Na Lembrança dos Mortos
Anthero do
Quental
Das sombras,
onde a Morte se levanta
- Enlutada
madona do poente -
Também procede
a luz resplandecente
Da verdade
imortal, profunda e santa.
No túmulo, o
mistério se agiganta,
Torturando a
razão desfalecente...
Em seu portal,
o Sol volta ao nascente
E a vida
generosa brilha e canta.
Oh! ciência,
que sondas de mãos cegas,
Em vão
procuras Deus! Debalde negas!...
A miséria de
luz é o teu contraste.
Além da morte,
encontrarás, chorando,
O quadro
doloroso e miserando
Dos monstros
pavorosos que criaste.
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