sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DIÓGENES, O Cínico


Ambrósio Preters
 
DIÓGENES, O Cínico


Autor: Irm Ambrósio Preters



As doutrinas e os princípios filosóficos dos tempos áureos da Grécia Antiga foram puros porque gerados de inspiração e esforço puros, por isso ainda hoje são a base fundamental do pensamento moderno.

Os postulados maçônicos abrangem um largo espectro de idéias calcadas em princípios fundamentais, constituindo aquilo que, de modo mais amplo, denominamos o ideal maçônico. Esses princípios fundamentais sempre se voltam em direção ao livre pensamento, ao racionalismo ou iluminismo, ao adogmatismo e à formação do homem integral.

O homem integral é o homem a agir como catalisador do bem e do progresso nos meios sociais em que se exercita e vive; é a meta última das atividades maçônicas. Esse homem que a Maçonaria deseja formar teve seus antecessores em plenitude nos forjadores da filosofia da Grécia Antiga, quando novas e perturbadoras idéias como que explodiram na antiga Hélade por volta do século V a.C.

As doutrinas gregas dos tempos áureos se apresentaram tão fundamentalmente puras porque geradas de esforços e inspiração puros, ainda que desenvolvidos sobre quase fugazes princípios semi-emitidos e surgidos no contexto de povos ainda pobres de idéias superiores ou metafísicas, como os egípcios, caldeus, povos mesopotâmicos em geral, e os hindus.

Na busca desses idealistas gregos, deparamos-nos com DIÓGENES, o Cínico, e nos resolvemos pelo estudo de sua pessoa e personalidade. Diógenes, o popular homem da lanterna, do caneco, do menino, do tonel, episódios menores de sua vida, mas que lembram os seus ideais de completo despojamento, e que rememoraremos mais adiante com mais minudências.



Dizemos Diógenes, O Cínico, para distinguí-lo de outros tantos "DIÓGENES", como o de Laerte, o de Babilônia, o de Apolônia, o de Enoanda, todos filósofos de renome também, embora não tão famosos e nem tão célebres como o nosso "O Cínico".



Explicamo-nos. Os gregos costumavam adotar apenas um nome, e geralmente o nome do avô, sem nenhuma outra identificação nominal. Imagine-se a confusão daí gerada. Para contornar esse inconveniente, costumava-se acrescentar ao nome o da cidade de nascimento (de Laerte, de Apolônia, etc), ou outro apodo, por vezes carinhoso, e por vezes depreciativo. Outras vezes, mais raras, como no nosso caso, um qualificativo relacionado com a doutrina professada ou praticada pelo titular. Diógenes professava e praticava o cinismo filosófico, e daí o cognome "Cínico".



Mas, porque comentar Diógenes, um filósofo grego da antiguidade clássica em uma revista Maçônica? Vê-lo-emos a seguir.



A essência da filosofia cínica está admiravelmente definida no seguinte diálogo, que Sócrates manteve com um dos seus discípulos mais recalcitrantes, sobre o problema do prazer, um dos temas mais constantes na cultura grega:



Sócrates: Achas que o filósofo deve apegar-se aos prazeres da mesa e do vinho:

Simas: Está claro que não.

Sócrates: E será justo que se preocupe com os outros meios de favorecer o corpo?

Simas: De modo algum.



Sócrates: E será justo que se preocupe com os outros meios de favorecer o corpo, por exemplo, a aquisição de roupas caras, sandálias ou outros adornos? Em vez de se ocupar com essas coisas, não será mais razoável que despreze tudo o que for além das necessidades da natureza?

Simas: Acho que o verdadeiro filósofo deve desprezá-las.



Nessas simples perguntas e respostas, se sintetiza não somente a filosofia cínica, mas também o verdadeiro espírito da filosofia grega quando no seu auge. Antístenes, mestre de Diógenes, absorveu a teoria da filosofia cínica integralmente no seu todo, e por isso se tornou, como disse Will Durant, um verdadeiro franciscano sem teologia em pleno coração do florescimento grego. Antístenes dizia com integral convicção que "não possuía para não ser possuído".



