"COWAN" é uma palavra desconhecida para uma boa parte da população
maçônica,
principalmente da nossa região. "Goteira", porém, muda um
pouco de
figura, sendo um termo nosso conhecido e o personagem
considerado perigoso
entre os Maçons.
Na
Inglaterra também tem o significado de Goteira e de Profano;
porém o termo
Covan não figurou na maçonaria Inglesa
até ser introduzido como que
oficialmente, pelo Escocês
Dr. James Anderson, em seu segundo "Livro das
Constituições",
em 1738 (quando da sua reforma).
Se
derivado do Grego o termo Cowan significa "CÃO" –
devido aos
curiosos e asquerosos hábitos daquele animal.
Queriam eles dizer que cães e
porcos estão sempre associados
à sujeira.
Um
dicionário de linguagem francesa, de Jeiniesom, diz que
Cowan é derivado da
palavra francesa "COION"
(um companheiro covarde) um (miserável
covarde),
sendo para alguns escritores um disparate, esta colocação.
As
pesquisas dos Irmãos Assis Carvalho e Xico Trolha, apontam
como
"Covan", um maçom que construía "muro seco" – isto é,
muros ou paredes sem o uso de cimento ou argamassa.
Entendemos que os Maçons
da época queriam dizer
que aqueles homens (os Covans) não tinham o principal
elemento cultural para ligar, convenientemente
(com argamassa = atributos),
as pedras preparadas com o
uso do "Maço" e do "Cinzel",
(ferramentas usadas pelos
"Canteiros ou fazedores de cantos em pedras da
época);
então, construíam, amontoando e aprumando simplesmente
as pedras
preparadas".
Diz-se ainda que o termo Covan foi extraído de um
documento
maçônico, em 1730, portanto, antes da Reforma da Constituição
de
Anderson em 1738, quando Samuel Prichard introduziu a
referida palavra num
diálogo existente no seu livro
"MASONRY DISSECTED":
P. – Onde se assenta o Aprendiz?
R. – No Norte.
P. – Qual a sua ocupação?
R. – Afastar os "COVANS" (curiosos) e bisbilhoteiros.
P. – Se um
bisbilhoteiro for apanhado, como deve ser castigado?
R. –Deve ser colocado sob o beiral da casa até que as Goteiras
da chuva, a
escorrer pelos seus ombros, saiam pelos sapatos.
Como
podemos ver, em 1930, duas palavras conhecidas nossas
nos dias de hoje
aparecem no referido livro Inglês.
Levantou-se
ainda que a Ata N° 0, da Loja Mãe do Mundo
"KILWINNING", de 1707,
antes ainda de 1730, registrou que
nenhum Maçom deve empregar um
"Cowan" (Maçom sem a Palavra),
para trabalhar. Isto significa que
naquela época quem não tinha uma
certa palavra, convencional, não podia
trabalhar para os maçons
regulares ou junto com eles. Assim como nos nossos
dias não
podemos ter ingresso às Lojas sem a P. ´. Sem.´., sabendo,
inclusive,
como transmiti-la;
A palavra
Cowan aparece frequentemente nos textos Escoceses,
significando: espião,
abelhudo, bisbilhoteiro etc., embora seu
significado na Maçonaria não era só
isso, podendo dar significação
a um Pedreiro que, após trabalhar determinado
tempo e ao final, não
conseguisse renovar o seu contrato, mesmo que
trabalhasse
sete anos, este Aprendiz de Pedreiro, somente por este tempo de
serviço, poderia não entrar para a "Fraternidade" (grupo organizado
de homens do Maço, Maçons), passando a ser considerado
um Cowan
(bisbilhoteiro), um estranho, um Goteira nos
assuntos de Maçonaria.
Seria o
mesmo, nos dias de hoje, que um Aprendiz ou Companheiro,
ao final do seu
Interstício não conseguisse, por algum motivo, ser
Elevado ou Exaltado, sendo
desligado do Quadro e não tendo mais
acesso aos trabalhos e ainda mais, sua
aproximação sendo
considerada a partir daí, um ato de curiosidade.
Como
dissemos, o termo COWAN entrou oficialmente para a
Maçonaria em 1738,
significando profano, embora se saiba
que esta designação, fora da Maçonaria
signifique uma pessoa
estranha às coisas religiosas, um ignorante às coisas
sagradas, etc.
O nosso
Irmão Assis Carvalho informa, inclusive, que o cargo
de Cobridor Externo
(Tyler em inglês), originou-se devido a
presença do Covan (Goteira), que se
aproximava para observar
os trabalhos da Loja e ouvir o que os Maçons falavam
ou faziam.
Quando um
Cowan (Goteira) se aproximava da Loja ou de um
grupo de Maçons, eles diziam:
CHOVE, GOTEIRA; se era
uma mulher que se aproximava, diziam:
NEVA, ESTÁ
NEVANDO. E imediatamente todos paravam
de falar, pelo menos em assuntos da
Maçonaria.
O termo
Goteira ou (Cowan em outro idioma) nos chama a
atenção até mesmo na C.´. de
Ref.´.: "Se a curiosidade
aqui te conduz, retira-te". O curioso
sempre foi mal visto
pelos Maçons.
No
passado, na Maçonaria Operativa, o tratamento dado aos
Cowans (Goteiras) era
o seguinte: quando se pegava alguém
espionando os trabalhos da Loja, que na
verdade
funcionavam em tavernas (tabernas), aplicavam-lhe uma
tremenda surra
e o colocavam embaixo das goteiras da
chuva para molhar-se todo. Se fosse
tempo seco, davam-lhe
um bom banho, isto depois de uma boa surra.
Finalmente,
depois de contarmos todos o milagres pesquisados
no Livro "Símbolos
Maçônicos" dos Irmãos Assis Carvalho
e Xico Trolha, vamos contar
(conforme entendemos), a origem
do termo ora estudado, o nosso famoso
"Goteira".
Consta nos
velhos escritos ingleses que, durante as reuniões
de Pedreiros alguns
curiosos subiam nos telhados das tavernas
(tabernas), penduravam-se nas
calhas ou nos beirais,
deitavam-se nos telhados e com as cabeças penduradas
como se fossem goteiras da chuva, tentavam ouvir e ver o
que falavam ou
faziam os Maçons durante as reuniões.
Quando
eram pegos, acontecia tudo aquilo que dissemos
anteriormente. Apanhavam e
eram colocados sob a goteira da
chuva já que gostavam de assim se
comportarem. Daí a
menção dos escritores de que a presença de um irmão
armado
de espada fora dos Templos (Cobridor Externo)
originou-se da necessidade dos
Maçons se protegerem
dos "Goteiras" daquela época.
O escritor
se posiciona em mais de uma vez em sua
pesquisa, quanto a necessidade de
termos uma única
Pal.´. Sem.´. entre as Potências, desde que regulares.
Do livro
"Símbolos Maçônicos"
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