Antes de pronunciar, devemos
“medir” a palavra. O bom ou mau emprego que os homens fazem das palavras e
pensamentos é a causa da maioria das misérias ou das felicidades por que
passam.
Na verdade, o mundo em que vivemos
foi criado por nossos pensamentos e palavras, pois somos hoje fruto do que
pensamos ontem e seremos amanhã fruto do que pensamos agora.
Todos nós, por certo, já tivemos
oportunidade de ver, ao lançarmos uma pedra no meio de uma poça d’água, que
se formam ondas concêntricas que vão até as margens. Não percebemos,
entretanto, que essas ondas retornam ao ponto em que caiu a pedra. É o que
ocorre com os pensamentos e palavras que emitimos e pronunciamos. Eles põem
em movimento certas vibrações que se propagam em círculos crescentes até
alcançarem o universo, voltando em seguida ao seu emissor.
Basta meditarmos um pouco a esse
respeito para verificarmos que, de fato, os pensamentos são como mensagens
que enviamos e retornam a nós, mais cedo ou mais tarde.
Dos sinais escritos ou sonoros que
utilizarmos para comunicarmos com nossos semelhantes, a PALAVRA, é a unidade
mais simples. A comunicação pela palavra vocal, é uma das experiências mais
admiráveis de nossa condição de seres espirituais e biológicos. Com uma
simples vibração sonora, captada pelo ouvido do interlocutor, podemos
transmitir as idéias abstratas e os sentimentos mais sutis. Deduz-se pois,
ser um aviltamento da dignidade humana, valer-se da PALAVRA que é um puro
sinal, para veicular a MENTIRA. Em várias oportunidades empenhamos nossas
palavras através de juramento, os quais, não devemos olvidá-los jamais. Se
temos discernimento suficiente para distinguir o BEM do MAL, o CERTO do
ERRADO, a VERDADE da MENTIRA, a JUSTIÇA da INJUSTIÇA, por quê, juramos? O
ideal, seria que não se falseasse a “VERDADE”, porém, da forma quem sabe
irrefletida, ela é camuflada para vitória da “MENTIRA”, embora esta seja
notada e repudiada. Nossas palavras, devem ser tão honestas que correspondam
à sua função de possibilitar a comunicação entre os homens e especialmente
entre os IRMÃOS, à base da VERDADE, da LIBERDADE, da SINCERIDADE, da JUSTIÇA
para que efetivamente, sejamos todos iguais nos nossos DEVERES, DIREITOS, na
LIBERDADE DE PENSAR, seguir, agir e sobretudo na MORAL. A MORAL dignifica e
eleva o homem, possibilitando o seu ingresso na Sublime Instituição. Na
PALAVRA não deve haver sofisma que é o argumento falso, intencionalmente
feito para induzir outrem ao erro. E quantos já não foram persuadidos ao
erro?
Todos estamos sujeitos a cometer
erros. Ninguém alcançou a alta posição em que se ache tão livre do erro, e
quando alguém chega a esse estado, não condena; compadece-se das condições
limitadas de seu irmão e procura fazer-lhe mais fácil a vida pela alegria e a
bondade. Lembremo-nos do poder do pensamento e empreguemo-lo para ajudar e
não para dificultar. Devemos despir-nos das ilusões de erudição e
intelectualidade e com a grandeza que pressentimos pelo coração, sem
desprezar os Irmãos menos ilustrados e que entendemos pela razão, veremos que
nosso caminho na vida se tornará mais fácil e nosso ambiente mais harmonioso
e belo.
A PALAVRA, pode mudar o sentido da
intenção; daí, a razão para que nos exercitamos em dizer somente a VERDADE e
nada mais que a pura VERDADE. A PALAVRA certa deve ser o reflexo exato de
nossa idéia. A PALAVRA exata deve ser o instrumento perfeito para corrigir,
ensinar, esclarecer, orientar e sobretudo, decidir com segurança e firmeza. A
PALAVRA deve ser o cinzel de esculpir amigos e IRMÃOS; deve ser o instrumento
da PAZ universal e a base fundamental para o justo e perfeito funcionamento
das Oficinas Maçônicas, que aqui estão para nos fazer aprender e progredir e
para tanto nos solicita ações e palavras compatíveis.
