O Direito e o Dever de Emitir nossa Opinião
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Sempre dizemos aos nossos amados Irmãos,
principalmente aos mais jovens na Ordem, que a Maçonaria é a única
instituição, por nós conhecida, em que o homem diz o que pensa, sendo
ouvido em silêncio, com o maior respeito, atenção e sem aparte.
Claro é que, ao discorrermos sobre qualquer
tema, devemos evitar o linguajar chulo e idéias dúbias ou desconexas.
Temos o direito e o dever de emitir nossa
opinião sobre qualquer assunto em que sejamos parte ativa ou que
tenhamos sido questionados. Na apresentação ou na defesa de nossas
idéias podemos ser eloquentes; arautos tenazes do que pensamos, mas
comedidos; devemos ser respeitosos, corteses e, principalmente, estar
seguros daquilo que estamos explanando. Essa segurança não significa
infalibilidade e, por isto, obrigamo-nos a ser receptivos a novos
ensinamentos.
Um Irmão ao discordar das idéias de outro,
julgando necessário, deve expor a sua opinião, sem citar o nome daquele
de quem discorda, e é conveniente deixar que os demais Irmãos, com o seu
livre arbítrio, julguem e decidam qual das opiniões lhes parece mais
acertada. A psicologia humana é bastante sábia quando nos aconselha a
numa reunião, mesmo entre Irmãos, não nomearmos a quem discordamos, pois
assim procedendo evitamos o falso julgamento de ser uma divergência a
nível pessoal e, em consequência, o acirramento de ânimos.
A discrepância de idéias é de suma importância
na prática maçônica, como o é também na profana, mas não deve ser vista
ou tratada por qualquer outro ângulo que não o ideológico.
O foro para tratarmos de assuntos sobre matérias
inerentes ao Grau de Aprendiz-Maçom é o próprio Grau 1, bastando para
tal que os Mestres-Maçons, por serem mais experientes e por dever de ofício,
estudem, pesquisem e dirimam as possíveis dúvidas. Só devemos levar
assuntos de um determinado Grau para foros superiores ou especiais
quando, em reunião do Grau, não houver sido possível esclarecer todos os
pontos discordantes.
Fruto das nossas severas e bem elaboradas
sindicâncias os nossos Templos estão sendo povoados de Irmãos (Aprendizes
e Companheiros) de excelente nível social e cultural, o que implica
dizer que vários deles têm muito a nos oferecer sobre cultura geral, não
somente maçônica. Isto favorece ainda mais o nosso entendimento sobre a
influência das civilizações na Maçonaria, aquecendo os nossos calorosos
debates nos Graus 1, 2 e 3, aumentando o nosso cabedal de conhecimento.
Além dos níveis social e cultural, também a multiplicidade de raças e
religiões ajuda a aumentar a inteligência da Loja e da Ordem.
Quanto mais bem esclarecidos forem os Maçons,
maiores serão as chances de termos uma sociedade mais justa, uma
Loja/Ordem composta de homens realmente livres e de bons costumes, e que
realmente pensem, sem se deixar levar pela desculpa: "Esses
procedimentos são usos e costumes da Loja", deturpando o verdadeiro
sentido da frase que é o de manter inalterado todos os
atos, procedimentos e simbolismos corretos da Loja, vindos de tempos
imemoriais, e que são os verdadeiros bastiões da Arte Real em cada Loja.
JORGE LEVI S. PEREIRA
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