NA MISSÃO DO BEM
Casimiro Cunha
Se
vais à missão do bem,
Destrói
a sombra, a incerteza...
Repara
as lições do Pai
No
livro da Natureza.
A
terra do lavrador,
Que
produz e que prospera,
Não
prescinde, em parte alguma,
Do
arado que a dilacera.
A
semente destinada
Às
forças de luz da vida
Precisa
morrer no fundo
Da
cova desconhecida.
Se
progride, em torno à casa,
O
mato bruto, inclemente,
Ninguém
dispensa o recurso
Da
enxada benevolente.
Na
colheita rica e farta,
Há
golpes de segador...
A
farinha delicada
Passou
no triturador.
O
pão singelo ou fidalgo
Que
abençoa a refeição,
Foi
cozido devagar
Ao
calor de alta expressão.
Toda
vinha de esperança,
De
alegria, de fartura
Exige
do vinhateiro
As
chagas da podadura.
A
mesa, o leito, a poltrona,
Que
servem todos os dias,
Passaram
pelos serrotes
De
rudes carpintarias.
Ouve,
amigo, e atende à luta!
Que
seria do trabalho,
Se
a bigorna escapulisse
Das
vivas ações do malho?
Que
seria da candeia
No
instante justo de arder,
Se
o óleo fadado à luz
Quisesse
permanecer?
Se
vais à missão do bem,
Não
olvides, meu irmão,
Que
o suor gera o serviço,
Em
busca da perfeição.
Consome-te
no dever,
Sê,
tu mesmo, a claridade,
Jesus,
para ser Senhor,
Foi servo da
Humanidade.
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