ENTRE COLUNAS
“Entre Colunas” - Aquele que estiver “entre colunas” está
ocupando um ponto da linha de equilíbrio perfeito e deve ser consciente disso.
Ali deve sentir que não é lícito pender para lado nenhum dos extremos dos que
formam as colunas laterais. Aprende-se nessas duas colunas a tornar-se
consciencioso e firme tanto nas ideias respeitáveis como nas ações dignas. O
Irmão que esteja participando de uma reunião maçônica pode solicitar ao
Venerável Mestre o direito de ocupar a posição “entre colunas” e esse direito
sob nenhum pretexto lhe pode ser negado, desde que haja razões válidas para tal
fim. O falar “entre colunas” é erroneamente interpretado como um poder de fazer
o que se deseja. Na realidade, ao fazer essa escolha, o Ir,', assume a responsabilidade
pelos seus atos e pelas consequências.
Responsabilidade - Nenhum ponto é tão importante quanto
aquele, pois retrata não apenas um ponto, mas uma coluna inteira, o local mais
divino depois do altar. Ainda que o Irmão ache certo e seguro, reveja e observe
com muita atenção todo o procedimento. Não será demasiado checar todos os
passos que precisarão ser dados; este é um momento em que a ingenuidade não
deve participar. O momento requer sabedoria para não banalizar uma ferramenta
de tão importante utilização e ver seu usuário ser reduzido a categoria de
bufão, o bobo de sua própria corte. Há pessoas que costumam se queixar com
tanta facilidade que se torna difícil discernir os verdadeiros pedidos de ajuda
daqueles que são só lamúrias pelo que foi incapaz de produzir por si mesmas.
Estando “entre colunas” é lícito ao Ir.'. falar aquilo que bem queira e
entenda. Pode acusar, defender a si e a outrem, pedir e julgar; assim como
comunicar algo que necessite de sigilo absoluto. Porém, deve ser direto e franco,
sem deixar qualquer margem de dúvida e estar cônscio daquela condição em que
está revestido e consequentemente da grande responsabilidade por tudo aquilo
que disser ou fizer no que possa comprometer sua credibilidade. Comete crime
ante as Leis maçônicas se faltar com o decoro e a justiça, a verdade, a moral.
Deve falar a verdade, ser justo em todos os sentidos e equilibrado nas suas
emoções, não podendo sob nenhum pretexto ser interrompido nem submetido a
qualquer limitação de tempo de permanência, ou condições outras ditadas por
qualquer dignidade, nem mesmo pela própria Loja. Mas algo que venha a dizer ou
fizer sem que haja alguma razão licita e necessária, naquela condição deve ser
rigorosamente pesado e medido. Uma simples inverdade, sem grandes
consequências, pode nada significar para um Irmão, porém, por menor que ela
seja, por menos significativa, se for dita “entre colunas” constitui falta da
mais alta relevância, pelo que será julgado. Direitos e Obrigações - Se é
direito usar aquela posição sem qualquer interferência da parte de alguma
autoridade da Loja, de igual modo a nenhum Obreiro, é facultado recusar-se ir
“entre colunas” quando para isto for legalmente solicitado. Lá ele não poderá
se negar responder qualquer pergunta, por mais íntima que a considere e não
poderá responder com uma inverdade. Não importando as razões ou motivos que o
levaram a tal atitude. Por motivos pessoais, sem que haja alguma razão lícita e
necessária; por perseguição ou com finalidade de ofender, desafiar, agravar,
humilhar. Normalmente um Maçom pode se negar a responder aquilo que não lhe
convier, mas se a indagação for formulada “entre colunas”, nenhuma razão
justificará qualquer resposta infiel. Transparência - Nenhuma razão justificará
que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo a responder. Qualquer Maçom
presente que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar. A luta por
liderança leva a decisões nem sempre sensatas e coerentes com a realidade. É
patético verificar que um Irmão que só olha para o próprio umbigo tem a
“coragem” de, publicamente, demonstrar sua ignorância e seu egoísmo ao criticar
medidas apoiadas pela grande maioria. As possibilidades de uso do “entre colunas”
são muitas e amplas. É uma fonte de direito, liberdade e garantia, desde que
sejam obedecidas as normas que regem aquele direito. Contudo, o recorrente deve
instruir-se nos princípios e práticas maçônicas, pois não há como esconder que
se não optar por razões justas e direitos legítimos, ao sair de “entre
colunas”, se sentirá menor, menos igual, menos importante, menos convincente e
mais desgastado do que antes de pronunciar seu discurso ensaiado.
Para garantir direitos, extinguir dúvidas, solicitar e
receber satisfação de atos passíveis de esclarecimentos entre os membros da
Loja, não precisa se apoiar no recurso do “entre colunas”. Tem uma série de
estratégias e possibilidades disponíveis. Existem recursos para isso mais
eficazes: O XIII Landmark – O direito de recurso de cada maçom das decisões de seus
Irmãos, em Loja, para a Grande Loja ou Assembleia Geral dos Irmãos, é um
Landmark essencial para a preservação da Justiça e para prevenir a opressão;
também Cap. VI - CONSELHO DE FAMÍLIA do Regulamento Geral (GLESP) e outros.
