SEDE FIRMES
"E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos
assusteis". Jesus (Lucas: 21-9.)
O aprendiz sincero de Cristo para merecer-lhe a assistência
generosa precisa conservar intangível o caráter resoluto. É indispensável que o
coração do discípulo se entregue às mãos do Mestre com a firmeza necessária.
Instituindo os princípios redentores do Evangelho, Jesus não
desconhecia que iniciava período imenso de lutas e trabalhos sacrificiais. Ele
que observava o orgulho romano, o dogmatismo farisaico, a vaidade e o
preconceito de todos os tempos, manteria a ingenuidade de crer no Evangelho
vitorioso sem suor e sem lágrimas?
Quando pronunciou a primeira palavra de amor, contava com os
inimigos gratuitos e esperava os embates inevitáveis. Por isso mesmo, seu
apostolado está cheio de luz, compaixão, verdade e bondade, mas igualmente
cheio de resistência.
As nações aflitas da Terra referem-se hoje à guerra de nervos com
o sabor da última novidade. No entanto, este gênero de combate preocupou o
Salvador, há dois mil anos. Jesus sabia que o medo é mais destrutivo que a
espada, que o homem atemorizado é homem vencido. Ninguém ignora que o conflito
devastador dos dias que correm é o duelo formidando da sombra contra a luz.
A vitória do bem reclama espíritos fortalecidos de coragem e fé,
acima de tudo. É indispensável combater a tensão nervosa, como quem sabe que o
medo é o adversário terrível oculto na cidadela de cada um. O mundo cheio de
sombras do mal não oferece lugar a espectadores. Cada homem deve encarregar-se
do trabalho que lhe compete. A guerra de nervos traz ameaças, gritos, terrores,
bombas, incêndios, metralhadoras, mas o defensor do bem traz o caráter firme,
solidificado na confiança em Deus e em si mesmo. O discípulo do Senhor não
ignora que os cristãos morreram nos circos, de mãos vazias, mas na qualidade de
combatentes pelo bem e pela verdade.
Nestas horas de apreensões justas, recordai as palavras serenas do
Mestre: - "E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos
assusteis".
Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Harmonização. Lição nº 19. Página 101.
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