Durante a vida de Sócrates, ele foi um de seus alunos mais aplicados e assíduos. Depois da morte de seu mestre, limitou-se também a ser apenas um mestre, e escolheu para local de sua atividade um ginásio conhecido como "Cinosarges" (do grego "Kynosargos", traduzível por "indolência de cão"). O nome faz referência aos alunos que o freqüentavam, gente de classe inferior, estrangeiros e bastardos, gente que os da alta classe consideravam vadios como um cão.

A identificação da filosofia de Antístenes como "cinismo" parece relacionar-se mais ao nome de "Cinosargos" do que propriamente com a vida de cão que seus adeptos levavam. Mas tanto uma como outra derivação não lhe alteram o sentido.

Antístenes trajava como um operário, ministrava seus ensinamentos de graça e preferia buscar seus alunos entre as pessoas da classe pobre; expulsava de suas aulas aqueles que não se mostrassem dispostos a continuar a viver como pobres, negando suas origens.



Diógenes, quando pleiteou seu ingresso na escola de Antístenes, foi simplesmente recusado e até insultado por aquele mestre que ele tanto admirava. Continuou insistindo, perdoou os insultos, e conseguiu ser admitido, finalmente, e em compensação fez a doutrina cínica conhecida e popular em toda a Hélade.

Diógenes, banqueiro na cidade de Sínope, sua cidade natal foi, por falência em sua profissão, que também era a de seu pai, levado a uma situação financeira tão grave que o obrigou a mendigar para sobreviver. Assim, nessa situação de penúria extrema, lhe soou agradavelmente ouvir de seu admirado Antístenes que a mendicância e a pobreza se constituíram em parte essencial da virtude e da verdadeira sabedoria. No início de sua carreira de sábio, com sacola e bordão de mendigo, tendo por moradia os pórticos dos Templos e por abrigo um tonel achado nas escadarias do templo de Cibele, andava pela cidade de Atenas e vizinhanças.

Comer o que encontrava ao acaso, e comer onde encontrava, fazer suas necessidades físicas e mesmo o ato de amor, que considerava apenas mais uma necessidade física, sem olhar para quem estivesse ao seu derredor, era uma tentativa de apagar sua inveja da vida simples dos animais, que queria imitar. Conta-se que certa vez, ao encontrar um menino a beber água com a concha da palma da mão, tomou-o como lição e achou um luxo excessivo a caneca que portava. Jogou-a fora.

Empenhava-se em não fazer mal a ninguém, mas se negava terminantemente a obedecer às leis e se proclamava cidadão do mundo. Causava-lhe ansiedade ver a humanidade dividida em grupos antagônicos formando estados e edificando cidades. Como cidadão do mundo, o primeiro cosmopolita de que se tem notícia, viajava despreocupadamente de cidade em cidade, e certa vez o encontramos vivendo e difundindo seus princípios na cidade de Siracusa, na magna Grécia (sul da Itália atual).

Em uma de suas andanças, foi presa de piratas que o venderam a um cidadão de Corinto chamado Xeníades. Este, ao lhe perguntar o que sabia fazer, recebeu a resposta: Sei governar homens". Xeníades fê-lo tutor de seus filhos, governante de sua casa e administrador de seus bens, e ele se desincumbiu tão bem de sua tarefa que seu amo o apelidou de "meu gênio bom".

A esta altura, abandonara obviamente sua vida de mendigo, mas continuou com sua vida simples e sem exigências, divulgando seus princípios filosóficos cínicos; tornou-se um dos homens mais populares da Grécia.

Apesar de todo esse desprendimento externo, apenas aparente em parte, era na realidade um "poseur" Parecia saborear sua própria celebridade e orgulhar-se ao extremo de sua incrível capacidade de argumentar, constando que jamais perdera uma discussão. Usufruía um humor ferino e de uma presença de espírito imperturbável.

