O argumento
Ante os
amados que te não compreendem, estimarias que todos cressem conforme crês.
Alguns jazem
desesperados nas trevas do pessimismo.
Outros caem,
pouco a pouco, no abismo da negação.
Há muitos que
te lançam insulto em rosto, como se a tua convicção fosse passo à loucura.
E
surpreendes, em cada canto, aqueles que te falam pelo diapasão da ironia.
Mergulhas-te,
muitas vezes, no oceano revolto das palavras veementes que os opositores, de
imediato, não podem admitir; em outras ocasiões, desejas acontecimentos
inusitados, que lhes alterem o modo de pensar e de ser.
Entretanto,
recordemos o Cristo.
Ninguém,
quanto ele, deixou na retaguarda tantas demonstrações de poder celeste.
Deu nova
estrutura à forma dos elementos.
Apaziguou as
energias desvairadas da Natureza.
Reaqueceu
corpos que a morte imobilizava.
Restituiu a
visão aos cegos.
Restaurou
paralíticos.
Limpou
feridentos.
Curou
alienados mentais.
Operou
maravilhas, somente atribuíveis à ciência divina.
Contudo, não
foi pelos deslumbramentos produzidos que se converteu em mentor excelso da
Humanidade.
Jesus
agiganta-se, na esteira dos séculos, pela força do exemplo.
Anjo –
caminhou entre os homens.
Senhor do
mundo – não reteve uma pedra para repousar a cabeça.
Sábio – foi
simples.
Grande – alinhou-se
entre os pequenos.
Juiz dos
juizes – espalhou a misericórdia.
Caluniado –
lançou bênçãos.
Traído – não
reclamou.
Acusado –
humilhou a si mesmo.
Ferido –
esqueceu toda ofensa.
Injuriado –
silenciou.
Crucificado –
pediu perdão para os próprios verdugos.
Abandonado –
voltou para auxiliar.
Ação é voz
que fala à razão.
Se aspiras,
assim, a convencer os que te rodeiam, quanto à verdade, não olvides que, acima
de todos os fenômenos passageiros e discutíveis, o único argumento edificante
de que dispões é o de tua própria conduta, no livro da própria vida.
Emmanuel
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