MAÇONARIA: MÁRIO
BEHRING
Mário Marinho de Carvalho Behring, mineiro de nascimento, nascido aos 27 dias do mês de janeiro do ano de 1876, aos 22 anos iniciou na Loja Maçônica “União Cosmopolita” em Ponte Nova MG onde mais tarde veio a empunhar o Malhete da Sabedoria.
Em 1901, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro. Foi eleito em 1906, Grande Secretário Adjunto do GOB, até então única Obediência Maçônica no Brasil.
Mário Behring aceitou a sua eleição, em 1907 para Membro Efetivo do então Supremo Conselho do Grau 33 para os Estados Unidos do Brasil. A interinidade do seu Grão-Mestrado de 10/08/20 a 19/11/20 e de 25/12/20 a 22/04/21 valeu-lhe a experiência da efetividade do seu mandato no período de 28/06/22 a 13/07/25 vez que, lutando em todas as frentes pela regularidade da maçonaria brasileira, inclusive junta ao Congresso Internacional de Lausanne, em 1921, reconhecia a necessidade de não confundir as administrações do Simbolismo com o chamado “Filosofismo”.
Isso, entretanto, não vingou por muito tempo, eis que forças e interesses se levantaram a ponto de levar o Grão-Mestre Fonseca Hermes à renúncia, instalando-se em seu lugar Octavio Kelly, o qual, desrespeitando todo esforço anteriormente feito e toda a Legislação Maçônica Internacional, passou a exercer, de modo hostil, os cargos de Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador, mesmo não tendo sido eleito para este último cargo mas se auto-proclamando como tal.
Mário Behring, em 20/06/27, vendo-se espoliado na legitimidade e regularidade do seu cargo, e, sentindo a responsabilidade dos compromissos assumidos no exterior, uma vez que somente quando deu ao Supremo Conselho do Brasil personalidade jurídica distinta do GOB é que foi admitido no Congresso de Lausanne, retirou-se do Grande Oriente do Brasil e promoveu a fundação das Grandes Lojas Brasileiras.
Mário Behring, considerado o “pai das Grandes Lojas brasileiras” (CMSB), faleceu em 14 de Junho de 1933.
Quem foi Mário Behring
[trascrição do site da CMSB]
Ao tentarmos dizer alguma coisa
sobre a figura exponencial de MÁRIO BEHRING, fazemos com o maior respeito e
admiração.
Entendemos que nunca devemos negar os
justos aplausos aos que, conscientes da verdade dos fatos e do direito,
dispõem-se a colocar sobre os próprios ombros, o julgamento da história.
Já temos aprendido, sobejamente, que
errar é humano; permanecer no erro é obstinação.
Os adversários do nosso Ilustre Irmão
MÁRIO BEHRING, costumam apontar-lhe erros e omissões com o fim precípuo de
desmerecer o seu caráter ou ofuscar o brilho de suas ideias e o ímpeto de sua
coragem.
Certamente, não é fácil lutar contra
os “poderosos”, mas não é difícil, estamos convencidos, usar o bom senso para
bem esclarecer os que na defesa dos próprios interesses ou de grupos, preferem
perpetuar-se desfilando, propositadamente, nos caminhos perigosos da incerteza
e da insegurança.
MÁRIO MARINHO DE
CARVALHO BEHRING, mineiro de nascimento, nascido aos 27 dias do mês de janeiro do ano de
1876, isto é, a pouco mais de um século, no alvorecer de sua maioridade, isto
é, aos 22 anos, transpôs o pórtico da Loja Maçônica “UNIÃO COSMOPOLITA”, lá
mesmo em Minas Gerais, onde, mais tarde, sem muito se demorar, veio a empunhar
o Primeiro Malhete de sua Oficina.
Ponderado em suas palavras, porém
desassombrado em suas atitudes MÁRIO BEHRING, conforme a filosofia dos seus
tempos, logo iniciou uma luta sem quartel em favor da liberdade de pensamento e
contra os radicalismos de todas as espécies, principalmente, o religioso.
