SEM RESERVA MENTAL
Todos nós, um dia, já fomos
chamados a assumir compromissos “sem reserva mental”, ou seja, aquele
compromisso que se assume com o corpo e a alma, sem a menor possibilidade de
não ser cumprido irresponsavelmente. Infelizmente, até mesmo entre os Irmãos,
nos deparamos com situações embaraçosas, onde, ou se esquece de compromissos
firmados ou os firma com os “dedos cruzados”.
Assumir compromissos “com reserva
mental” significa que, secretamente, a intenção é de não cumprir a palavra
firmada. No campo do Direito, a reserva mental corresponde à figura da
“simulação unilateral”, expressa em lei: “A manifestação da vontade subsiste
ainda que seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou,
salvo se dela o destinatário tenha conhecimento.” Artigo 110 do Código Civil
Brasileiro.
Não é à toa que, logo em nosso primeiro contato com os princípios e
valores maçônicos, há a chamada para a reflexão: “SE FORES DISSIMULADO, SERÁS
DESCOBERTO” Tal comportamento dissimulado passa à margem de qualquer
possibilidade de ser “justo e de bons costumes”.
Em nossa Ordem, em que se
prega a irmandade como base da relação, a verdade nas intenções e nas
manifestações é premissa inarredável. Mas, não é só dentro das Lojas ou para
com os Irmãos, que o Maçom deve se comportar sem reserva mental.
O verdadeiro
Maçom se fundamenta em valores que não permitem mudança de posição, quando
baseada em possíveis ganhos ou por temor a desafetos. O grau de nossa
integridade é proporcional ao que, em essência, somos na relação com o outro.
Fazemos o que falamos e cumprimos o que prometemos. Podemos e, às vezes,
devemos sim, mudar de opinião, desde que nós mesmos nos convençamos de que a
posição anterior estava justamente equivocada ou elementos novos apresentaram
um novo prisma, também justo, à questão. Nenhuma de nossas ferramentas tem
função diferente da qual se destina. O malho não tem escala, portanto não serve
para medir. Não se traça curvas com a régua e não se assenta pedra com a
prancha de delinear. Tendo em nós esses símbolos como parâmetros de vida, não
podemos deturpar a verdade. Não devemos modificar a realidade, na tentava
dissimulada de justificar um não comprometimento com os princípios e valores
aos quais nos vinculamos solenemente. SINCERIDADE, LEALDADE, HONESTIDADE SÃO AS
AÇÕES QUE REPRESENTAM, PARA O MAÇOM, A EXPRESSÃO “SEM RESERVAS MENTAIS”. SÃO
COMPORTAMENTOS DIÁRIOS APLICADOS A TODOS OS SEUS RELACIONAMENTOS, DENTRO E FORA
DA MAÇONARIA.
Este artigo foi inspirado no livro “BREVIÁRIO MAÇÔNICO” do Irmão
Rizzardo da Camino que na página 340 sobre o tema sentencia: “O Maçom “tem
palavra”; o seu sim será sim; o seu não, não.”
Neste décimo segundo ano de
compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de
fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de
Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas. Precisamos
incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como
ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Fraternalmente
Ir.·. Sérgio Quirino – MI- 33-
KTP
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