Adversidades
Para atravessar as adversidades, nada é mais
gratificante do recorrer à lealdade e amizade dos verdadeiros Irmãos.(Quando
falo Irmão me refiro àqueles que não abrem mão da lucidez, da coragem e
integridade).
Agradeço, todos os dias, pela oportunidade de ingresso em divisar a Fiat Lux e
respirar climax de liberdade, igualdade e fraternidade. Permitam-me dizer
que atravessei apenas duas ocorrências pessoais adversas ocorridas este
ano.
Observa
Shakespeare que "A adversidade também dá bons frutos". Além de
compreendermos de que nessa hora de adversidade, vemos, sentimos o que
realmente somos, como cita o filósofo Lucrécio, "É então que as expressões
sinceras são arrancadas dos recônditos do seu peito. A máscara é arrancada;
resta a realidade."
Na nossa caminhada sempre existirão percalços na
estrada, quem inicia uma viagem está sujeito aos tropeços naturais da jornada.
Não poderemos nos iludir, passaremos por caminhos ásperos, com objetivos de
testes e provavelmente como uma mão divina nos chamando à ordem.Um dos dias
mais difíceis desta ano foi quando fui participar da iniciação Demoly, e,
fiquei profundamente chocado quando num quarto de espera e preparação dos
forasteiros, existia um verdadeiro holocausto, um quarto de torturas e aquele
quadro grotesco com principiantes cheios de esperanças sendo humilhados e
torturados(oportunamente/posteriormente houve a retratação do ato insano),
vislumbramos Shakespeare em Hamlet, "Quando vêm tristezas, não vêm
isoladas como espiãs, mas aos batalhões."
Outro quadro desolador foi um profano ser iniciado, tendo o mesmo graves
indícios de doenças morais e cegos os Irmãos não desejavam divisar o
procedimento equivocado do profano, certamente por existir interesse escusos e
comprometimento distantes da ética, do bom senso e da moral, sendo levado
apenas como um caso pessoal, um caso comercial. Lamentavelmente, cego não é
aquele que não vê, mas aquele que tendo a visão, não deseja vê.
Tudo na vida é lição, compreendemos que o mal que nos faz mal, não é o
mal que os outros nos faz, mas, o mal que nós fazemos aos outros. Assim os
golpes da adversidades são excelentes oportunidades para burilar os nossos
corações e não arredarmos o pé do bom, do belo e do justo. Doa
a quem doer, o nosso comprometimento é com a VERDADE.
Não nos curvaremos a hipocrisia, a bajulação e a banalidade.
"A pedra não pode ser polida sem fricção, nem o homem ser aperfeiçoado sem
provação", diz um provérbio chinês.
Com muita propriedade, o genial Rui Barbosa nos ensinou que "não devemos
usar o direito da força, mas a força do direito".
Sempre, devemos firmar-nos em objetivo que nos enderecem ao bem, aos bons
costumes e respeito ao próximo, pois tudo vale a pena deste que não alimentemos
sentimentos turvos e tenebrosos.
Toda subida é difícil, requer esforços, trabalho, perseverança e amor.
Portanto, já foi dito há mais de cem anos pelo clérigo Henry Ward Beecher,
"estamos sempre na forja, ou na bigorna, através das provações, Deus está
nos moldando para propósitos mais elevados".
Para finalizar, expresso a minha alegria quando me
encontro dentro de uma Oficina e observando o Norte, o Sul e o Oriente vejo
verdadeiras jóias preciosas, na qualidade de Irmãos, que não
arredam em hipótese alguma o compromisso que assumiram de trabalhar o
compasso moral, com carinho, fraternidade e conhecimento de que
a união e o amor é a nossa bandeira. E, ainda, de sobremesa oferecemos a
sabedoria de aprendemos uns com os outros.
Nós, maçons, não poderemos mais nos
amedrontar, como fez o poeta Castro Alves, ante o infame sofrimento dos
escravos, quando desesperado, chorando e a alma em chamas perguntava a pleno
pulmões. Onde está o Deus dos Desgraçados!
Somos ricos, meus irmãos, pois o GADU está em
cada um de nós.
S. F. U.
Walter Sarmento de Sá Filho
M.`.M.`. 33º
Sousa (PB) GLMEPB – REEAA
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