Ser Mestre do
Povo Maçônico
Nós, Maçons, temos de fazer mais, muito mais do que
temos feito até hoje!
Mestre – Temos certeza de que muitos Mestres não
podem dedicar-se ao estudo da Arte Real, talvez como desejassem. Uns por falta
absoluta de tempo, estudar exige certo esforço, continuidade e memorização;
todos nós estamos aptos ao estudo, alguns, porém, devido suas obrigações
profanas, não têm essa disponibilidade; outros pela falta do hábito de ler. Em
Maçonaria, o estudo é trabalho do Companheiro; o
Aprendiz, na realidade, não estuda, apenas observa; mais tarde, aplica o que
observou ao estudo, que é a aplicação do seu conhecimento incipiente, para
enriquecê-lo. O maçom, antes de vir a ser Mestre, deve passar pela escola como
discípulo.
Atingido o mestrado, o maçom aprofunda o seu estudo
para descobrir o que está oculto, para atualizar-se e tornar-se sábio. O maçom
deve instruir-se para compreender, e só alcançará a meta desejada por meio do
estudo, que exige constância, dedicação e, sobretudo, força de vontade.
Contudo, o Mestre precisa para dar instruções em
Loja para os Aprendizes e Companheiros Maçons, explicar tópicos desta ou
daquela lição, estar preparado. Há sempre alguma coisa que passa despercebida,
mas o Mestre precisa estar atento porque, quando menos se espera, pode surgir
alguma pergunta cuja resposta precisa ser dada. Ninguém deve falar se não tiver
certeza do que vai dizer. Daí por que o Mestre
nunca deve deixar de preparar a lição para a próxima Loja.
Há Mestres que falam com facilidade, senhores do
assunto e são imediatamente compreendidos. Mas, há outros que nunca devem abrir
a boca. Nota-se que não conhecem nada daquilo que pretendem explicar.
O mais triste em uma Loja é constatar a
mediocridade de seus membros, que não dão ao estudo a importância necessária.
Quem não estuda, corre o risco de inventar. Nossa Sublime Instituição não é
feita de invenções, não admite invencionices.
Estudar conduz ao aprendizado, e este à realização.
Estude a si mesmo, observando que o auto conhecimento traz humildade e sem
humildade é impossível ser um verdadeiro Maçom.
Marchas e Sinais – As marchas e os Sinais são de
caráter obrigatório para os Maçons que são recebidos no Templo quando os
trabalhos já foram iniciados. É bom lembrar que estando a Loja funcionando em
qualquer dos Graus, a entrada e a saudação são sempre do Primeiro Grau. A
marcha de Mestre, em geral, só é usada por ocasião da Iniciação (exaltação) a
esse
Grau. No Rito Escocês Antigo e Aceito a marcha é
iniciada com o pé esquerdo, enquanto que no Rito Francês ela é rompida com o pé
direito.
As marchas, em qualquer dos Graus, devem ser bem
ensinadas, logo nas primeiras Lojas.
Sobre os Sinais nada diremos para não desobedecer
àquilo que a Maçonaria nos ensina, isto é, para não irmos de encontro a lei do
sigilo. Queremos chamar atenção para alguns erros que são cometidos,
continuamente, por ignorância das “leis” que regem a matéria.
Atenção! É erro crasso fazer-se qualquer dos Sinais
se não estivermos com as mãos inteiramente livres. Portanto, se o Obreiro
estiver lendo, por exemplo, o Ritual ou uma carta, ou qualquer outra coisa,
segurando o objeto em que está escrito o teor da leitura, ele não pode fazer
qualquer sinal e se o fizer estará cometendo erro imperdoável.
Repetindo: qualquer um dos Sinais só poderá ser
feito se as mãos estiverem inteiramente livres.
Ingresso no Templo – Ao ingressar no Templo,
far-se-á a saudação ao Venerável e aos Vigilantes. No entanto, é bom saber que,
nos ritos teístas, a saudação que se faz ao cruzar o equador do Templo, é
dirigida ao Delta Luminoso, representação do Grande Arquiteto do Universo.
