Foi Deus, foi Deus, Foi Deus
Quem foi que fez?
João de Deus Limeira Quem foi que fez o sol tão vivificador? E sua luz resplandecente cheia de fulgor? Os trilhões de estrelas que cintilam nos céus? E as nuvens vaporosas como densos véus? A mecânica celeste, o arcano profundo da eterna ciência que equilibra os mundos? Os microorganismos em desenvolvimento e os orbes gigantescos em deferecimento? O átomo e a nebulosa, a ameba e o Serafim, e as origens das coisas que nunca terão fim? A virtude impoluta que não se modifica, e a possante energia que a tudo vivifica? Quem foi que fez o vento, a chuva, o raio e o trovão? A primavera, o outono e também o verão? O perfume das flores, o som, a luz, o ar? Os campos, as florestas, a terra, o céu e o mar? Quem foi que fez o infravermelho e o ultravioleta? E fez da lagarta surgir uma bela borboleta? O esperto gafanhoto e o formoso rouxinol? Surgindo a alvorada, os clarões da luz do sol? Quem foi que fez as feras bravas, os ternos passarinhos, a asa dos insetos e a beleza de um ninho? Deu agilidade incrível à pulga saltitante, e fez o passo lerdo e tardo do elefante? Quem foi que fez o colibri com linda sutileza, sugando o mel das flores com tal delicadeza? O tatu escavando a cova em que se abriga, e a faina inesgotável da minúscula formiga? O inquieto macaco, o fogoso corcel, e a abelha trabalhando na construção do mel? Quem foi que fez a ostra, o golfinho, o tubarão, a baleia? E a engenhosa aranha tecendo a sua teia? E o instinto de conservação, como bússola infalível de orientação, guiando com acertos os irracionais, sem nunca transgredir as regras naturais? As maravilhas do reino mineral, o leito onde repousa o reino vegetal, os prodígios da animalidade, e um elo mais acima, a nossa humanidade? E tantos outros reinos que nós desconhecemos, sistema de mundos que nem nos apercebemos? Os gênios tutelares arqui-angelicais, imersos nos segredos dos planos siderais? Que maravilha é esta que eu não posso descrever, com todo dramatismo que eu pudesse ter? Artista inimitável, sublime e ilimitável. Me ponho de joelhos e contemplo abismado. E pergunto a mim mesma com estupefação. Quem criou isso com tanta perfeição até o perdão? Quem dá sem pedir nada, e paga sem dever nada? E a tudo movimenta sem nunca se mover? Formando e transformando. Criando e dirigindo. Governando e agindo. Quem tem tamanho poder? Pergunto a outras vozes. Quem que podeis dizer? Eu vos peço queridos irmãos, amigos meus. E as vozes me respondem: Foi Deus Foi Deus Foi Deus. |
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