No início do século passado, ou seja,
em 1901, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, então capital da
República, onde pelo seu comprovado gosto pelos estudos sobre os assuntos
Maçônicos, veio a ser nomeado Membro da Comissão de Redação do Boletim Oficial
do Grande Oriente do Brasil, então única Potência Maçônicas existente no
Brasil, originário da Loja “Comércio e Artes” que, subdividindo-se em três,
isto é , da mesma “Comércio e Artes”, “União e Tranquilidade” e “Esperança de
Niterói”, fundou o GOB em 17 de Junho de 1822, conforme consta de seus
registros.
É bem de ver que, tão logo MÁRIO BEHRING
começou a comparar os resultados dos seus estudos sobre a ORDEM com as
estruturas do GOB, passou a querer influenciar na reformulação dos
procedimentos do mesmo, principalmente, quando renunciou a sua eleição, em 1903
para Membro efetivo do Gr:. Capítulo do Rito Francês ou Moderno, numa
irrecusável demonstração aos menos avisados de que, embora combatesse,
febrilmente, o sectarismo e intolerância religiosas, cultivava a sua crença no
G.A.D.U. e na imortalidade da alma, postulados não aceitos pelo referido Rito,
apesar de nele haver inicialmente orientado os seus primeiros passos.
Continuou MÁRIO BEHRING Membro da
Comissão de Redação do Boletim Oficial desde 1902 até 1905, tendo sido eleito
em 1906, Grande Secretário Adjunto, quando, mais uma vez, usando de seus
conhecimentos, elaborou, em 1907, o projeto da Constituição do GOB que pela
conotação liberalista emprestado aos seus dispositivos, tenderia, fatalmente, à
regularidade, não somente de suas origens, mas, sobretudo, dos seus trabalhos,
não fosse o desvirtuamento que lhe deu uma Comissão de 18 Membros encarregados
de sua redação final, para proteger os interesses contrariados pelo trabalho de
MÁRIO BEHRING.
Apesar de toda sua luta e influência,
MÁRIO BEHRING não conseguiu ver vitoriosos os seus pontos de vista que, em
última análise, era uma tomada de posição em consonância com o desenvolvimento
da Maçonaria Universal.
Mais esclarecido na investigação da
verdade e desejando prosseguir, sob os eflúvios do G.A.D.U., no seu
empreendimento, MÁRIO BEHRING aceitou a sua eleição, em 1907 para Membro
Efetivo do então Supremo Conselho do Grau 33 para os Estados Unidos do Brasil
de onde poderia melhor combater os desmandos a que era submetida a nossa Ordem
no Brasil, pelos excessos de poder e apaixonada vaidade dos que se aproveitavam
da Ordem ao seu bel-prazer, ainda que esse comportamento pudesse redundar em
prejuízo para os verdadeiros objetivos de nossa Instituição.
Sem dúvida, entre os que se opuseram
às idéias de MÁRIO BEHRING encontravam-se homens que, apenas por erro de
observação ou possível desconhecimento da universal regularidade então buscada,
permaneceram na arraigada defesa das suas posições.
Todavia, pelo entusiasmo de suas
palavras e pela seriedade de seus propósitos, MÁRIO BEHRING começava a encontrar
apoio dos que viam nele um líder eficiente e capaz de tomar uma posição em
favor da regularidade da nossa ORDEM no Brasil, ainda que isso lhe custasse,
presumivelmente, muito suor e muitas lágrimas.
A interinidade do seu Grão-Mestrado
de 10/08/20 a 19/11/20 e de 25/12/20 e 22/04/21, valeu-lhe a experiência da
efetividade do seu mandato no período de 28/06/22 a 13/07/25 vez que, lutando
em todas as frentes, por nossa regularidade, inclusive junta ao Congresso
Internacional de Lausanne, em 1921, reconhecia, com maior força de argumentos,
a necessidade de não confundir as administrações do Simbolismo com o
Filosofismo.
