras e deveres para cumprir; pelo que o cooptado compromete-se em respeitar integralmente todas as regras e deveres que existem na sua Obediência. E quem age assim, fá-lo porque decidiu livremente que o quer fazer e não porque alguém a tal o obriga.
Quando entramos para a Maçonaria sabemos que, tal como noutra associação ou organização qualquer, existem regras e deveres para cumprir; pelo que o cooptado compromete-se em respeitar integralmente todas as regras e deveres que existem na sua Obediência. E quem age assim, fá-lo porque decidiu livremente que o quer fazer e não porque alguém a tal o obriga.
E uma vez que a adesão à Maçonaria se faz por vontade própria, aborrece-me
bastante (para não ser mais acutilante ainda...) assistir ou ter conhecimento
de casos em que este juramento foi atraiçoado e em que os compromissos
assumidos perante todos, foram deliberadamente e conscientemente esquecidos.
Será que quem age desta forma, poderá ser reconhecido como um verdadeiro
maçom?
Ou será apenas gente que simplesmente enverga um avental e um par de luvas brancas nas sessões da sua Loja?
Em alguns casos destes, creio que foram pessoas que entraram na Maçonaria, mas que por sua vez, a Maçonaria certamente não entrou neles...
Ou será apenas gente que simplesmente enverga um avental e um par de luvas brancas nas sessões da sua Loja?
Em alguns casos destes, creio que foram pessoas que entraram na Maçonaria, mas que por sua vez, a Maçonaria certamente não entrou neles...
Algumas vezes, infelizmente, isto pode acontecer porque quem vem para a
Maçonaria vem "desavisado", isto é, pouco conhece ou percebe o que é
a Maçonaria e o que ela representa, "vem ao escuro" por assim dizer,
e caberá a quem apadrinha uma candidatura maçónica, informar ou retirar algumas
dúvidas que se ponham ao seu futuro afilhado e consequente irmão. Em última
instância, devem os responsáveis pelas inquirições que decorrem no âmbito de um
processo de candidatura maçónica, no momento das entrevistas aos candidatos,
terem a sensibilidade para se aperceberem do desconhecimento do entrevistado
sobre os princípios e causas que movem os maçons e sobre a Ordem da qual este
manifesta a vontade de vir a fazer parte, e nesse caso, serem os próprios
inquiridores nessas alturas em concreto, a efetuar o trabalho que deveria ter
sido feito anteriormente pelo proponente da referida candidatura, no que toca a
esclarecer o profano e a fornecer-lhe as informações que lhe sejam necessárias
para que esta (possível) adesão possa decorrer sem sobressaltos, nem que esta
admissão venha a causar problemas (previsíveis!) no futuro, seja para a
respetiva Loja ou até mesmo para a Obediência que porventura o vier a acolher.
Todavia, normalmente no momento do juramento maçónico, o neófito fá-lo sem
saber/compreender o que estará a jurar e para o que estará a jurar, pois o véu
que o cobre na sua Iniciação é de tal densidade que muitas vezes somente
passado algum tempo é possível se perceber o juramento que se fez e o
compromisso que se tomou, e que por vezes pode ser diferente daquilo que são as
crenças pessoais e respetiva forma de estar de cada um ou até mesmo porque se
acreditava que se "vinha para uma coisa e afinal se encontrou
outra"...
E o trabalho que um padrinho deve desenvolver com o seu afilhado durante a formação deste tanto como a responsabilidade que assumiu perante o afilhado e a Ordem ao subscrever a candidatura dele, serão fulcrais neste tipo de situação concreta. O padrinho (pelo dever moral) e a Loja em si (porque é um dever da loja acompanhar e tentar integrar corretamente os Irmãos nos valores maçónicos) devem tentar perceber o motivo pelo qual alguém se "distancia" da Maçonaria. E apenas ulteriormente, se for caso disso, devem aconselhar a um possível adormecimento desse irmão por não ser do seu intento continuar a pertencer a algo com o qual não se identifique mais.
Pelo que desta forma se prevenirão certos casos e eventuais "lavagens de roupa suja" ou fugas de informação que poderão surgir, as quais na sua maioria nem sequer são informações plausíveis nem verídicas sequer, pelo que apenas posso especular que estas ocorrências se devem a paixões e vícios mal combatidos e nem sequer evitados... E como se costuma dizer, "o mal corta-se pela raiz", pelo que "as desculpas devem evitar-se"...