Certa vez, vendo uma mulher prostrada em oração com a cabeça ao nível do chão, chegou-se a ela, interrompeu-a em seu ato religioso e lhe disse: "Não tens medo de que possa estar atrás de ti um desses tantos deuses que dizem haver por aí? De outra vez, ao ver o filho de uma cortesã atirando pedras contra uma multidão, lhe disse: "Cuidado, não vás acertar teu pai".

Os episódios mais popularmente conhecidos de sua vida são os do sol e da lanterna.

Conta-se que certa vez Alexandre, o Grande, da Macedônia, ao andar pelas ruas de Corinto, atraído pela sua fama, se postou diante dele no momento em que tomava seu banho de sol. Ao lhe dizer o Rei "Eu sou Alexandre, o Rei", Diógenes lhe retrucou: "Eu sou Diógenes, o Cão". Alexandre, impassível, continuou: pede o que quiseres que imediatamente to concederei e imediatamente Diógenes lhe disse: "Devolve-me aquilo que não podes dar, o sol que estás encobrindo". Alexandre ainda lhe teria dito: "Se eu não fosse Alexandre, o Rei, quereria ser Diógenes". Não sabemos se Diógenes lhe devolveu o elogio.

Segundo a história, os dois morreram no mesmo dia, no ano de 323 a.C.: Alexandre aos 33 anos, em Babilônia, e Diógenes, aos noventa anos, na cidade de Corínto. Os coríntios o homenagearam colocando um cão de mármore sobre seu túmulo, e os habitantes de Sinope, de onde havia sido banido, lhe ergueram um monumento.

A filosofia cínica de Antístenes, adotada integralmente por Diógenes, considerava a metafísica como um jogo intelectual de palavras inúteis, e o estudo da natureza na busca de uma explicação para a existência do Universo, como atividade inútil e supérflua. O estudo da natureza somente teria sentido se encetado como busca de um guia para uma vida virtuosa e simples. A única maneira coerente de viver seria buscar permanentemente a felicidade, não através do prazer, mas sim levando uma vida simples, digna e natural. O prazer somente seria válido se pudesse ser usufruído sem causar remorsos, e nunca às custas da infelicidade do próximo.

Dizia serem efêmeros todos os prazeres, exceto aqueles que pudessem ser atingidos através de uma vida modesta e virtuosa. A riqueza destrói a paz, e a inveja é a ferrugem que corrói a alma. Os deuses concederam ao homem uma vida fácil que ele corrompeu com a sarna do luxo.

Para os cínicos, tudo o que na religião passasse da prática da virtude não seria mais do que grosseira superstição. A virtude consiste em comer, possuir e desejar somente o indispensável; beber, apenas água.

Para Diógenes, o maior dos bens sociais, o supremo ideal, seria o livre pensamento, a liberdade de expressão, e uma das maiores qualidades do homem, não fazer mal a ninguém e não ter inveja de nada. O Supremo Bem, o maior dos bens, seria a virtude, uma virtude atingida não pelo usufruto dos prazeres, mas através da prática de uma vida simples e natural.

A filosofia cínica fez parte do movimento de "volta à natureza", que se desenvolveu em Atenas, no século V, como revide a um sistema cultural complicado que desvirtuava a vida e a tornava ansiosa, competitiva e imoral.

Nestes últimos parágrafos transparece claramente um daqueles incontáveis belos exemplos que nos vieram dos sábios gregos. A filosofia cínica propugnava uma concepção de vida simples e sem luxos, baseada nas leis naturais, ou seja, uma vida de "bons costumes". Viver sem remorsos de ter causado mal a um semelhante espelha um sentimento de fraternidade e de solidariedade, poucas vezes encontrado em nosso sistema cultural moderno.

