Frederico Menezes |
A tradição da busca espiritual de todas
as épocas estabelece que a jornada da alma humana pelos caminhos do mundo
representa o "desbastar" de uma pedra bruta. A alma seria a pedra a
ser trabalhada, aformoseada, limada suas imperfeições para daí surgir uma verdadeira
obra de arte. O buril e o cinzel do artista divino vai esculpindo,
através das diversas encarnações, a figura do anjo do amanhã.
Aí está a síntese dos objetivos
sagrados da existência: erguer templos às virtudes e masmorras aos vícios. Aí
está a gloriosa expressão para definir nossa jornada, o destino luminoso de
cada um de nós. Quando a humanidade tomar consciência dessa realidade, com
certeza, as estruturas sociais se modificarão para melhor. A justiça tão
almejada se constituirá em efetiva experiência e a generosidade representará
sublime fator a nortear a vida dos seres humanos.
As imperfeições morais que trazemos
caracteriza a pedra bruta. Semelhante ao diamante que resplandece, e quando o
faz, ninguém recorda que ele já foi detrito, carbono coberto de "lixo
"em plena natureza. Após as grandes pressões sofridas na intimidade das
cavernas e montanhas, depois de séculos em transformação no seio da terra, eis
que a beleza se faz e o brilho se concretiza. Não seria essa analogia mais
efetiva verdade à respeito da evolução do espírito?
A diferença entre o simples carbono e o ser humano é que este pode, e
deve, auxiliar em sua transformação, colaborando com o cinzel da Grande Lei
para que a fantástica obra de arte de Deus se consolide: o espírito emancipado,
maduro, luminoso, seguro e feliz. Forjado na fornalha das grandes lutas
reencarnatórias, dentro da montanha de seu ser ou das cavernas em sua
intimidade, a alma cresce, assume mais amplamente seu destino, e ruma
determinada para o seu alvo grandioso. A pedra bruta desaparece e resplandece o
ser imortal, nobre e glorioso, irradiando a luz dos céus em seu coração.
Fonte: Blog de Frederico Menezes
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