Grau de Mestre – Título dado inicialmente ao
Companheiro destinado a dirigir um canteiro de obras, entre os talhadores de
pedra, do início da incipiente Maçonaria. Segundo Castellani, o Grau de Mestre
Maçom, só surgiu no ano 1723 – depois da criação, em 1717, da Primeira Grande Loja,
em Londres e só seria implantado a partir de 1738. Com o surgimento do terceiro
grau, ampliou-se a Maçonaria operativa; posteriormente, entendeu-se como
apurar os conhecimentos de forma intelectual, passando a ser denominada de
simbólica “Maçonaria especulativa”. Pode-se dizer que este Grau faz do Maçom um
verdadeiro Mestre na arte da vida, porque lhe ensina qual é sua verdadeira
missão sobre a terra e o papel que sua inteligência e seu valor devem
desempenhar em todos os transes da vida.
A palavra Mestre provém do latim magister, e
significa aquele que ensina e dirige; cada discípulo terá seu Mestre,
inexistirá discípulo se não houver um Mestre.
Desde a Iniciação, o Iniciado passa a ser um maçom
completo; mas, com o constante progresso e armazenamento dos conhecimentos,
esse maçom sobe de grau em grau até atingir o “ápice da pirâmide”, quando se
torna Mestre. Mesmo Aprendiz, o maçom deve aspirar ascender e, com zelo e
pertinácia, evoluir dentro de seu rito, até atingir o conhecimento máximo e
situar-se em uma posição de mestrado para ser Mestre de seus Irmãos.
Sendo a Maçonaria uma escola, nela haverá
aprendizado; a titularidade máxima no simbolismo é a do Grão-Mestre, que
significa “grande Mestre”, e nas Lojas a autoridade maior será do Venerável
Mestre. Na Maçonaria Simbólica, o Grau de Mestre constitui o teto máximo
atingido; com o mestrado, o maçom adquire todas as prerrogativas maçônicas.
Em uma Loja, o Mestre tem atribuições
administrativas específicas e atribuições inerentes à sua evolução; nesse caso,
tem a obrigação de orientar e ensinar os aprendizes e companheiros, sem que
estes o peçam, pois não poderá manter-se Mestre sem ter sob sua espontânea
responsabilidade pelo menos um Aprendiz.
Todo proponente de um candidato à Iniciação passará
a ser Mestre do proposto, tanto no Primeiro como no Segundo Grau. “O maior deve
ser aquele que serve e honra os menores”.
Os aprendizes e companheiros, vencido o prazo de
interstício, têm a obrigação de alcançar o mestrado e assim receber todos os
sigilos e conhecimentos maçônicos.
A Tolerância - O maçom deve estar alerta quanto ao
recebimento das agressões e das ofensas; embora não haja necessidade evangélica
de oferecer a outra face, o fato de exercitar a tolerância equivale a esse
oferecimento que a mente comanda e o espírito aceita.
O Maçom considera a tolerância como uma virtude.
Voltaire afirmou: “Não concordo com nenhuma palavra
do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las”. Está aí
uma síntese fundamental da aceitação, da paciência, enfim, do respeito ao juízo
diferente. Tolerar também significa avaliar o conceito de verdade
expresso pelo interlocutor, desde que não se
contraponha aos fatos, já que nada é mais intolerante do que a certeza de se
ter razão. Por outro lado, a certeza de se ter razão leva ao fanatismo. E toda
verdade é verdadeira, mas não é a única.
Fonte de consulta: CARTILHA DO MESTRE / Raimundo
Rodrigues
Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. – Londrina – PR.
Ser Mestre
Ser mestre significa ser Mestre de si mesmo,
trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio
aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que
simples aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos denominemos Mestres.
Ser mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à
coletividade, e que isso por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem
estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre á acender luzes pelo caminho por que
passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e
compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e
erros dos outros, mas
saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser
ajudado.
Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o
odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas minhas realizações.
Autor - Ir Valdemar Sansão
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