Nas concepções filosóficas do cinismo, sobressaía um sistema de livre pensamento como o maior bem social da humanidade. Um livre pensar sem obstáculos e sem peias, capaz de levar o homem a buscar por si próprio a sua própria verdade.

John Toland, que nos parece particularmente o grande idealista na base da fundação da Grande Loja da Inglaterra em 1717, expunha em seu "Pantheisticus" exatamente isso: uma vida de fraternidade entre homens livres de pensamento e de bons costumes, capazes de em tempo futuro colaborar na redenção humana.

A Maçonaria dos homens superiores, da elite pensante e compenetrada do seu papel na sociedade, abraçando esse supremos ideais de Diógenes, se constituiria em uma alavanca eficiente para o progresso da humanidade.

Os sábios gregos no seu conjunto, e muito particularmente Diógenes, nos deixaram marcantes exemplos de vida e de princípios filosófico-morais, que em seu tempo praticaram e defenderam com ardor. Desde a primordial escola de Mileto, que teve em Tales um expoente excepcional, até os últimos mentores do já no ocaso intelectualismo grego do final do século primeiro antes de nossa era, nenhum deles fugiu à regra. Todos seguiram na vida prática os princípios que pregavam ou ensinavam em suas escolas.

Diógenes era visto com alguma freqüência, ao que diz a tradição, percorrendo as ruas da cidade em plena luz do dia, portando uma lanterna acesa. Ao ser inquirido sobre o motivo dessa sua aparente extravagância, sempre respondia secamente: "Estou a procura de um homem".



Semelhante atitude tem um sentido mais profundo quando a ligamos ao ambiente social que se formara na Grécia do seu tempo. Imperavam a corrupção e a venalidade, a começar pelas classes consideradas inferiores. Os varejistas em geral, os padeiros, os açougueiros, os peixeiros, viciavam as balanças, roubavam no peso e no troco, adulteravam o produto. Mas a venalidade também atingia em alto grau as classes mais elevadas, principalmente a dos políticos. Entre estes não se encontraria alguém que ainda não tivesse sido envolvido em algum caso de roubalheira e corrupção. (Ah! Brasil). Um indivíduo honesto e sério era considerado uma "avis rara".

Era provavelmente por isso que Diógenes, com seu humor ferino e sua lanterna, dizia estar procurando um homem. Para o Mestre, ser homem, no sentido mais nobre desta palavra, era viver uma vida virtuosa e de acordo com as leis naturais, respeitando sempre os direitos do próximo. Ser homem assim deve ter sido naquele século uma
excepcionalidade, aliás, como também o é no Brasil de hoje. Os séculos, parece que, não ensinaram muita coisa ao homem, apenas cobriram as suas ações nefastas com sua pátina.

Quantos de nós, Maçons da Era Moderna, podem se enquadrar nos princípios da virtude praticados e propostos por Diógenes? Quantos de nós são verdadeiramente livres de pensamento? Quantos de nós são verdadeiramente livres e de bons costumes?

Para Diógenes, a melhor sociedade seria aquela que não tivesse artifícios nem leis, ou pelo menos que estes se reduzissem a um mínimo indispensável. Os gregos sorriam dos cínicos e os toleravam tanto quanto os santos eram tolerados na idade medieval, ou tanto quanto nossa sociedade política moderna, em nosso País, encara com mal disfarçado sarcasmo os homens públicos sérios.

Os cínicos, depois de Diógenes, se transformaram em uma ordem religiosa sem religião, viviam como pobres e ocupavam seu tempo como professores, e não tinham lar. Provavelmente a influência de sua doutrina, de seu modo de viver, terá reaparecido entre os essênios.

Os essênios, por sua vez, parecem ter influenciado diretamente o Cristianismo em sua primitiva e pura concepção. Os cristãos, tal qual os essênios, tal qual os cínicos de Diógenes, consideravam este mundo como um vale de lágrimas corruptor das virtudes com seus efêmeros prazeres.

