Hoje ainda
Não esperarás
pela fortuna, a fim de servir à beneficência.
Muitas vezes,
na pesquisa laboriosa do ouro, gastarás o próprio corpo em cansaço infrutífero.
*
Cede, hoje
ainda, a pequena moeda de que dispões em favor dos necessitados.
O vintém que
se transforma no pão do faminto vale mais que o milhão indefinidamente
sepultado no cofre.
*
Não
requestarás a glória acadêmica para colaborar na instrução.
Muitas vezes,
na porfia da conquista de lauréis para a inteligência, desajustarás, debalde, a
própria cabeça.
Ampara, hoje
ainda, o irmão que anseia pelo alfabeto.
Leve
explicação que induza alguém a libertar-se da ignorância vale mais que o
diploma nobre, guardado inútil.
*
Não exigirás
ascensão ao poder humano a fim de proteger as vidas alheiras.
Muitas vezes,
na longa procura de autoridade, consumirás, em vão, o ensejo de auxiliar.
*
Acende, hoje
ainda, para essa ou aquela criança extraviada, a luz do caminho certo.
Pequeno gesto
edificante, que incentiva um menino a buscar o melhor, vale mais que a posição
brilhante sem proveito para ninguém.
*
Não
solicitarás feriado para socorrer os aflitos.
Muitas vezes,
reclamando tempo excessivo para cultivar a fraternidade, perderás,
improficuamente, o tesouro dos dias.
*
Estende, hoje
ainda, alguma palavra confortadora aos companheiros que a provação envolve em
lágrimas.
Uma hora de
esclarecimento e esperança no consolo aos que choram vale mais que um século de
existência, amarrado à preguiça.
*
Não percas
ocasião para o teu heroísmo, nem aguardes santidade compulsória para
demonstrações de virtudes.
Comecemos a
cultura das boas obras, hoje ainda, onde estivermos, porque toda migalha do bem
com quem for e onde for, é crédito acumulado ou começo de progresso na justiça
divina.
Emmanuel
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