POEMA REGIUS
Encontramos a primeira parte, isto é, os
comentários de Luiz Umbert Santos e a versão em espanhol dos 15 artigos e dos
15 pontos que traduzimos para o português, no trabalho "Que é a
Maçonaria?", de E. S. Menezes. A segunda parte na "Pequena
Enciclopédia Maçônica", de Octaviano de Menezes Bastos.
É o documento conhecido por "Documento
Halliwell", descoberto por este antiquário, e publicado em 1840, em
Londres, Em "The early History of freemasonry in England, by James Orchard
Halliwell".
Trata-se, diz Luiz Umbert Santos em
"Filosofia Masónica", de um velho pergaminho em forma de livro
(descoberto pelo ano de 1839 na Biblioteca Régia do Museu Britânico) e foi publicado
em 1840. Firma-se a época do "Manuscrito" em 1390. Está escrito em
forma de poema, com 794 versos, encimados com a seguinte legenda: - "fiic
incipiunt constitutiones artis Geometriae secundum Euclidem". (Aqui
começam as Constituições da Arte da Geometria segundo Euclides).
Os versos de 11 a 56 descrevem como
Euclides foi empregado para ensinar a Geometria, aos filhos dos nobres do
Egito; do 57 ao 86 referem-se à chegada da "fraternidade" na
Inglaterra, nos tempos do bom rei Athelstan, e como o Rei convocou uma
Assembléia na qual foram adotados 15 artigos e 15 pontos. Da alínea 87 a 260 se expõem os 15
artigos, e da alínea 261 à 470, se relacionam os 15 pontos.
Em seguida define a maneira como a
Assembléia devia se reunir, cada ano, em lugar apropriado, a que "todos os
homens da fraternidade devem assistir". Descreve-se, depois, o martírio
dos Ars cuatuor coronatorum, ou
quatro cinzeladores e fabricantes de imagens que, por amor a Jesus, não
quiseram fazer um ídolo e foram executados por mandato do Imperador.
Mais adiante reporta-se à edificação da
"Torre de Babel" e sua interrupção pela confusão das línguas, e como
Euclides ensinou a "Fraternidade da Geometria", terminando com uma
descrição das sete ciências.
Uma análise de todo o documento revela que
o poeta-autor o copiou DE OUTRO DOCUMENTO MUITO MAIS ANTIGO, como demonstram
palavras e frases do inglês primitivo esse documento é tão marcadamente teísta
que chega a ter uma prece a Deus e à Virgem Maria.
Por ele se comprova que a Maçonaria Moderna
tem as suas leis e ética baseadas nos textos dos 15 pontos e 15 artigos que
traduziremos da versão de Aurélio Almeida:
Art.
1º
Primeiro
artigo desta Geometria:
O
Mestre maçom deve ser firmemente
zeloso,
e ao mesmo tempo fiel e leal,
Que
assim não terá nunca de que arrepender-se:
E
pagarás a teus obreiros o custo
Que
a sua manutenção exija, bem o sabes;
E
lhes pagarás sobre o teu critério,
O
que eles pensam merecer:
E
não os ocupes senão naquilo
em
que possam ser úteis;
E
abstenha-te, por amor ou temor,
de
receberes suborno de alguém;
De
amo nem de companheiro, de quem quer que seja,
Não
recebas nenhuma espécie de pagamento;
Como
um juiz mantenha-te reto,
E
sem tardar faça a ambos perfeita justiça;
Cumpra
fielmente tudo isto onde quer que vás,
A
consideração e proveito serão maiores.
Art.
2°
O
segundo artigo da boa Maçonaria,
Como
podeis ouvi-la especialmente aqui,
É
que todo Mestre que seja Maçom
Deve
assistir à Convenção geral,
Sempre
que tenha sido avisado em tempo razoável
Onde
deve celebrar-se a assembléia;
E
comparecerá com precisão à dita assembléia;
A
menos que tenha excusa suficiente,
Ou
que por alguma mentira seja desviado,
Ou
que alguma grande enfermidade o aflija,
Que'
não possa comparecer entre eles;
Esta
é uma excusa boa e hábil,
sem
fingimento, para com a dita assembléia.
Art.
3°
O
artigo terceiro é certamente
Que
o Mestre não deve aceitar aprendiz
Sem
que tenha certeza de permanecer
Sete
anos com ele como vos digo,
Para
que aprenda o oficio com proveito;
Em
menos tempo não pode tornar-se hábil
Para
benefício do mestre ou de si próprio,
Como
podeis facilmente compreender.
Art.
4°
O
artigo quarto dispõe:
Que
o Mestre veja bem,
E
não faça aprendiz a nenhum servo,
Nem
o tome por cobiça;
Porque
o senhor a quem o aprendiz pertence
Pode
recuperá-lo em qualquer lugar que vá
Se
a Loja tivesse de levá-la
Muito
distúrbio poderia nela se produzir,
E
isto poderia acontecer
Porque
alguns ou todos poderiam ofender-se com isto,
Pois
os maçons que ali (na Loja) se acham
Sentem-se
bem todos juntos.
Se
um tal aprendiz entrar no ofício,
De
vários inconvenientes poderia entreter-vos:
Para
maior tranqüilidade, pois, e maior honra,
Tomai
aprendiz de outra classe.