Diógenes, um religioso sem religião, um cristão sem cristianismo, um essênio sem o essenismo, um maçom sem maçonaria.

Fonte: Portal Maçônico Samaúma

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O QUE É QUE DEVO FAZER PARA SER MAÇOM?

 
 
O QUE É QUE DEVO FAZER PARA SER MAÇOM?

Se você conhece um Maçom, dirija-se a ele, é a melhor forma de se bater as portas da Maçonaria.

Se não, não se preocupe, dirija-se a uma Loja e lá entre em contato com alguma autoridade, como Secretário da Loja, expondo suas razões e o seu desejo de ser Maçom.


Procure a loja mais próxima da sua residência para que façam uma pesquisa sobre a sua pessoa, para isto, você deve lhes entregar um currículo com todos os seus dados pessoais, caso a loja verifique com a aprovação unânime de todos os seus membros que você deve ser contatado, isto se fará de forma pessoal, e por um dos Mestres Maçom da referida Loja.

Esta pesquisa poderá demorar de um a dois anos, isto é, se tudo correr bem. Pode ocorrer que exista alguma circunstância em sua vida, que deverá ser aguardado o seu desfecho antes de ser oficialmente contatado por um membro da Loja Maçônica.


Espero ser convidado?


Não. O interessado deve dar o primeiro passo. A loja e seus membros poderão, de uma forma sutil e sem ser demasiado eloqüentes, informar sobre a Maçonaria, porém, em nenhum caso poderão tentar convencer-lhe que ingresse. Querer ser Maçom deve nascer no coração do homem, nunca deve ser imposto por outros que com ele se relacionoe.

Como se entra para a Maçonaria?

Recomentdações da ARLS Guatimozin Nº 66 - GLESP. Esta página é dedicada a pessoas que procuram orientação para ingressar na maçonaria, com o intuito de esclarecê-las nos requisitos básicos.


Maçonaria é uma Instituição milenar e tradicional. Já foi bem mais secreta.

Hoje em dia ela é, antes de tudo, discreta, embora vários de seus princípios permaneçam consagrados e imutáveis.

A legítima e verdadeira Ordem Maçônica só pode admitir para ingressar em seus quadros, homens livres e de bons costumes, civilmente capazes, de boa saúde física e mental, amado e amoroso em seu seio familiar, crente em um Ser Superior e com condições de acrescentar algo de útil a si mesmo e à sociedade da qual faz parte.

Partimos do princípio que somente um verdadeiro maçom saberá quem poderá ser também um verdadeiro maçom.

Assim, apenas o contato pessoal e direto, por prazo relativamente longo, poderá autorizar alguém a pleitear o exame de suas condições para eventual admissão na Maçonaria. Não acredite em convites feitos pelo correio, pelo jornal, revistas ou até mesmo pela Internet, principalmente aqueles que cobram alguma taxa ou valor em dinheiro como condição para ser "iniciado".

Um amigo, colega de trabalho ou de estudo, que mostra uma conduta ilibada na vida pública e particular, pode ser um verdadeiro Maçom, discreto e atuante. Se você seguir-lhe os bons exemplos e se dedicar a aprimorar sua conduta, poderá ser agradavelmente surpreendido com um convite para ingressar em nossa Sublime Instituição. Buscamos sempre nos aprimorar e aperfeiçoar. E essa procura é infindável, incessante e difícil, mas também é, para nós Maçons, extremamente estimulante!!! Continue honrado, atuante e livre de preconceitos, acreditando fielmente no Deus que habita em seu coração.


Um dia as portas do seu Templo poderão lhe ser abertas. E nesse dia, nós teremos a grata emoção em lhe dizer:


-- Seja bem-vindo, meu querido Irmão!



FONTE: Samauma – Portal Maçônico.

 

 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

QUANDO A BOCA CALA...O CORPO GRITA!!!





QUANDO A BOCA CALA...O CORPO GRITA!!!



Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico.

A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.

