O
QUE NÃO SE DEVE FAZER EM UMA LOJA!
Independentemente de ritos,
existem algumas normas de comportamento ritualístico, básicas para os trabalhos
das Oficinas.
1. Não são feitos sinais quando se circula normalmente pelo
templo, por dever de ofício ou não. Os sinais de Ordem e a Saudação só são
feitos quando o maçom está de pé e parado. Sinais ao andar, só durante a marcha
do grau.
2. Não são feitos sinais quando se
está sentado. Nesse caso, para responder a uma saudação faz-se um leve meneio
de cabeça.
3. Não se fazem sinais com
instrumentos de trabalho (inclusive malhetes), pois qualquer sinal maçônico
deve ser feito com a mão.
4. Não é regular a sessão
maçônica aberta a um só golpe de malhete; todas as sessões, portanto, devem ser
abertas e fechadas ritualisticamente.
5. Não é permitido ao Maçom,
paramentar-se no interior do templo; isso deverá ser feito no átrio, tanto por
aqueles que participam do cortejo de entrada quanto por aqueles que chegam com
atraso.
6. Da mesma maneira, não se deve
tirar os paramentos dentro do templo.
7. Qualquer Maçom retardatário,
ao ter o acesso ao templo permitido, deverá fazê-lo com as devidas formalidades
do grau; é errado ele se dirigir ao seu lugar sem formalidades e sem
autorização do Venerável.
8. Em Loja Simbólica, no Livro de
Presenças, só deve constar o grau simbólico do Maçom – Aprendiz, Companheiro,
ou Mestre – ou a sua qualidade de Mestre Instalado (que não é grau), não sendo
permitido o uso do Alto Grau em que ele esteja colado.
9. Também não são permitidos
paramentos de Altos Graus em Loja Simbólica.
10. É errada a prática de
arrastar os pés no chão como sinal de desaprovação a um pronunciamento.
11. Também são errados os estalos
feitos com os dedos polegar e médio, para demonstrar aprovação ou aplauso.
12. Qualquer Obreiro ao sair do
templo durante as sessões, deve fazê-lo andando normalmente e não de costas
como muitos fazem, alegando um pretendido respeito ao Delta.
13. Não é permitido retirar
metais do Tronco de Solidariedade durante a sua circulação. O Tronco deve ser
sempre engrossado e nunca afinado por retiradas indevidas.
14. É errado, ao colocar a
contribuição no Tronco, o Obreiro anunciar que o faz por ele e por Irmãos
ausentes ou Lojas, pois a contribuição é sempre pessoal.
15. A transmissão da palavra
Semestral através da Cadeia de União exige absoluto silêncio; assim, é um erro
arrastar os pés nessa ocasião.
16. Independentemente do grau em
que a Loja esteja funcionando, o Obreiro que chegar atrasado à sessão deverá
dar somente três pancadas na porta.
17. O Cobridor, quando não puder
dar ingresso, ainda, a um Irmão retardatário, responderá com outras três
pancadas no lado interno da porta.
18. Não pode haver acúmulo da
sessão de iniciação com qualquer outra, a não ser a de filiação.
19. A circulação ordenada no
templo, no espaço entre as Colunas do Norte e do Sul é feito no sentido
horário, circundando o painel do grau, já que o Pavimento Mosaico, quando
existir, ocupa todo o solo do templo.
20. No Oriente não há
padronização da marcha.
21. Nos templos que possuem
degraus de acesso ao Oriente (que não são obrigatórios), os Obreiros devem
subi-lo andando normalmente e não com passos em esquadria.
22. O Obreiro que subir ao
Oriente deve fazê-lo pela região Nordeste (à esquerda de quem entra), saindo
depois, pelo Sudeste (à direita de quem entra ou esquerda de quem sai).
23. Aprendizes e Companheiros não
podem ter acesso ao Oriente que é o fim da escalada iniciática, só acessível
aos Mestres. Da mesma maneira, os Aprendizes não devem ter acesso à Coluna dos
Companheiros.
24. Com mais razão, os
“profanos”, presentes às sessões abertas ao público (ou “brancas”), não podem
ter acesso ao Oriente. Os homens sentam-se, exclusivamente, na Coluna da Força
(a do 1° Vigilante); as mulheres, exclusivamente, na Coluna da Beleza (a do 2°
Vigilante;
25. Nas sessões abertas ao
público não é permitido correr o Tronco de Solidariedade entre os “profanos”.
Isso é feito depois da saída deles.
26. Nenhum Obreiro pode sair do
templo sem autorização do Venerável.
27. Se o Obreiro for sair
definitivamente do templo, deverá, antes, colocar a sua contribuição no Tronco
de Solidariedade.
28. Se a Loja possuir Cobridor
Externo, este ficará no átrio durante toda a cerimônia de abertura da sessão,
entrando depois, e ocupando o seu lugar, a noroeste; só sairá se alguém bater à
porta do templo.
29. Sempre que um Maçom
desconhecido apresentar-se à porta do templo ele deverá ser telhado pelo
Cobridor. Telhar é examinar uma pessoa nos toques, sinais e palavras,
cobrindo-se o examinador contra eventuais fraudes (telhar é cobrir, claro); o
termo é confundido com trolhar que significa passar a trolha, aparando as
arestas (apaziguando Irmãos em eventual litígio).
