O Comportamento do Maçom Dentro
e Fora do Templo
por Luiz Marcelo Viegas
INTRODUÇÃO
O tema “O COMPORTAMENTO DO MAÇOM DENTRO E FORA DO TEMPLO” está
intrinsecamente relacionado aos princípios de nossa Sublime Ordem que propaga
ser uma escola formadora de líderes. Como sabemos, o exercício da liderança
representa um ônus elevado pois, além da responsabilidade inerente, o
comportamento é fundamental pelo exemplo que sua imagem passa aos seus
seguidores.
Ao ingressarmos em nossa instituição, juramos o respeito aos seus
estatutos, regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo
com os princípios que a regem, bem como, o amor à Pátria, crença no GADU,
respeito aos governos legalmente constituídos e acatamento às leis do nosso
país.
Por esta razão, espera-se que o maçom reitere seu juramento com sua
presença nas reuniões maçônicas e se dedique, de corpo e alma, à prática
da moral, da igualdade, da solidariedade humana e da justiça, em toda a sua
plenitude.
Destacamos, resumidamente, como essenciais à formação do templo interior
de cada maçom, os ensinamentos a seguir que recebemos através dos estudos
desenvolvidos nos vários graus maçônicos.
SABEDORIA
O somatório dos conhecimentos adquiridos durante nossa existência pela
experiência própria ou através dos ensinamentos recebidos devem nos orientar no
sentido que, antes de tomarmos uma decisão, precisamos avaliar o quanto
conhecemos do fato, se é a verdade e se irá trazer algum benefício, ou seja,
devemos usar o princípio das “peneiras da sabedoria”.
O único meio eficaz para se combater a ignorância, os preconceitos, a
superstição e os vícios é o saber, pela simples razão do próprio significado de
cada um desses conceitos, ou seja:
§ Ignorância significa o desconhecimento ou falta de instrução, falta de
saber;
§ Preconceito significa o conceito ou opinião formados antes de ter os
conhecimentos adequados;
§ Superstição significa o sentimento religioso excessivo ou errôneo que,
muitas vezes, arrasta as pessoas ignorantes à prática de atos indevidos e
absurdos, ou ainda, a falsa ideia a respeito do sobrenatural;
§ Vício significa o defeito que torna uma coisa ou um ato impróprios para
o fim a que se destinam. É a tendência habitual para o mal, oposto da virtude.
Podemos pressupor que todos os maçons tenham o domínio sobre o saber
necessário para se comportarem de forma digna em todos os momentos, sejam eles
profanos ou maçônicos, mas precisam lembrarem-se, sempre, que em Números
30:2 encontramos:
“Moisés disse aos chefes das tribos dos israelitas o seguinte: –
O que o Deus Eterno ordenou é isto: Quando alguém prometer dar alguma coisa ao
Eterno ou jurar que fará ou deixará de fazer qualquer coisa, deverá cumprir a
palavra e fazer tudo o que tiver prometido”.
TOLERÂNCIA
É, das virtudes maçônicas, a mais enfatizada, pois significa a tendência
de admitir modos de pensar, agir e sentir que diferem entre indivíduos ou
grupos políticos ou religiosos.
Muitas vezes confundimos tolerância com conivência. Tolerância é a
habilidade de conviver, com respeito e liberdade, com valores, conceitos ou
situações que, nem sempre, concordamos, portanto, há convivência mas, não há,
obrigatoriamente, concordância. Conivência é a convivência em que, mesmo não
concordando com certos valores, conceitos e situações, deixamos de expressar
nosso parecer desfavorável, não refutamos mesmo que só em pensamento e, não
reprovando, estamos tacitamente autorizando, aceitando, gerando cumplicidade.
Deus é tolerante com o pecador, não com o pecado. Se Deus fosse
tolerante com o pecado, seria pecador também, o que é uma
blasfêmia. Pode-se viver com pecadores e ser tolerante, sem ser
conivente.
Devemos ser tolerantes com nossos filhos quando eles erram, não podemos
ser omissos e coniventes com o erro, devemos expressar nosso descontentamento e
corrigir o desvio. É dever e responsabilidade de todo o pai.