O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.

E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?

A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.


O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas Equívocos, existem semáforos chamados Amigos, luzes de precaução chamadas Família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão, um potente motor chamado Amor, um bom seguro chamado FÉ, abundante combustível chamado Paciência. Mas principalmente um maravilhoso Condutor chamado DEUS.




(Autoria desconhecida)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Por seus frutos





 
Por seus frutos



É comum no meio maçônico dizer que determinada pessoa sempre fora Maçom, mesmo antes de ter-se iniciado. Isto porque tal indivíduo é detentor de qualidades e virtudes características de um verdadeiro maçom. Mas quais são essas marcas que levam alguém a ser considerado um maçom nato? Como se pode afirmar tal coisa sem risco de se enganar?



O livro sagrado nos dá o caminho. Nele está escrito: "conhece-se a árvore pelos frutos que produz. É impossível que uma boa árvore produza maus frutos, assim como é impossível á árvore ruim produzir bons frutos". Assim é o homem: se dele advém boas coisas, atitudes corretas, gestos edificantes, ele é como uma boa árvore que produz bons frutos. Se for o contrário, se seu caráter for falho, por mais que tente mascarar sua personalidade, não conseguirá: é uma árvore ruim, que produz frutos ruins. O poeta e filósofo Emerson disse: "o que a pessoa é na realidade paira sobre sua cabeça, e brada tão alto que é impossível ouvir sua voz dizendo o contrário numa vã tentativa de ludibriar os outros".



Quando o neófito encontra-se à porta do templo e é anunciado , como um candidato a conhecer os Augustos Mistérios Maçônicos, é perguntado como pode ele conceber tal propósito. A resposta dada constitui-se na primeira característica necessária a um Maçom nato:
"Porque ele é livre e de bons costumes".



O homem livre é aquele capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a fazer e a querer o que quer que seja. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre várias possibilidades, mas o poder para auto determinar-se, dando a sí mesmo regras de condutas.


Portanto, somente é de fato livre, aquele que é senhor de sí mesmo. O verdadeiro maçom, sabe respeitar a liberdade alheia , conhece os limites entre o certo e o errado e não se rende às paixões ignóbeis. Ele tem consciência de que, como afirmou o filósofo Nietszche: "A ação mais alta da vida livre, é nosso poder para avaliar os valores".



Ser de bons costumes equivale a dizer que ele um homem íntegro, que tem sua conduta pautada em sólidos princípios éticos e morais, que é um cidadão exemplar, cumpridor de seus deveres, reto em seus compromissos, honesto em seus negócios, um bom pai de família, respeitador e correto em todos os sentidos.



Na continuidade do processo de iniciação é perguntado se o neófito encontra-se preparado para ingressar na Sublime Ordem. Eis a resposta: "Sim, pois seu coração é sensível ao bem". Temos aí a segunda marca de um legítimo Obreiro da Humanidade: possuir um coração sensível ao bem.
O coração de um maçom não aceita as injustiças e não compactua com o erro e a maldade. E mais do que isso, ele se inquieta, se revolta e luta contra todo tipo de injustiça e opressão. Ao longo de toda história da humanidade a Maçonaria tem-se empenhado em duras batalhas contra a tirania o despotismo e o obscurantismo, sofrendo com isso conseqüências dolorosas, perseguições implacáveis que resultaram no flagelo e na morte de vários irmãos. Ela porém jamais se curvou, jamais abriu mão de seus nobres ideais, nunca se omitiu em sua missão altruística, em sua luta inglória em favor da Liberdade, da Igualdade, e da Fraternidade.
Igualmente hoje quando o futuro da raça humana aponta para rumos incertos, a influencia benéfica e restauradora da Maçonaria se faz necessária. Num momento em que nossa pátria no olho de uma crise mundial passa por momentos difíceis devido ao estado fragilizado de sua economia, o que leva a muitos passarem apertos financeiros, está em voga a prática do salve-se quem puder e do cada um por si. Muitos são os adeptos da famigerada Lei de Gerson, onde o importante é levar vantagem em tudo. Quando testemunhamos a importância e a natureza sagrada da família sendo relegada a segundo plano por motivos fúteis, quando vemos as drogas, a violência e todo tipo de criminalidade assolando a sociedade, nós, os pedreiros livres, não podemos nos omitir.


