A Importância
de uma loja Maçônica "Bem Administrada"
Vamos partir do princípio de que uma Loja Maçônica já
exista legalmente, ou seja, tenha Estatuto Social e Regimento Interno
registrados em Cartório Extrajudicial; disponha de quadro social composto
por obreiros úteis e dedicados; esteja jurisdicionada a uma Potência Maçônica;
funcione semanalmente; tenha ou não sede própria; e que a cada dois anos
realize eleições para escolha dos seus dirigentes.
Vamos admitir que aproxima-se o momento para a escolha de
uma nova Diretoria, para geri-la nos próximos dois anos.
Pergunta-se, como proceder para adotar a melhor e mais
equilibrada escolha?
Bom, se eu fosse membro do quadro social desta Loja já
teria trabalhado para incluir no seu Estatuto Social e no seu Regimento
Interno, disposições que: a) proibisse a disputa de cargos em Loja; b) e que
estabelecesse uma linha sucessória, com uma linha de precedência, para ocupação
de cargos eletivos, de cobridor a Venerável Mestre.
Esta Loja, com estas decisões, com certeza seria uma Loja
em que os conflitos que poderiam surgir, no relacionamento interpessoal, seriam
mínimos e fáceis de serem equacionados.
Prosseguindo, admita-se, por hipótese, que eu teria sido o
escolhido, dentro da linha sucessória estabelecida, para exercer o honroso
cargo de Venerável Mestre. O que eu deveria fazer para bem administrar minha
Loja, no meu período de gestão.
Em primeiro lugar, certo da existência de um clima
fraterno entre os irmãos da Loja, após ser eleito e antes de tomar posse,
convocaria uma reunião administrativa com todos os irmãos do quadro social,
independentemente do seu grau maçônico, com a finalidade de analisar os fatos e
atos ocorridos nas duas últimas gestões.
Nesta reunião, cada membro da diretoria atual, a ser
substituída, apresentaria o que foi realizado e o que não foi realizado em sua
área de competência. Um irmão escolhido para secretariar tal reunião iria
anotando as informações prestadas.
Após a apresentação de todos os diretores, inclusive do
Venerável Mestre, com mandato concluído, seria feita uma apresentação da
listagem dos projetos não realizados, bem como os fatores que impediram sua
concretização.
Segundo, de posse dessas informações, eu listaria alguns
projetos de minha pretensão, que gostaria fossem executados em minha gestão.
Terceiro, esta última listagem seria distribuída para
todos os presentes, para que cada uma secretamente escolhesse os 7 projetos,
por ordem de prioridade, que julgasse fossem prioritários para serem executados
na próxima gestão; suas sugestões seriam colocadas numa urna ou num
envelope.
Os projetos que recebessem maior número de indicações
seriam os projetos, que por ordem de prioridade, iriam compor o meu programa de
trabalho.
Pergunta-se: quais as vantagens dessas escolhas?
A grande vantagem é a de que esse programa teria nascido
da manifestação de todos os membros do quadro social, fruto, portanto, da
participação coletiva e da responsabilidade compartilhada.
Programação, esta, que seria cumprida à risca, com
projetos bem estruturados, bem delineados e bem especificados, embora pudessem
ser reajustados na medida em que fossem sendo executados.
Além desses projetos, daria atenção especial à
Chancelaria, Secretaria e Tesouraria, não descuidando dos eventos educacionais,
culturais e sociais, e do bom relacionamento entre os obreiros e seus
familiares.
Atenção maior seria dada aos obreiros enfermos e com
dificuldades financeiras e as viúvas dos irmãos que partiram para o Oriente.
Na área política, daria ênfase ao bom relacionamento com
as autoridades maçônicas, bem como com as autoridades civis, militares e
eclesiásticas e lideranças comunitárias da localidade sede da Loja.
Tudo isso faria, com sacrifício do meu tempo disponível.
Isto porque, uma Loja Maçônica para ser bem administrada
requer sacrifícios pessoais, particularmente dos irmãos ocupantes de cargos em
sua diretoria, principalmente de seu Venerável Mestre, conscientes e
comprometidos com a missão que lhes fora confiada.
Uma Loja bem administrada, é uma Loja que mantém em dia
seus compromissos maçônicos, financeiros, educacionais, culturais, e sociais,
em nível de excelência.
Uma Loja bem administrada desperta nos seus obreiros o
orgulho de ser maçom, em razão da riqueza de laços fraternais entre si e seus
familiares.
Uma Loja bem administrada tem seu conceito elevado e
enaltecido pelas autoridades maçônicas de sua jurisdição, como uma loja padrão
e digna de respeito e de reconhecimento maçônico.
Uma Loja bem administrada será objeto de admiração pelos
não maçons, pelas autoridades constituídas, em sua base territorial.
Tudo isso, por que?
Porque, meus irmãos, a Maçonaria espera que cada um de nós
cumpra com o juramento prestado em nossas iniciações. Por isso, cada um
de nós tem o dever, como maçom, e como cidadão, de ser um confrade
cumpridor de suas obrigações, pois assim fazendo estará contribuindo para
manter o equilíbrio nas relações interpessoais, estimulando a boa
sociabilidade.
Temos ainda, a obrigação de servir de exemplo de
dignidade, de honradez e de ética no convívio em sociedade, para assim
fortalecer o nosso conceito pessoal e o conceito de nossa Loja e de nossa
Potência Maçônica, aos olhos da sociedade.
É, ainda, dever de cada um de nós exercitar diariamente os
preceitos, a doutrina, a filosofia, a tolerância e a liberdade de pensamento,
com responsabilidade, preconizados pela nossa Sublime Ordem, que deve se
apresentar na sociedade como um porto seguro, neste mar de lama, de incertezas,
de desalento, em que se transformou o Brasil, pela má gestão dos que
detêm o poder em nosso país.
Eis ai, meus irmãos, os porquês da importância de uma Loja
Maçônica bem administrada, que tentei passar para vocês.
Hélio Pereira Leite (*)
M\I\ CIM 79.844
G\O\D\F\ / G\O\B\
(*) O Autor é Grão-Mestre de Honra
do Grande Oriente do Distrito Federal (2003-2007)
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