É preciso praticar a tolerância com a família, amigos, no trabalho, bem
como na sociedade em geral pois, um dos postulados em que a Maçonaria se
fundamenta é dado inclusive como exigência: “Exigir a tolerância com toda
e qualquer forma de manifestação de consciência, religião ou de filosofia,
cujos objetivos sejam de conquistar a verdadeira moral, a paz e o bem-estar
social.”
A tolerância também esta ligada à democracia, pois a tolerância nos faz
admitir, que nosso voto seja vencido, acabando-se os argumentos, feita a
votação; o resultado tem que ser respeitado e apoiado para o bem da causa
maior, isso nos parece que seja um sentimento, ou melhor dizendo, uma atitude
tolerante.
Mahatma Gandhi afirmou: “Desconfie das pessoas que vendem
ferramentas, mas que nunca as usam, ou seja, como pregamos tolerância se dela
não fazemos uso. Portanto a prática da tolerância é indispensável para todo
aquele que a exige“.
Dentro da Maçonaria não é diferente, entendemos que a tolerância está
ligada, como ponto de partida às concessões feitas para preservar as
engrenagens da Ordem, que admite e respeita as opiniões contrárias.
Shakespeare disse “não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai
feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso”. Devemos
ser tolerantes com atos destemperados e isolados de irmãos, tolerantes com o
desconforto causado por quem você jurou proteger e defender, sendo bondoso ao
extremo em não tomar partido até que tudo seja esclarecido, pois o fato de não
fazermos juízo precipitado é uma das faces da tolerância.
Em síntese, precisamos ser tolerantes com a intolerância do outro, para
que ele reflita e passe a seguir o seu exemplo. A tolerância está na
Sabedoria e faz se sentir na Força e na Beleza, através dos ensinamentos, no
respeito à individualidade e ao direito do outro.
ÉTICA
Por definição, ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e
orientam as relações humanas. O primeiro código de ética de que se tem notícia,
principalmente para quem tem formação cristã, são os “DEZ MANDAMENTOS”, onde
regras como, amar ao próximo como a si mesmo, não matarás e não roubarás, são
apresentadas como propostas fundamentais da civilização ocidental e cristã.
A ética é ampla, geral e universal. Ela é uma espécie de cimento na
construção da sociedade, de tal forma que se existe um sentimento ético
profundo, a sociedade se mantém bem estruturada, organizada, e quando esse
sentimento se rompe, ela começa a entrar em uma crise auto destrutiva.
A Maçonaria é uma instituição fundamentalmente ética, onde a reflexão
filosófica sobre a moralidade, regras e códigos morais que orientam a conduta
humana são parte da filosofia que tem, por objetivo, a elaboração de um sistema
de valores e o estabelecimento de princípios normativos da conduta humana,
impondo ao Maçom um comportamento ético e, exigindo-lhe que mantenha sempre
uma postura compatível com a de um homem de bem, um exemplo como bom cidadão e
um chefe de família exemplar.
Sendo a Maçonaria, por definição, uma organização ética, são rígidos os
códigos de moral e alto o sistema de valores que orientam a conduta entre
maçons e também com as obediências que os acolhem, principalmente nas
referências a estas, ou aos seus dirigentes.
O forte sentimento de fraternidade designa o parentesco de irmão; do
amor ao próximo; da harmonia; da boa amizade e, da união ou convivência como de
irmãos, de tal forma a prevalecer à harmonia e reinar a paz.
No mundo profano, a maior necessidade é a de homens lato senso,
homens que não podem ser comprados nem vendidos, homens honestos no mais íntimo
de seus corações, homens que não temem chamar o pecado pelo nome, homens cuja
consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo, homens que
fiquem com o direito, embora o céu caia.
O objetivo de uma instituição maçônica é o de criar tais homens.
CARIDADE
Estamos vivendo uma época em que há uma falta aguda de um valor
fundamental em todo mundo: a caridade. Pensa-se demais no progresso da
humanidade através da ciência, da tecnologia, da educação, da inteligência, do
sistema jurídico, social, político e econômico e, no final das contas nada
disso terá nenhum valor se as pessoas não estiverem determinadas a usar isso
tudo para o bem. A caridade é definida no dicionário como: “Amor que move a
vontade à busca efetiva do bem de outrem”.