Batalhas, embora não sangrentas como as da Antigüidade, mas igualmente árduas, esperam por nossa ação. Não mais a espada, mas nossa determinação, nosso exemplo, nossos propósitos de aperfeiçoamento são nossas armas.



O juramento sagrado proferido pelo maçom com a mão direita sobre o Livro da Lei (Bíblia Sagrada), é um compromisso assumido com Deus, com os irmãos, mas sobretudo consigo mesmo, compromisso este de, através do auto aperfeiçoamento, contribuir significativamente para o aprimoramento de toda a humanidade.



Se ali se encontra um incauto, um dissimilado que equivocadamente foi levado ao processo de iniciação, lamentavelmente tal pessoa não passará de uma grande decepção. Com certeza, as exigências das práticas maçônicas, pesadas ao fraco de caráter, se encarregará com o tempo de excluí-lo da Maçonaria.



Mas se ao contrário, o homem postado diante do Altar dos Juramentos, for da estirpe dos grandes homens, se trouxer consigo as marcas indeléveis que caracterizam os verdadeiros maçons, estará o mundo ganhando um lutador valioso, um guerreiro do Bem e da Justiça.

Quisera todos os homens livres e de bons costumes do planeta tivessem a mesma oportunidade, para que no ambiente propício de uma oficina maçônica, recebendo a inspiração da Filosofia ali difundida, pudessem direcionar seus esforços de forma efetiva em prol da construção de um mundo melhor.



O verdadeiro maçom sabe que não há melhor argumento que sua própria vivência . Ele se impõe no seu ambiente influenciando-o positivamente, não de forma arrogante ou arbitrária, mas por sua conduta exemplar e inquestionável. Ele é enérgico porém bondoso. Firme, porém humilde. Sua bondade e humildade residem no fato de saber que, a despeito de num dado momento de sua vida maçônica ser simbolicamente denominado mestre, na prática será sempre aprendiz. Aprende-se a todo instante e de todas as formas. O Maçom é o pedreiro de sí mesmo, e por mais que a obra esteja adiantada, sempre faltará um retoque, pequeno que seja. E depois outro, outro, e mais outro, assim infinitamente. Por mais que se saiba, por mais evoluído que seja, sempre restará algo a aprender, novas lições a assimilar. Na escola da vida não há formandos, ou formados, apenas eternos alunos em busca do aperfeiçoamento.



Fixemo-nos pois, nas principais características que distinguem o verdadeiro Maçom e não nos desvirtuemos de nosso objetivo maior. Mantenhamo-nos livres e firmes na prática dos bons costumes, e que com o auxilio do "Grande Arquiteto do Universo" nossos corações sejam cada vez mais sensíveis ao bem.



E lembremo-nos sempre:
"o que para o profano é um gesto meritório, para o Maçom é um dever sagrado."



Fonte: http://www.aminternacional.org.maconaria_por_seusfrutos.html



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Alegria


A ARCA DA ALIANÇA
 
Alegria



A alegria real é aquela que nasce do dever cumprido com base na consciência tranquila.


A alegria, quando extrapola os seus limites, é fonte de muitas lágrimas.

Viver com alegria é viver com saúde e paz.


As vibrações alegres e otimistas têm o poder de regenerar as células enfermas, tanto quanto de levantar as almas apáticas.



Quem compreende o sentido da vida sabe superar com alegria todas as provas com as quais se defronte.



Quem procura alegrar-se nos prazeres transitórios apenas encontra mágoa e desilusão ao fim de fugas alegria.



