FRATERNIDADE
"Amemo-nos
uns aos outros... " (I João, 4:7)
Nem
um só monumento do passado revela o espírito de fraternidade nas grandes
civilizações que precederam o Cristianismo.
Os
restos do Templo de Karnak, em Tebas, se referem a vaidade transitória.
Os
resíduos do Circo Maximo, em Roma, falam de mentirosa dominação.
As
ruínas da Acrópole, em Atenas, se reportam ao elogio da inteligência sem amor.
Santuários
e castelos, arcos de triunfo e muralhas preciosas, hoje relegados a miséria e
ao abandono, atestam a passagem da discórdia, da prepotência e da fantasia...
Antes
do Cristo não vemos sinais de instituições humanitárias de qualquer natureza,
porque, antes Dele, o órfão era pasto a escravidão, as mulheres sem títulos
eram objeto de escárnio, os doentes eram atirados aos despenhadeiros da imundície
e os fracos e os velhos eram condenados a morte sem comiseração.
Aparece
Jesus, porém, e a paisagem social se modifica.
O
povo começa a envergonhar-se de encaminhar os enfermos ao lixo, de decepar as
mãos dos prisioneiros, de vender mães escravas, de cegar os cativos utilizados
nos trabalhos de rotina domestica, de martirizar anciãos e zombar dos humildes
e dos tristes.
Um
novo mundo começa...
Ao
influxo do Divino Mestre o homem passa a enxergar os outros homens.
O
lar, a maternidade, o berçário, a escola, o hospital, o asilo, são recintos sagrados,
e um novo gênio de luz ergue-se muito acima daqueles que se faziam respeitar
pela espada, pelo sangue, pela sagacidade e pela força para governar as almas
na Terra.
Sem
palácio e sem trono, sem coroa e sem títulos, o gênio da Fraternidade penetrou
o mundo pelas mãos do Cristo e, sublime e humilde, continua entre nós em
silencio, na divina construção do Reino do Senhor.
Emmanuel
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