Falemos pois com reflexão, usando
apenas palavras incentivadoras do bem, do amor e da verdade, dando o exemplo
daquilo que queremos para todos nós, qual seja a tarefa de lapidar os nossos
próprios defeitos; - já disse alguém que, ao apontarmos nosso indicador para
condenar uma pessoa, estamos apontando, ao mesmo tempo, o mínimo, o anular e
o médio para nós mesmos. Isto significa que o mal que vemos nos outros está
em nós, embora algumas vezes em estado latente, assemelhando-se à gota d’água
que, se olhada ao microscópio, apresenta inúmeras impurezas, apesar de a
vermos normalmente cristalina e pura.
Certas expressões, determinadas
palavras, especialmente as chulas e pejorativas, devem ser evitadas. Se já o
deve ser em nosso cotidiano, até por uma questão de decência e educação, que
dizer então quando no uso da PALAVRA, dirigindo-nos aos Aprendizes e
Companheiros que esperam o melhor de seus Mestres? Sim, pois, considerando
que o objetivo da Maçonaria é o aprimoramento intelecto-moral do ser humano,
toda expressão, frase, palavra que usemos, que seja para construir, elevar,
moralizar.
Convenhamos que certas palavras e
expressões do cotidiano da vida humana denigrem a boa formação moral que
desejamos conquistar e transmitir às pessoas que porventura nos ouçam.
Lembremo-nos de que: “Da conduta
dos Maçons depende o destino da Sublime Instituição”.
Claro que isto não é exclusivo com
o uso da PALAVRA, mas estende-se a toda e qualquer atividade, qualquer que
seja ela em sua execução nas Lojas Maçônicas, devem estar coerentes com a
própria índole doutrinária da Maçonaria: seriedade, bondade, afeto, respeito,
solidariedade, discrição, caridade, tolerância, enfim...
Aqui falamos entre Irmãos. É aqui
que desbastamos e lapidamos os nossos erros e exaltamos os nossos acertos. Se
temos uma idéia para apresentar em Loja, devemos fazê-lo não importa se
falamos o idioma corretamente, com incorreções ou sotaques, com eloqüência,
adornos empolados ou pomposos. Nada adianta a forma primorosa do discurso, se
vazio de conteúdo. É claro que uns falam com facilidade, as palavras fluem
maravilhosamente em seus lábios e outros tropeçam a cada palavra pronunciada,
mas o importante é que a imaginação, a idéia, seja externada aos demais. Não
é por não sabermos falar em público que vamos deixar de apresentar a nossa
opinião, a nossa sugestão, a nossa crítica construtiva, sobre determinado
assunto. A Loja é a nossa casa e nos reunimos ao lado dos nossos Irmãos, por
que ficarmos mudos?
Mesmo quando argumentam algo sobre
o que discordamos, sempre podemos elogiar a justeza e os conceitos apesar do
nosso desacordo. Isso ameniza a argumentação e contribui para o respeito
mútuo entre os Irmãos. Não haverá susceptibilidade ferida. Chega até a causar
no discordado a agradável impressão de que “cresceu”. O amor próprio
permanece intacto e chega-se ao objetivo deixando como lastro um bom clima de
entendimento na Loja, irmanando-nos cada vez mais. Quem meditar sobre isto,
acabará por concluir que usamos impropriamente o verbo perder, pois na realidade
ganhamos. Ganhou o Irmão do qual discordamos e ganhamos todos nós.
Mas vejam bem meus Irmãos, até em
simples votação em Ordem do Dia, acontecem desentendimentos e até a propalada
quebra de harmonia, quando um Irmão se aborrece por uma proposta sua ter sido
rejeitada. Será que somos o supra-sumo, o auge, o requinte da verdade, para
que todas as nossas propostas sejam as melhores e aprovadas? Temos que ser
humildes e submeter-nos à sabedoria da Assembléia, que é formada por homens
livres e de bons costumes.
Se desejarmos um mundo melhor,
procuremos em primeiro lugar, melhorar-nos controlando nossa mente e nossa
língua, a fim de não ferirmos ninguém por pensamentos ou palavras.
Como Obreiros do Grande Arquiteto
do Universo, prestemos, pois, muita atenção no que PENSAMOS, no que FALAMOS e
no que FAZEMOS e como fazemos, procurando sempre construir um mundo de
harmonia, felicidade e paz, mediante a argamassa de pensamentos de
compreensão e tijolos de palavras de amor e bondade.
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402
Devemos ser em nossos Templos,
fábricas incessantes de fraternidade, carinho, ajuda, compreensão, de
Verdade, de tolerância, de harmonia, para podermos distribuir os mesmos, além
do portal de nossos Templos. Não poderemos repartir essas virtudes se não as
praticarmos e as produzirmos em grande quantidade.
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
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