Encontra-se
escrito pelos antigos
Que
o aprendiz devia ser de honrada estirpe;
E
assim algumas vezes filhos de grandes Fidalgos
Adotam
esta geometria, que é muito boa.
Art.
5°
Deve
cuidar, segundo podeis ouvir,
Que
tenha todos os seus membros sadios;
Seria
grande vergonha para o ofício
Admitir
a um aleijado ou a um coxo
Pois
um homem desta forma imperfeito
Faria
pouquíssimo bem à fraternidade.
Assim
podeis saber todos e cada um,
Que
o ofício requer um homem forte;
Um
homem mutilado não tem força,
Deveis
ter compreendido isto há já muito tempo.
Art.
6°
O
artigo sexto não deveis esquecer:
Que
o Mestre não causa ao senhor nenhum prejuízo
Tirando
dele para um seu aprendiz
O
que recebe pelos companheiros, em todos os sentidos
Porque
estes são no ofício muito perfeitos,
E
o outro como sabeis não tanto,
Também
seria contra a reta razão
O
aprendiz ganhar a mesma diária que os companheiros,
Este
mesmo artigo, em casos tais,
Ordena
que o aprendiz receba menos
Que
os companheiros que são, mais adestrados.
Em
diversos casos, conforme seja preciso,
O
mestre pode informar a seu aprendiz
que
o seu salário pode crescer rapidamente
E
talvez antes de terminar
Sua
diária será bem melhorada.
Art.
7°
O
sétimo artigo que agora chega
Claramente
vos dirá a todos juntos
Que
nenhum mestre, por favor nem medo,
Deverá
auxiliar ou sustentar a um ladrão.
Jamais
protegerá a ninguém destes:
Nem
a quem tenha morto a um homem,
Nem
a quem tenha má reputação,
A
fim de que a Fraternidade não se envergonhe.
Art.
8°
O
artigo oitavo ensina o seguinte:
Que
o mestre pode muito bem,
Se
tiver um homem do oficio,
E
este não for tão hábil quanto deveria,
Proceder
à sua substituição por outro
E
colocar em seu lugar a um homem mais habilitado;
Pois
aquele, por sua ignorância,
Poderia
favorecer muito pouco a Fraternidade.
Art.
9°
O
artigo diz com muita razão
Que
o mestre seja sábio e fiel;
Que
não empreenda obra nenhuma,
Senão
quando puder fazê-la e rematá-la
Para
que ao mesmo tempo se beneficie o dono
E
também a Fraternidade, onde quer que seja,
E
que os alicerces sejam tão sólidos
Que
a obra não possa ruir nem quebrar.
Art.
10°
O
décimo é para que saibais
Pequenos
e grandes do ofício,
Que
nenhum mestre deverá suplantar O outro,
Deverão
ao contrário proceder entre si como irmã e Irmão
Neste
curioso ofício e em todas e em cada uma
Das
coisas concernentes a um mestre maçom.
Nem
há de suplantar a nenhum outro homem
Que
tenha tomado sobre si uma obra
Sob
penas tão fortes
Que
importem não menos de dez libras;
A
menos que se julgue ser culpado
O
primeiro que se encarregou do trabalho
Pois
nenhum homem em Maçonaria
Suplantará
ao outro, com certeza,
Senão
em caso que este faça tão mau trabalho
Que
a obra resulte inútil;
Então
pode um maçom solicitá-la
Para
salvá-la em proveito do dono;
Somente
se tal coisa acontecer
Poderá
um maçom meter-se em obra alheia;
Pois
aquele que empresou os alicerces
Se
for maçom bom e hábil
Tem
com certeza o ânimo
De
levar o trabalho a bom término.
Art.
11°
O
undécimo artigo eu vos digo
É
ao mesmo tempo nobre e liberal,
Pois
ordena em sua força
Que
nenhum maçom trabalhe de noite,
Exceto
para exercitar a sua inteligência,
A
fim de aperfeiçoá-la.
Art.
12º
O
duodécimo artigo é de alta honradez
Para
todo maçom, onde quer que se ache;
Não
desacreditará o trabalho de seus companheiros,
Salvará
ao contrário seu bom nome;
Com
boas palavras os recomendará
Pelo
saber que Deus lhes concedeu;
E
a tudo remediará como possa,
Entre
um e outro, sem dificuldade.
Art.
13º
O
artigo décimo terceiro, assim Deus me salve,
É,
que se o mestre tem um aprendiz,
Deve
instruí-la completamente
E
ensinar-lhe os pontos e medidas,
Para
que possa exercer habilmente o ofício
Por
onde quer que vá debaixo do sol.
Art.
14º
O
artigo décimo quarto, por razão muito boa,
Ensina
como deve conduzir-se o mestre.
Não
deve tomar aprendiz
Senão
quando tenha diversas obras para fazer,
Instruindo-o
nos diversos pontos.
Art.
15º
O
artigo décimo quinto é o último
E
é amigo do mestre:
Há
de ensinar ao aprendiz de modo que por nada
Profira
ou sustente uma mentira.
Nem
apóie os seus companheiros em tal pecado,
P\Jr
nenhum bem que possa ganhar;
Nem
lhes permita jurar em falso,
Por
temor à sorte de suas almas;
Para
que a Fraternidade não sofra vergonha
E
muito vitupério.
Historia
da Maçonaria – Nicolas Aslan – Anexos Maçonaria Operativa
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