E o trabalho que um padrinho deve desenvolver com o seu afilhado durante a formação deste tanto como a responsabilidade que assumiu perante o afilhado e a Ordem ao subscrever a candidatura dele, serão fulcrais neste tipo de situação concreta. O padrinho (pelo dever moral) e a Loja em si (porque é um dever da loja acompanhar e tentar integrar corretamente os Irmãos nos valores maçónicos) devem tentar perceber o motivo pelo qual alguém se "distancia" da Maçonaria. E apenas ulteriormente, se for caso disso, devem aconselhar a um possível adormecimento desse irmão por não ser do seu intento continuar a pertencer a algo com o qual não se identifique mais.
Pelo que desta forma se prevenirão certos casos e eventuais "lavagens de roupa suja" ou fugas de informação que poderão surgir, as quais na sua maioria nem sequer são informações plausíveis nem verídicas sequer, pelo que apenas posso especular que estas ocorrências se devem a paixões e vícios mal combatidos e nem sequer evitados... E como se costuma dizer, "o mal corta-se pela raiz", pelo que "as desculpas devem evitar-se"...
E quem entra na Maçonaria deve ter a noção que as suas atitudes já não lhe
dirão respeito apenas a si, mas a todos os integrantes desta Augusta Ordem, a
conduta de um maçom estará sempre sob um fino crivo pela sociedade e sempre
debaixo do escrutínio de todos, seja de fora ou internamente. - Porque um, pode
sempre e a qualquer momento, "por em xeque" os demais -. E ter esta
noção e assumir esta responsabilidade é algo que deve ser intrínseco desde os
primeiros momentos de vida maçónicos.
Já não é o Nuno, o X ou o Y que fazem isto ou aquilo, serão os maçons Nuno, X ou Y que o fazem... Logo é a Maçonaria na sua generalidade que será atentada com a má conduta que os seus membros possam ter, para além da Ordem poder vir a ser acusada de cumplicidade pelos atos efetuados pelos seus membros.
Já não é o Nuno, o X ou o Y que fazem isto ou aquilo, serão os maçons Nuno, X ou Y que o fazem... Logo é a Maçonaria na sua generalidade que será atentada com a má conduta que os seus membros possam ter, para além da Ordem poder vir a ser acusada de cumplicidade pelos atos efetuados pelos seus membros.
Assumir que a nossa forma de estar e agir condiciona e se reflete na
Maçonaria é um dos maiores compromissos que os maçons poderão tomar. Tanto que
o dever de honrar a nossa Obediência, a nossa Loja e a Maçonaria em geral, deve
permanentemente se encontrar na mente de todos os maçons.
Um juramento implica obrigações, e jurar ser-se maçom, mas fundamentalmente ser-se reconhecido maçom pelos nossos iguais, implica que sejamos maçons a "tempo inteiro" e não apenas às segundas-feiras ou quintas-feiras de manhã ou à noite, ou quando nos dará mais jeito, é sempre!
Sermos maçons, não é quando visitamos a loja e usamos os respetivos paramentos. Não basta envergarmos um avental, calçar umas luvas brancas e fazer uns "gestos estranhos", é muito mais que isso! É cumprir preceitos, rituais e trabalhar em prol da Ordem.
Um juramento implica obrigações, e jurar ser-se maçom, mas fundamentalmente ser-se reconhecido maçom pelos nossos iguais, implica que sejamos maçons a "tempo inteiro" e não apenas às segundas-feiras ou quintas-feiras de manhã ou à noite, ou quando nos dará mais jeito, é sempre!
Sermos maçons, não é quando visitamos a loja e usamos os respetivos paramentos. Não basta envergarmos um avental, calçar umas luvas brancas e fazer uns "gestos estranhos", é muito mais que isso! É cumprir preceitos, rituais e trabalhar em prol da Ordem.
E se não estivermos prontos para tal, de nada valerão os juramentos que fizermos, porque nunca nos iremos comprometer com nada na realidade e em último caso, nem sequer reconhecidos como tal seremos.
E a palavra persistirá perdida...
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