LIBERDADE DE PENSAMENTO
Quando dizemos que a Maçonaria é uma Escola de
filosofar, assim o fazemos porque entre nós se exige estudo, pesquisa,
meditação.
No entanto, não tememos afirmar que nossa Ordem
é fundamentalmente filosófica, uma vez que ela tem por mira alcançar um ideal
superior. A beleza do filosofar maçônico está no estudo comparativo dos
sistemas filosóficos que a história nos proporciona.
A Maçonaria não se prende a uma escola ou a um
determinado sistema, porque se tal o fizesse estaria tirando a liberdade de
pensamento de seus membros, obrigando-os a seguir um único e mesmo caminho.
Haveria, então, é de supor-se, uma verdadeira
lavagem cerebral; se tal ocorresse mais cedo ou mais tarde, nossa Ordem ou se
desvirtuaria ou desapareceria.
O Maçom tem inteira liberdade de interpretação,
pois o símbolo permite exegese variada e, muitas vezes, desigual.
Se houvera uma uniformidade obrigatória de
interpretação, isto seria um verdadeiro atentado contra um dos sagrados
postulados que ela prega: liberdade.
Portanto, é impossível, maçônicamente, alguém
pretender fixar determinada corrente ideológica.
A preocupação maçônica pelo ser, pelo conhecer,
pelo alcançar a verdade, exige análises, debates, troca de ideias e, sobretudo,
respeito ao pensamento alheio.
O esoterismo se sobrepõe ao exoterismo, porque
os problemas interiores merecem maior atenção que os exteriores.
O Maçom deve conscientizar-se de que tem um
compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, com o que fazer de sua vida
maçônica.
Ele não pode prescindir de si próprio, não pode
prescindir de seus direitos e, sobretudo, de seus deveres, porque se o fizera
estaria negando-se como ser, como homem, como Maçom.
Não podemos escapar da grande verdade de que o
saber humano, mormente o saber filosófico – vem do homem, pelo homem e para o
homem.
Devemos ter sempre diante dos olhos esta
verdade: a Maçonaria proporciona aos seus membros os meios necessários para que
adquiram o saber. Infeliz do Maçom que disto não se aperceber.
É necessário, no entanto, que tenhamos a melhor
boa vontade em assimilarmos tudo àquilo que ela põe ao nosso dispor não só para
adquirirmos o saber, mas também para alcançarmos aquele Grau de educação
maçônica que nos projetará como verdadeiros e autênticos Maçons.
Autor: Raimundo Rodrigues
Do livro A Filosofia da
Maçonaria Simbólica – Vol. 1,Londrina : A Trolha, 1999,
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