Orgulho - É preciso ter amor-próprio e orgulho, mas em demasia deprava o espírito
e corrompem o coração. Se não estivesse tão ressentido, tão cego, tão obstinado,
tão orgulhoso, não se atreveria a guiar quem também é ignorante das coisas maçônicas.
O orgulho e a humildade são os dois polos do coração humano: um atrai todo o
bem; o outro, todo o mal; um tem calma, o outro, tempestade; e a consciência é
a bússola que indica a rota conducente a cada um deles: a Fé e a Razão.
Compreensão - Muitas e muitas vezes julgamos erroneamente o proceder de um Irmão
por não termos percebido quais foram as suas intenções. O bom senso e a
compreensão tem o condão de alimentar a nossa percepção.
Existem boas intenções e más intenções. Aquele que ingressa
em nossa Ordem com segundas intenções, dificilmente deixa de se transformar em
ponto de discórdia. O certo é que a compreensão nos levará a aceitar nosso
Irmão com suas qualidades e com seus defeitos.
Sabemos que o desbaste da “pedra bruta” durará enquanto vivo
formos, uma vez que, sendo finitos, somos imperfeitos e, em sendo imperfeitos,
por mais qualidades positivas que tenhamos, estaremos sempre carregados de defeitos.
O difícil é enxergarmos nossos próprios defeitos, enquanto que enxergamos as imperfeições
dos outros com uma facilidade incrível. A compreensão entre os maçons está na dependência
direta de que cada maçom consiga compreender a si próprio. Relacionamento - Ninguém
está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos e em outras
perdemos. Se sofrermos com determinada perda, isso estará, apenas, aborrecendo
e nada mais. Ocorre que para chegarmos a compreender a nós mesmos, precisamos
penetrar em nosso interior, vasculhá-lo minuciosamente, buscando retirar dele
tudo aquilo que deva ser extirpado. Por aí se vê que não é fácil a busca de um aperfeiçoamento
que nos proporcione os meios para que possamos viver em perfeita e constante
fraternidade. Uma coisa muito relevante quando se está falando de relacionamento,
é se colocar no lugar do outro, para entender sua posição, e aí tomar a melhor decisão
consensual com ele. Assim não se precipitar nas decisões, antes escutar o
outro. O consenso não é fácil, mas é possível chegar a uma melhor posição para
poder tomar a decisão precisa no caminho para a Paz e eliminação de conflitos.
O maçom tem que saber que possui virtudes e defeitos, daí porque deve ser
humilde e procurar por todos os meios ao seu alcance, perdoar os defeitos dos
outros. Que os IIr.'. instrutores incentivem os Neófitos a lerem e meditarem sobre
seus direitos e deveres. Finalizando – Ser Maçom não é ser melhor nem pior do
que ninguém. É desempenhar num conflito ações apaziguadoras. É ter palavras
simples para dizer a verdade. É não ter espírito de hostilidade e vingança, é
não ser leviano e prepotente. É saber conciliar e perdoar, é oferecer sua mão
amiga e tolerante. É ser como o bambu que vergastado pelos vendavais, serenada
que seja a borrasca, volta sempre à sua posição primitiva, aprumada e firme no mesmo
lugar em que em que se enraizou. E que fácil seria, caríssimos Irmãos, alcançar
um mundo melhor em que todos os homens pudessem viver como Irmãos e apenas
regendo nossas vidas pelas sublimes palavras, ditas há dois mil anos, por
aquele humilde carpinteiro da Galileia, simples, descalço, sem revestimentos ou
condecorações: “Amai-vos uns aos outros”! Mas infelizmente entendemos mal, confundimos
os termos, e o que fazemos?
“Armamo-nos uns contra os outros”. O Maçom não deve deixar de
dizer a verdade e nem deve deixar de ouvi-las. Nós Maçons devemos ser reconhecidos
por muito nos amarmos. Afinal, a resposta “MM.'.II.'.C.'.T.'.M.'.RR..'.” define
nossas atitudes se somos ou não maçons!
Ir.·. Valdemar Sansão
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Meu Deus! Não me deixe acusar os meus Irmãos, apodando-os de
traidores, porque não partilham o meu critério. Ensina-me a amar os outros como
a mim mesmo e a julgar-me como faço com os outros. Se causar dano a alguém, dá-me
a força da desculpa, e se alguém me causa dano, dá-me a força do perdão e da clemência.
Meu Deus... se me esquecer de Ti; Tu não te esqueças de mim! (Mahatma Gandhi)
Fonte: Jornal do Aprendiz
EDIÇÃO DE 2014 NOVEMBRO ANO VI Nº 65: PRODUZIDO PELA ARLS
AMPARO DA VIRTUDE, 0276
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