A Ingratidão
Conta uma lenda Judaica:
Uma certa vez um homem foi condenado à morte. Na prisão, este homem foi
acertado por muitas vezes com grandes pedras atiradas por carrascos. O réu
suportou em silêncio o terrível castigo. Nenhum grito se ouviu dele. Na sua
condição, compreendia que a desgraça havia caído sobre ele e que seus gritos de
nada serviriam.
Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena pedra e
atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar que não era do seu
partido. O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito
estridente.
O rei, que assistia tudo, ordenou que um dos seus lacaios perguntasse ao réu
porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de haver suportado
sem se perturbar as grandes.
O condenado respondeu: as pedras grandes foram atiradas por homens que não me
conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um homem que
foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei. Lembrei de sua amizade nos tempos
de minha felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro em desgraça.
O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo: solte-o,
mais culpado do que ele era aquele que abandonara na desgraça.
Meus
Irmãos, um relacionamento em que não há reciprocidade nos bons modos,
dificilmente poderá evoluir além da tolerância.
Conforme definição do dicionário, gratidão é o “reconhecimento de uma pessoa
por alguém que lhe prestou um favor ou auxílio”. Em outras palavras, é alguém
mostrar-se agradecido por aquilo que lhe foi dado como um benefício.
Se perguntarmos às pessoas se elas se acham ingratas, talvez por vergonha ou
por não se dar conta disso, a maioria não admita tal característica em sua
personalidade.
Quase sempre, a ingratidão é manifestada por meio de pequenas atitudes. Para
quem é vítima desse destrato, tal ato é sinal de pobre retribuição ao carinho
recebido e, na maioria dos casos, uma grande falta de educação.
Um relacionamento em que não há reciprocidade nos bons modos, dificilmente
poderá evoluir além da tolerância, porque será regido apenas pelas práticas da
boa educação.
Como já estudamos na escola, para toda ação há uma reação, entretanto, muitas
vezes, parece que nos esquecemos dessa regra quando saímos das leis da física e
entramos nas relações interpessoais. Dentro do convívio, ao percebermos
constantes respostas de indiferenças e ingratidão da parte de quem prestamos
algum favor, com o tempo, naturalmente, nosso interesse em continuar lhe
ajudando diminuirá.
Por outro lado, os sinais de afabilidade, presteza e reconhecimento,
manifestados em nossos diferentes níveis de relacionamentos, alimentam e
potencializam o nosso desejo de estreitar os laços favorecidos pela
convivência. Vamos aprendendo, pouco a pouco, com essa proximidade a aprimorar
nosso modo de ser.
No que diz respeito aos nossos hábitos pouco virtuosos, tentemos nos encarregar
de extirpá-los de nossa vida, já que não produzem bons frutos.
O bom entrosamento em nossos relacionamentos cresce à medida que as pessoas se
dispõem a nutri-los com pequenos gestos de carinho. No entanto, quem insiste em
fechar-se em si e em suas verdades, certamente, já deve ter percebido a
superficialidade e a frieza do tratamento recebido e os poucos amigos conquistados.
Isso acontece em razão da falta de interesse e reciprocidade destas em viver um
vínculo mais profundo nos relacionamentos, além dos estabelecidos pelas
situações exigidas no trabalho, na escola ou em outras atividades sociais.
Amar
é um esforço que passa pela atitude de nos reconhecermos gratos por aquilo que
recebemos.
Não tenho dúvida de que a gratidão é a alma do relacionamento, o ingrediente
que ajuda na construção de compromissos duradouros. Dessa forma, se não nos
esforçarmos para dar uma resposta diferente aos novos desafios da convivência
correremos o risco de esvaziar o nosso círculo de amizades e maior será o
desgaste dentro dos demais relacionamentos já estabelecidos.
Transfira agora estes ensinamentos para a nossa Amada Ordem, à Maçonaria, à
nossa Loja, e verás que a ingratidão, tem imperado. Ela se acostou devagar,
entre irmãos, que pouco a pouco vai deixando o seio da mãe Loja, e dando as
costas aos irmãos da Loja e os da Maçonaria.
Agora não tem mais tempo, não atende telefone, não responde e-mail,não convida
mais para encontros e festas, enfim nos esquecem e nos evitam. Até ontem éramos
tudo, hoje não somos mais nada.
A estes irmãos ingratos, deixo minhas lágrimas e meu pranto, pois sinto falta
de sua voz, da suas palavras, da sua presença e de sua energia.
Irmão ingrato, sei que não somos perfeitos, se fossemos não trabalharíamos na
pedra bruta, 24 horas do dia.
Irmão ingrato, volte...Mas, se não quiser voltar, lembre-se deste chato e velho
irmão. Que te ama de verdade!
Um tríplice e fraternal abraço!
Ir:. Denilson Forato MI
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