Para os cristãos é, também, uma das três virtudes teologais, quer dizer,
um dos misteriosos poderes que fazem a alma alcançar seu destino final, que é
DEUS (as outras virtudes teologais são: fé e esperança). Se a caridade é uma
virtude cristã, ela não deve estar somente na esmola, porque há caridade em
pensamento, em palavras e em atos, ela deve ser indulgente para com as faltas
de seu próximo, não dizer nada que possa prejudicar o outro e atender aos que
necessitam na medida de suas forças.
O homem que a pratica, no seu dia-a-dia, estará sempre em paz;
assegurando sua felicidade neste mundo.
Não se deixem se levar pela vaidade, pela auto-condescendência, pelas
aparências e pela superficialidade. Não se deixem arrastar pela âncora da
comodidade que, certo como um novo dia, carregará seus corpos, mentes e
corações para o fundo de um mar de futilidades. Não tolerem a falsidade, a
hipocrisia, a desonestidade, a ambiguidade; que o seu sim seja sim e o
seu não seja não!
Ao ver uma injustiça, não se calem! Diante da traição, não sejam
covardes! Não se tornem cegos guiados por cegos em direção a um grande nada. E
se sua espada estiver pesada, e sua vontade estiver fraca, e o que é certo e
justo não lhe parecer claro, mesmo assim, acima de tudo e sempre, tenha
caridade!
Ninguém precisa de nada a não ser seu próprio coração para saber o que
machuca os outros. Jamais subestime o sofrimento alheio. Seu julgamento poderá
lhe falhar, seu conhecimento, sua experiência, sua inteligência, sua força
poderão ser todos inúteis diante do mal, que distorcerá fatos e palavras e
aparências até fazer o branco parecer preto e o preto parecer branco; decida
com caridade, porém, e toda essa farsa se dissipará sob o brilho de uma alma
íntegra.
A caridade é uma entrega absoluta por amor ao próximo.
JUSTIÇA
Para escrevermos sobre a justiça, primeiro temos que saber o que
significa a palavra justiça, definida no dicionário como: “Conformidade com
o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. A faculdade de julgar
segundo o direito e melhor consciência“.
Assim, para definirmos a justiça na Maçonaria, seria melhor recorrermos
mais uma vez ao dicionário, e, logo acima da palavra justiça encontraremos a
palavra Justeza, que significa “Qualidade daquilo que é justo; exatidão,
precisão, certeza. Propriedade de uma balança analítica que permanece
equilibrada quando pesos iguais são colocados em seus pratos“.
Contudo, para termos um rumo e sentido do que seria a definição de
justiça na Maçonaria, temos que entender como é a organização do Estado, como é
dividido, para que cada cidadão possa ter o seu direito respeitado, e, por
conseguinte, a justiça dar a cada um aquilo que é seu.
Para falarmos na construção do Estado, temos que falar de Montesquieu
(1689/1755) e do seu livro o Espírito das Leis, sua principal obra,
na qual procurava explicar as leis que regem os costumes e as relações entre os
homens a partir da análise dos fatos sociais, excluindo qualquer perspectiva
religiosa ou moral.
Segundo Montesquieu, as leis revelam a racionalidade de um governo,
devendo estar submetido a elas, inclusive a liberdade, que afirmava ser “o
direito de fazer tudo quanto as leis permitem”. Para se evitar o despotismo,
o arbítrio, e manter a liberdade política, é necessário separar as funções
principais do governo: legislar, executar e julgar. Montesquieu mostrava que,
na Inglaterra, a divisão dos poderes impedia que o rei se tornasse um déspota.
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou a mesma corporação dos
príncipes, dos nobres ou do povo exercesse três poderes: o de fazer as leis, e
de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as desavenças
particulares”.
Como se percebe, para podermos viver em sociedade ou mesmo só, temos que
ter regras para serem respeitadas e leis para serem cumpridas. Quem vive em
sociedade, por óbvio tem maior compromisso com as leis, pois envolve mais
pessoas no processo de interação social. Assim, mesmo o que vive isolado na
mata ou em uma ilha, ou outro lugar que seja, tem que respeitar leis da
natureza ou dos homens.
Nas sociedades atuais os benefícios florescem sob a premissa de que
aqueles que mais realizam mais merecem receber – a chamada Meritocracia. No
entanto, esse sistema de justiça deixa a desejar e de ser aceito quando ignora
que aqueles que mais precisam também devem ter suas necessidades assistidas.
