Tristeza
Em toda parte,
a tristeza surge na terra à maneira de sombra sob diversas modalidades.
Vemos a
tristeza delituosa de quem não consegue arrojar-se ao despenhadeiro do crime.
Temos a
tristeza desordenada daqueles que não puderam implantar a discórdia.
Auscultamos a
tristeza destrutiva de quantos apenas encontraram frustração em seus planos
perversos.
Sondamos a
tristeza malévola daqueles que se viram inabilitados para ferir...
Identificamos
a tristeza coagulante dos inimigos do trabalho que fazem das horas culto
permanente à ociosidade e à penúria...
Tristeza da
inveja que envenena a prosperidade dos outros...
Tristeza da
maledicência que recolhe em seu curso o antídoto da bondade...
Tristeza do
orgulho quando não logra sobrepor-se à virtude alheia...
Tristeza da
vaidade que não pode elevar-se a galeria da ostentação...
Tristeza de
ricos que ignoram deliberadamente as oportunidades de luz que lhes enriquecem a
existência, encerrando-se, eles próprios, nas algemas de desregrada ambição e
tristeza de pobres que olvidam conscientemente os recursos de amor que Deus
lhes confere, aprisionando-se, eles mesmos, no cárcere da incontinência e da
maldade, da revolta e da indisciplina...
Tristeza de
moços que se esquecem dos próprios deveres e se arruínam na fúria de paixões deploráveis,
e tristeza de velhos que fogem às obrigações que a madureza lhes delega e se
anulam na corrente sombria do desespero e da dor inútil...
Mas a pior
tristeza de todas é aquela que nasce da inconformação no aprendiz de Jesus,
chamado a edificar a verdadeira alegria na Terra, porque, desconhecendo à
sublimidade do sacrifício do Divino Mestre, que converteu a própria cruz em
gloriosa ressurreição, o seguidor do Evangelho, trazido ao serviço da paz, à
humildade e ao otimismo, que se recolhendo à tristeza vazia e estéril, é o
maior agente de contaminação da preguiça e do desânimo, por fazer-se
instrumento vivo dos anestésicos do mal.
Emmanuel
Nenhum comentário:
Postar um comentário