Quem são os
inimigos básicos da Maçonaria?
Os inimigos da Maçonaria não são nunca os
homens, são os conceitos, as idéias que se opõem ao progresso. Os inimigos são
o fanatismo, a ignorância, a ambição; e é contra estes inimigos que
continuamente luta a Maçonaria.
Neste
início do século XXI podemos observar como de diferentes formas estes inimigos
continuam operando. A sociedade ocidental está fazendo especial ênfase nestes
valores negativos e continua fazendo que o “homem
seja o lobo do próprio homem” realizando afirmações tais como as que
assinalam a existência de um eixo do mal e por tanto, a existência de seres possuidores
da bondade e outros da maldade.
O
PRIMEIRO INIMIGO, os fundamentalistas de determinadas confissões políticas e/ou
religiosas, os fanatismos que fazem que só eu
seja o possuidor da verdade e ninguém mais; estes fanáticos se comportam
com total falta de liberdade real, já que seu objetivo é que exista um
pensamento único, e que todo mundo veja através da forma que eu apresento, já
que eu estou com a verdade absoluta cada vez mais presente.
O
SEGUNDO INIMIGO, que continua vigente neste século é a ignorância. Parece até
um pouco paradoxo esta afirmação, mas temos elementos que nos permitem
sustentar esta afirmação. O feito de que as tecnologias avançaram, de que a
comunicação seja muito rápida, de que podemos utilizar Internet e nos colocar
em contato imediato com todo o mundo, poderá dar lugar a pensar que há
diminuído o nível de ignorância mas pelo contrário, isto tem feito aumentar já
que se pensa menos, se tenha menos critérios, seja menos livre a maneira de
analisar e pensar. Como prova disto, encontramos analisando os diferentes meios
de informação e de comunicação, vemos que cada vez estão mais globalizados, são
mais idênticos, e com isto se produz uma menor capacidade de pensamento;
podemos observar também uma formação acadêmica muito mais fechada, mais
tecnocrática e com menor capacidade criativa individual.
Possuímos
uma grande massa de informações, mas nela pairamos superficialmente, sem nos
determos na sua essência.
Hoje
estamos muito longe de conseguir aquilo que se alcançou na primeira metade do
século XX e por isso a ignorância vai aumentando e a medida que ignorância
aumenta os problemas fazem que o desenvolvimento humano se estanque.
O
TERCEIRO INIMIGO, para não entrarmos em outros tantos, se traduz pela ambição, o fenômeno mais característico da civilização
ocidental no final do século XX e princípios deste século. A ambição marca uma
pessoa não pelo o que é, senão pelo o que tem; o importante é o triunfo social,
é mais importante a competitividade, o consumismos, o que eu possa comprar e
quanto mais coisas possa eu adquirir mais importante serei. A concorrência
entre os seres humanos nos faz não
solidários com o ser que está a nossa frente, pois deverei combatê-lo para
que eu possa triunfar. Estamos novamente, diante daquilo que nossos antepassados
já consideravam como o grande problema, e pelo qual fizeram evoluir uma Instituição
como a nossa.
Nesta
época em que se está impondo o pensamento único e a globalização que servem
para que o ser humano seja menos livre, aumentam as desigualdades e se
incrementa a não solidariedade, os valores que nós defendemos são a antítese de
estes valores negativos que se vão estendendo em nossa cultura.
Diante
dos fanatismos a tolerância, é admitir o que é diferente, aceitar que outro
possa pensar de forma distinta a nossa, admitir que ninguém possui a verdade
absoluta, e que as diferentes formas de ver, são facetas e caras de uma verdade
absoluta que cada um observa e que as vezes como faces opostas de uma mesma
figura, poderia nos parecer que são antagônicas quando na realidade não são.
Esta
tolerância que nos permiti aceitar o diferente, o estranho, que nos possibilita
conhecer melhor a outra pessoa e quando melhor conhecermos as pessoas teremos
menos racismo e menos xenofobia, fatores que tem peso importante em nossa
sociedade. Este é sem dúvida, um valor
importante, que devemos de forma profunda compensar, diminuir e anular com
nossos exemplos e nossas ações nos círculos em que nós vivemos, os males que o
fanatismo possui.
Diante
da ignorância, o conhecimento, o conhecimento pessoal, o conhecimento
enriquecedor, o conhecimento que permitirá que o ser humano seja capaz de
possuir critérios próprios, de possuir parâmetros que o permitam analisar se
aquilo que vê, ou aquilo que lhe dizem, reúne ou não condições e os valores que
o querem transmitir. Atualmente, em algumas ocasiões parece que o mais
importante é negar uma realidade, já que desta forma faz com que a mesma não
exista. É necessário que fomentemos ao máximo o conhecimento, a compreensão e
que voltemos aos valores da educação de extrair de cada um o melhor que
disponha e de conduzi-lo a níveis mais elevados.