Esse é o paradoxo da Justiça, cega por definição e por princípio.
A Maçonaria é uma sociedade que pugna pelo Direito, pela Liberdade e
pela Justiça e, dentro dessa perspectiva, cada maçom deveria ser, sobretudo, um
defensor incansável da Justiça. Um dos preceitos elementares é o da igualdade
de direitos, consagrados na declaração Universal dos Direitos do Homem.
Todavia, a própria existência desse preceito dá margem a que a Justiça se veja
diante de um paradoxo, raramente discutido e talvez não completamente
entendido.
O homem, principalmente o Maçom deve ser senhor dos seus hábitos, dispor
de autodomínio em relação aos seus ímpetos, saber distinguir com imparcialidade
o real do irreal, desprezando as doutrinas exóticas, conceitos dúbios e
principalmente os princípios que não coadunam com o Amor e a Fraternidade, e
muito particularmente, os vícios tidos como normas Sociais, mas que,
inadvertidamente corrompem, aviltam e envelhecem.
Dessa forma, a Maçonaria no maçom é a bondade no lar, a honestidade nos
negócios, a cortesia na sociedade, o prazer no trabalho, a piedade e a sincera preocupação
para com os desvalidos da fortuna, o socorro aos mais fracos, o perdão para o
penitente, o amor ao próximo e, sobretudo a reverência a Deus.
À medida, então, que as organizações societárias, dentre as quais se
insere a Maçonaria, caminharem para se transformarem realmente em verdadeiros
locais de trabalho/serviço e aprendizagem, estarão se abrindo imensas
possibilidades de transformações na própria cultura universal e em seus
próprios conceitos sobre os direitos e a Justiça.
LIDERANÇA
“Liderar, é influenciar positivamente as pessoas para que elas
atinjam resultados que atendam as necessidades, tanto individuais quanto
coletivas e, ainda, se responsabilizar pelo desenvolvimento de novos lideres”.
Um dos componentes de formação de um maçom é o de aprimorar ou
desenvolver, caso não tenha, um potencial e forjá-lo, para que se
transforme em um líder.
O líder para descrever suas realizações, utiliza o seguinte formato: O
Problema, a Ação e finalmente o Resultado.
Os líderes, diariamente, se envolvem em situações de conflito, seja no
âmbito pessoal, quanto no profissional. O modo como reagem a essas situações,
pode ser o fator determinante do sucesso no resultado através de 5 posições:
Evitar, Acomodar, Competir, Comprometer e Colaborar.
Inserida firmemente no conceito de liderança está a INTEGRIDADE, a
honestidade do líder, sua credibilidade e coerência para por valores em ação.
Os líderes têm uma responsabilidade indeclinável de estabelecer altos padrões
éticos para guiar o comportamento dos seguidores.
Preocupado com o que acha ser uma falta de ímpeto na vida
organizacional, John Gardner fala sobre os ASPECTOS MORAIS da liderança. Os
líderes, de acordo com Gardner, têm a obrigação moral de fornecer as centelhas
necessárias para despertar o potencial de cada indivíduo, para impelir cada
pessoa a tomar a iniciativa do desempenho das ações de liderança.
Ele destaca que as altas expectativas tendem a gerar altos desempenhos.
A função do líder é remover obstáculos ao funcionamento eficaz, ajudar
indivíduos a ver e perseguir propósitos compartilhados.
O termo liderança descreve alguém que usa carisma e qualidades
relacionadas para gerar aspirações e mudar pessoas e sistemas organizacionais
para novos padrões de desempenho. É a liderança inspiradora que influencia
seguidores para alcançar desempenho extraordinário em um contexto de inovações
e mudanças de larga escala. As qualidades especiais dos líderes incluem:
§ Visão: ter ideias e um senso claro de direção, comunicá-las
aos outros, desenvolver excitação sobre a realização de sonhos compartilhados;
§ Carisma: gerar nos outros entusiasmo, fé, lealdade,
orgulho e confiança em si mesmos através do poder do respeito pessoal e de
apelos à emoção;
§ Simbolismo: identificar heróis, oferecer recompensas
especiais e promover solenidades espontâneas e planejadas para comemorar a
excelência e a alta realização;
§ Delegação de Poder: ajudar os outros a se
desenvolver, eliminando obstáculos ao desempenho, compartilhando
responsabilidades e delegando trabalhos verdadeiramente desafiadores;
§ Estimulação Intelectual: ganhar o
engajamento dos outros criando consciência dos problemas e guiando a imaginação
deles para criar soluções de alta qualidade;
§ Integridade: ser honesto e confiável, agindo coerentemente com
suas convicções pessoais e realizando compromissos, concluindo-os.