30. À hora em que os maçons
simbolicamente iniciam os seus trabalhos é sempre a do meio-dia porque esse
momento do dia tem um grande significado simbólico para a Maçonaria: é a hora
do sol a pino, quando os objetos não fazem sombra; assim, é o momento da mais
absoluta igualdade, pois ninguém faz sombra a ninguém.
31. A maneira maçônica correta de
demonstrar em Loja, o pesar pelo falecimento de um Irmão é a bateria fúnebre,
ou bateria de luto: três pancadas em surdina (ou surdas), dadas com a mão
direita, sobre o antebraço esquerdo (surdina é uma peça que se coloca nos
instrumentos para tornar surdos, ou abafados os seus sons; em surdina,
significa: com som abafado). O tradicional minuto de silêncio é homenagem
“profana”.
32. Os Obreiros com assento no
Oriente têm o direito de falar sentado.
33. Irmãos visitantes só são
recebidos após a leitura do expediente e nunca depois da circulação do Tronco,
não devendo, também, participar das discussões de assuntos privativos da Loja
visitada.
34. Um Obreiro do Quadro, se
chegar atrasado à sessão, não poderá entrar durante o processo de votação de
propostas, já que não participou da discussão; também não poderá ingressar
depois da circulação do Tronco e durante a abertura ritualística.
35. Não é permitida a circulação
de outros Troncos cuja finalidade não seja a de beneficência.
36. Em qualquer cerimônia
maçônica em que sejam usadas velas, elas sempre serão apagadas com abafador e
não soprando a chama.
37. Só o Venerável Mestre ou
outro Mestre Instalado é que pode fazer a sagração do candidato à iniciação, à
elevação ou à exaltação. Também só um Venerável ou outro Mestre Instalado é que
pode tocar a Espada Flamejante, símbolo do poder de que se acham revestidos, ao
fazer a sagração.
38. Só o Maçom eleito para
veneralato de uma Loja é que pode receber a dignidade de Mestre Instalado,
depois de passar pelo Ritual de Instalação.
39. O certo é Aclamação e não
exclamação, como dizem alguns rituais.
40. Depois que a palavra circulou
pelas Colunas e está no Oriente, se algum Obreiro quiser acrescentar algo,
deverá solicitar ao seu Vigilante que a palavra volte a elas; se o Venerável
concordar haverá todo o giro regulamentar de novo. Não se justificam os famosos
pedidos “pela ordem”, para falar sobre o mesmo assunto, pois esse pedido é
apenas uma questão de ordem que só deve ser levantada para encaminhamento de
votações e para chamar a atenção para eventuais alterações da ordem dos
trabalhos.
41. Não é permitido aos Obreiros,
passar de uma para outra Coluna ou até para o Oriente durante as discussões de
assuntos em Loja, para fazer uso da palavra, para réplicas ou para introduzir
um novo em foque da questão. Nesses casos, o correto é que a palavra volte ao
seu giro normal, para que o assunto torne-se esgotado e fique definitivamente
esclarecido.
42. Durante as sessões de
iniciação não pode ser dispensada nenhuma formalidade ritualística em função da
crença religiosa do candidato; isso, em relação principalmente à genuflexão,
que muitos acham que pode ser dispensada se a crença do candidato não permitir.
Todavia, se o rito exigir que o candidato ajoelhe-se, ele será obrigado a
fazê-lo mesmo contrariando sua formação religiosa. O que deve ser feito antes
da aceitação do candidato, é o padrinho ou os sindicantes avisá-lo dessa
exigência do rito, para que ele possa apresentar sua proposta a outra Oficina,
cujo rito não exija a genuflexão.
43. A Cadeia de União deve ser
formada exclusivamente para a transmissão da Palavra Semestral, com exceção do
Rito Schroeder, onde ela é formada no fim de qualquer sessão.
44. Não pode um Aprendiz, se
impedido de falar, em Loja, já que é só simbólico o seu impedimento de fazer
uso da palavra, já que em qualquer sociedade iniciática, o recém-iniciado,
simbolicamente, só ouve e aprende, não possuindo, ainda, nem os meios e nem o
conhecimento para falar. Esse simbolismo é mais originado do mitraísmo persa e
do pitagorismo.
45. Não existe um tempo específico para a duração de uma sessão
maçônica, já que dependendo dos assuntos a serem tratados, ela poderá durar
mais ou menos tempo. Qualquer limitação do tempo de duração das sessões é
medida arbitrária, pois cerceia a liberdade dos membros do Quadro, impõe
restrições à Loja e interfere na sua soberania, quando tal medida é tomada
pelas Obediências.
Os Obreiros é que devem ter discernimento para evitar perda de
tempo com assuntos irrelevantes; o Venerável também têm que ter discernimento
para evitar que a sessão se estenda sem motivo justificado. Mas isso é uma
decisão da Oficina e não pode ser medida imposta pelas Obediências.
(Ir.: José
Castelani - in memorian)