Dia 18 de
março, a exatamente 698 anos atrás nosso herói martir Jacques du Bourgogne De
Molay foi queimado vivo para satisfazer o desejo ambicioso de um rei por poder
e dinheiro.
Aos 21 anos de idade, Jacques De Molay entrou para a Ordem dos
Cavaleiros Templários. Estes eram uma organização sancionada pela Igreja
Católica Romana de 1128, para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e
Acre, um importante porto da cidade no Mar Mediterrâneo. A Ordem dos Cavaleiros
Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo.
Nobres e príncipes enviaram seus filhos para serem Cavaleiros
Templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em
toda a Europa.
Em 1298, Jacques De Molay foi nomeado Grande Mestre dos Cavaleiros, uma
posição de poder e prestígio. Jacques De Molay assumiu o cargo após a morte de
seu antecessor Teobaldo Gaudini no mesmo ano (1298).
Como Grande Mestre, Jacques De Molay passou por uma difícil posição pois
as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno
derrotou as Cruzadas em batalhas capturando algumas cidades e portos vitais dos
Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (outra ordem de cavalaria), restaram
apenas um único grupo do confronto contra os Sarracenos.
Os Cavaleiros Templários resolveram se reorganizar e readquirir sua
força. Eles viajaram para a Ilha de Chipre, esperando pelo público geral para
levantar-se em apoio à outra Cruzada.
Em vez de apoio público; como sempre, os Cavaleiros atraíram a atenção
dos poderosos Lordes. Em 1305, Filipe IV "o Belo", rei da França,
resolveu obter o controle dos Templários para impedir uma ascensão no poder da
Igreja. O Rei era amigo de Jacques DeMolay (um de seus filhos era afilhado de
Jacques De Molay, Delfim Carlos, que mais tarde se chamaria Carlos IV e seria
rei da França). Mesmo sendo seu amigo, o rei da França com toda a sua ganância
tentou juntar a ordem dos Templários e a ordem dos Hospitaleiros, pois sentiu
que as duas ordens formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que
a Ordem dos Templários, possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza,
doados pelos que um dia, haviam recebido a ajuda dos Templários em várias
cruzadas pela Europa.
Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se
transformar em um líder absoluto, o rei da França armou um plano para acabar
com a Ordem dos Templários. Usando um nobre francês de nome Esquin de Floyran.
O nobre francês teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu
Grão Mestre Jacques De Molay, e como recompensa Esquin de Floyran receberia
terras pertencentes aos Templários logo após derrubá-los.
O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos Cavaleiros. Apesar de
possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques De Molay havia ido a
França para o funeral de uma Princesa da casa Real Francesa e havia levado
consigo poucos homens, sendo esses todos nobres. Na madrugada de 13 de outubro
Jacques De Molay, juntamente a seus amigos, foram capturados e lançados nas
masmorras pelo chefe real Guilherme de Nogaret (este era um de seus
conselheiros) .
Durante sete anos, Jacques De Molay e os Cavaleiros sofreram torturas e
viveram em condições subumanas. Enquanto os Cavaleiros não se dobravam, Filipe
IV gerenciava as forças do Papa Clement para condenar os Templários. Suas
riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.
Após três julgamentos, Jacques De Molay continuou sendo leal para com
seus amigos e Cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da
Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de Março de 1314, ele
foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões
forjadas, supostamente assinadas por Jacques De Molay. Ele desmentiu as
confissões forjadas. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão,
era a morte. Jacques De Molay foi julgado pelo Papa Clemente, e assim como
Jacques Demolay, outro Cavaleiro, Guy D'Auvergne, desmentiu sua confissão e
ambos foram condenados . O Rei Filipe ordenou que ambos fossem queimados
naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques De Molay se tornou um
testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer aos seus 70
anos de idade no dia 18 de Março de 1314.
Jacques De Molay durante sua morte na fogueira intimou aos seus três
algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes
do Rei da França, Filipe o Belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V,
logo em seguida o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret e no
dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.
A Última Prece de Jacques De Molay :
"Senhor, permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e
a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, oh meu Deus, as calunias que trouxeram
a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti
que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver
para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da
morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas
bem-aventuradas. Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis
nossa inocência. Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em
um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para
prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram."
Fica nossa homenagem a este grande herói, que para sempre ficará em
nossas lembranças como exemplo de companheirismo e lealdade.
FONTE: FILHOSDAVIUVA
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