Terminado o seu mandato de
Grão-Mestre, MÁRIO BEHRING, passou o Malhete ao seu sucessor Venâncio Neiva, o
qual, procurando coonestar o movimento encabeçado por MÁRIO BEHRING, elaborou
um Tratado a ser firmado entre os Graus Simbólicos e os Graus Filosóficos.
Infelizmente, por ter, se passado para o Oriente Eterno aquele irmão não pode
firmá-lo, cabendo ao seu sucessor Fonseca Hermes, a responsabilidade de
fazê-lo.
Dava-se ao Tratado a significação de
vida não dependente, porém, harmônica entre as duas administrações.
Isso, entretanto, não vingou por
muito tempo, eis que forças e interesses se levantaram a ponto de levar o
Grão-Mestre Fonseca Hermes à renúncia, instalando-se em seu lugar Octavio
Kelly, o qual, desrespeitando todo esforço anteriormente feito e a legislação
Maçônica Internacional, passou a exercer, de modo hostil, os cargos de
Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador, mesmo não tendo sido eleito para este
último cargo.
Com essa atitude o Grão-Mestre
Octavio Kelly proclamando-se, também, Soberano Grande Comendador, rompeu o
Tratado assinado em outubro de 1926 e deu lugar a que MÁRIO BEHRING, em
20/06/27, vendo-se espoliado na legitimidade e regularidade do seu cargo, e,
sentindo a responsabilidade dos compromissos assumidos no exterior, uma vez que
somente avocando o DEC, de 01/06/21, que dava ao Supremo Conselho do Brasil,
personalidade jurídica distinta do GOB é que foi admitido no Congresso de
Lausanne e confiando nos que haviam de defender, a qualquer custo, os
postulados que ensejaram o reconhecimento da Maçonaria Brasileira entre seus
Irmãos do Universo, retirou-se do Grande Oriente do Brasil e estimulou a
fundação das Grandes Lojas Brasileiras.
MÁRIO BEHRING era um engenheiro e não
um advogado como muitos pensam ter sido, pelo ardor de sua luta e pela firmeza
dos seus argumentos diante dos mais renomados jurisconsultos seus opositores. O
seu desmedido interesse pela leitura dos assuntos maçônicos e o desejo de
projetar a nossa ORDEM no concerto Universal, impulsionaram-no a fundar as
Grandes Lojas Brasileiras há 80 anos passados.
Sem embargo, podemos afirmar com
SALVADOR MOSCOSO, em seu trabalho publicado na Revista “ASTRÉA” de dezembro de
1966; “o homem maçom que volver os OLHOS para a história e a experiência de
Mário Behring, não escreveria um livro, mas faria um exame de consciência”.
Mário Behring, quis legar os
vindouros, através de páginas expressivas na história Maçônica Brasileira, algo
da própria respiração, fazendo dele documento animado de personalidade. Foi tão
fiel o retrato de suas ações que o oferecem aos seus Irmãos como valioso
presente, narração dos movimentos avulsos da sua sensibilidade nas várias
emergências da vida.
Nunca se observou o cansaço, havendo,
em todos os excertos, a corajosa decisão de quem se propôs inventariar como
Maçom e por isso com serenidade, os passos das transatas caminhadas.
O futuro há de saborear, avidamente,
a sua história porque nela se guarda o Maçom insigne que a escreveu. Nela
ficará, fielmente o retrato, e para todo o sempre, Mário Behring com aquela
emoção, educada e sutil, de quem sempre desprezou as falsas pompas.
Aí estão, em rápidas pinceladas sem
retoques, alguns traços da marcante e exemplar personalidade do Paladino da
Regularidade Maçônica Brasileira que, ao seu tempo, soube honrar os juramentos
feitos e os compromissos assumidos perante o G.A.D.U., e a sua consciência.
MÁRIO BEHRING soube respeitar a dignidade dos seus semelhantes, sem ostentação
ou falsa modéstia.
Em 14 de Junho de 1933 quando viajou
para o Oriente Eterno, deixou-nos, tal qual um vigoroso cometa, um rastro de
intensa claridade a nos guiar pelos caminhos do equilíbrio, da moral e da
razão.
Transcrito de Nós e a X Conferência da CMI.
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