PERSEVERANÇA
A maior empreitada do homem é sua própria vida e não tem nenhuma
garantia que será bem sucedido, entretanto, pelo acúmulo de conhecimentos,
muitos de experiências frustradas, ele sabe que a alternativa é prosseguir,
lutando contras as adversidades e incertezas, fazendo aliados, acreditando no
Supremo Arquiteto dos Mundos e persistindo no rumo do seu objetivo.
A perseverança é uma qualidade pois significa a firmeza, a constância
com que devemos nos empenhar em nossas atividades, porém atentos e sempre
atualizados porque tudo muda e precisamos mudar nossas atitudes e nosso
comportamento para não persistirmos em erro.
Precisamos interagir com os indivíduos da sociedade para concretização
dos processos de mudança. Devemos criar sempre o estado de dúvida sobre as
efetivas possibilidades de sucesso porque mexemos com um conjunto de
informações e vagas lembranças misturadas, às vezes, com preconceitos e
frustrações.
Para a interação com as pessoas é necessário que exista, entre elas, um
relacionamento que proporcione um mínimo de confiança mútua. Havendo este ambiente
de confiança, pode-se mostrar o bem maior a ser desfrutado pela mudança.
Assim, a força da empatia ajuda na percepção da maior satisfação individual e
em equipe.
Concluindo, precisamos persistir. A perseverança exige um processo de
mudança, reavaliando nossos conceitos, objetivos e ideais e é assim que começa
a nascer o novo comportamento no pensar e agir, sabendo que a obra de nosso
templo interior poderá nos exigir, algumas vezes, uma árdua reconstrução. É um
processo permanente onde estamos educando e sendo educados (Educare –
Latim, significa sair de dentro da pessoa).
É bom lembrar que os valores individuais têm origem nos grupos
e na cultura e, sem a certeza de quais sejam esses valores fundamentais,
poderemos ser um alvo fácil para as falsas verdades. Usar espontaneamente os
dons que temos, sem constranger ou prejudicar o próximo, leva-nos à verdade e
a luz.
CONCLUSÃO
O Maçom é livre, de bons costumes e sensível ao bem e, pelos
ensinamentos da Maçonaria, busca seu engrandecimento como ser humano atuante e
culto, combatendo a ignorância. A ignorância é o vício que mais aproxima o
homem do irracional.
Assim sendo e por ser Maçom, deve ele conduzir-se com absoluta isenção
e a máxima honestidade de propósitos, coerente com os princípios maçônicos, para
ser um obreiro útil a serviço de nossa Ordem e da humanidade.
Não se aprende tudo de uma só vez. O saber é o acúmulo da experiência e
dos conhecimentos que se tem acesso, mas, a ação construtiva da Maçonaria deve
ser exercida de forma permanente em todas as suas celebrações, trabalhos em
Loja e no convívio social, através da difusão de conhecimentos que podem
conduzir o homem à uma existência melhor pelos caminhos da Justiça e da
Tolerância.
O Maçom deve ter e manter elevada Moral, tanto na vida privada como na
social, impondo-se pelo respeito, procedimento impecável e realizando sempre o
Bem. É pelo valor moral que podemos cumprir sempre nossos deveres como
elementos da Sociedade Humana e, particularmente, como membros da Sociedade
Maçônica.
O Maçom busca o Bem pelo cultivo das virtudes e pelo abandono dos
vícios. Tenta polir constantemente a sua pedra bruta reforçando a sua
virtuosidade e reprimindo conscientemente os seus defeitos. Pela auto-disciplina,
livremente imposta a si mesmo, torna-se também exemplo para seus pares,
colaborando para o progresso moral daqueles que com ele interagem.
Milton
Antonio Sonvezzo
"O
saber a gente aprende com os mestres e os livros, a sabedoria se aprende é
com a vida e com os humildes".
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