Diante
da ambição e da não solidariedade, a
solidariedade, o amor fraterno, a fraternidade ou irmandade geral, para lutar
precisamente contra os valores mais característicos destes tempos, e que se
implantaram na metade dos últimos 50 anos, do século passado, nas sociedades
mais desenvolvidas e cujo expoente ficava perfeitamente claro em um texto de
psicologia intitulado “Os escaladores da pirâmide”. No qual se explica o que
cada um deve fazer para atingir o cume desta pirâmide social onde uma série de
indivíduos tentam ascender a mesma pelas suas diferentes faces e a tarefa que
temos é tirar os que estão em cima e derrubar os que vem de baixo, para que não
nos alcancem. Esta é a antítese da solidariedade, a antítese do amor fraterno e
a antítese desta situação, por tanto é uma valor importante.
Na
declaração de Lausanne de 1995 os Supremos Conselhos, definiram que é missão da
Ordem a propagação e a defesa da liberdade de espírito nos limites da lei Moral
para o bem do conjunto dos seres humanos.
Na
atualidade se está vendo em todas as partes fundamentalistas de todas as
tendências tratando a fé de afogar a liberdade dos homens abaixo de um jugo de
terror, o que bastaria para justificar plenamente a necessidade da persistência
de nossa Instituição.
Neste
sentido queremos dizer quais sãos as perspectivas da Maçonaria para este
SÉCULO:
Tem
sentido, ou está antiquada, uma coisa para “velhos”
ou nostálgicos?
Acreditamos
que existe um sentido básico. Não é uma ONG, não é uma seita, não é uma
religião, é um forma de moral pessoal com projeção externa que defende valores
que continuam vigentes, por tanto, pensamos que se sabemos explicar esta
vigência de valores, explicando como no início a respeito da tirania, ou em
relação com o absolutismo das monarquias que existiam no século XVIII e no
século XIX, com uma configuração atual que apresentam estes inimigos seculares
da Maçonaria, ela tem um porvir positivo e progressista. Somos otimistas quanto
ao futuro. Se nos convertermos em uma ONG, seguramente não teremos futuro,
existem pessoas que fazem melhor do que poderemos fazê-lo. Se unicamente nos
dedicarmos a fazer uma espécie de psicodrama entre nós, sem nos aprofundar nos
princípios esotéricos, nos simbolismos e na tradição iniciática que já dissemos
vem de muito longe, também perde interesse e então se terá pouco futuro.
Pensamos que se mantendo os princípios basilares e mantendo as raízes que por
sua própria transmissão, desde feitos muito antigos, raízes básicas e
profundas, aí teremos um futuro esperançoso que desejamos atingir à Maçonaria,
e esplendoroso século XXI, e basicamente que a nossa Instituição seja para
melhoria da Humanidade.
E,
finalizando gostaríamos de assinalar a importância que tem nossas reuniões em
Loja, pois a Maçonaria é uma espécie de escola de forma multidisciplinar na
qual o fato da reunião ir ao seio de suas Lojas, a Irmãos de diferentes
procedências, aptidões e conhecimentos, forçosamente faz que cada um de seus
membros possam extrair algumas conclusões:
- A primeira das quais de forma
indubitável é a que não só nós temos uma idéia senão que os outros Irmãos
possuem idéias; que se os outros podem aprender com nossas idéias, nós
também podemos aprender deles e que o conjunto de cada um se manifesta, o
conjunto dos conhecimentos dos diferentes Irmãos na Loja faz que sejamos
muito mais enriquecidos e que o todo que cada um leva é sempre maior que a
soma das partes.
A
necessidade de implantar novos valores, valores transcendentes, valores que
superam os próprios aspectos humanísticos. Tendo em conta os aspectos
transcendentais que dá sentido a nossa Instituição e que devemos fazer com que
a tradição própria da Maçonaria, se mantenha, apesar das mudanças que as vezes
possam se parecer necessárias.
Pensamos
que a sociedade, especialmente a mais jovem, começa a demandar a existência de
instituições que dêem valor a estas tradições, e que não encontram comumente.
Talvez, por este motivo sem que possamos explicá-lo normalmente, muitos estão
procurando instituições alternativas, ONG’s, e em outras filosofias não dentro
da nossa tradição, e sim em outras culturas, como por exemplo as orientais. Mas
é evidente, que existe um núcleo importante de jovens que se dirigem a este
sentido e quando encontram alguma coisa que reúna esta condições se comprometem
com as Instituições que venham a participar.
Cabe-nos
receber e orientar esses jovens. E aqui a importância de recebê-los com todo o
amor fraterno que possamos ter.
Não temos dúvida que a Maçonaria tem
e terá sempre todo o futuro.
José
Antônio Prates Jr. - M\M\
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