O homem de fé, sobretudo, é um homem que traz a felicidade represada na alma, pela insuperável alegria de amar ao próximo como a si mesmo.


A alegria que nos falta, não raro, é a alegria que negamos aos outros.

Um sorriso de simpatia atrai incontáveis bênçãos de carinho.
Aprendemos a sorrir para a Vida para que a Vida continue a sorrir para nós.


O homem que vive contrariado e tudo reclama, vendo obstáculos em toda a parte, está em profunda desarmonia com a Vida, que é a Suprema Alegria de Deus!


Irmão José


domingo, 25 de novembro de 2012

O Direito das Crianças






O Direito das Crianças



Toda criança do mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.

Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.

Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos tem de respeitar.

Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.

Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...

Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô.

Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.

Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola,bola, bola!

Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!

Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.

Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...

Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cahorro-quente.

Festejar o aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.

Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de aventura...
Alguém para querer bem...

Festinha de São João,
Com fogueira e com bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e bandeirinha.

Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreiro de saúva,
Sentir o cheiro do mar.

Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.


E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem quentinho,
Sensação de bem-estar...
De preferência um colinho.

Embora eu não seja rei,
Decreto, neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito de ser feliz!


Ruth Rocha


 
 
 
 




 




sábado, 24 de novembro de 2012

Motivo

Cecília Meireles

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.


Cecília Meireles

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O MANUSCRITO COOKE






O MANUSCRITO COOKE

Tradução – José Antonio de Souza Filardo M.´. I.´.

2010




Damos graças a Deus, nosso glorioso Pai, Criador do Céu e da Terra e tudo o que nela está e que ele conhece [em virtude] de sua Gloriosa Divindade.

Ele fez todas as coisas para ser obedecido, e muitas delas em benefício da humanidade, lhes ordenou submeterem-se ao homem, porque todas as coisas que são comestíveis e de boa qualidade [servem] para o sustento do homem.

E também deu ao homem inteligência e habilidade em várias coisas, e arte, por meio da qual podemos viajar por este mundo para assegurar a sobrevivência, para fazer muitas coisas para a Glória de Deus e também para o nosso benefício e paz de espírito.

Se tivesse que enumerar todas essas coisas, levaria muito tempo para dizer e escrever.

Mostrarei uma delas, embora deixe outras: Isto é, a forma como começou a Ciência da Geometria, e quem foram os criadores dela e de outras Artes, conforme revelado na Bíblia e outras histórias.

Vou narrar, como disse, como e de que modo começou e esta ciência digna da Geometria.

Você deve saber que existem sete Ciências Liberais e, logo saberá por que são chamadas dessa forma, e porque destas primeiras sete se originam todas as Ciências e Artes do mundo e, especialmente, porque aquela, a Ciência da Geometria é a origem de todas.

Quanto à primeira, que é chamada de fundamento da Ciência, é a Gramática, que ensina o homem a falar e escrever de forma justa.

A segunda é a Retórica, que ensina o homem a falar decorosamente de maneira precisa.

A terceira é a Dialética, e que ensina o homem a discernir o verdadeiro do falso, e é comumente chamada de Arte ou [Filosofia].

A quarta é chamada aritmética, e ensina aos homens a arte dos números, para calcular e contar todas as coisas.

A quinta é a Geometria, que ensina aos homens os limites e a medida e ponderação dos pesos de todas as Artes humanas.

A sexta é a Música, que ensina aos homens a Arte do canto nas notas da voz e do órgão, da trompa, da harpa e todos os demais instrumentos.

A sétima é a Astronomia, que ensina ao homem o curso do Sol e da Lua e de outros planetas e estrelas do Céu.

Nosso principal objetivo é tratar do primeiro fundamento da excelente Ciência da Geometria, e de quem foram seus fundadores; como disse anteriormente, há sete Ciências Liberais, ou seja, sete artes ou ciências, ou Artes que são livres em si mesmas, as quais vivem apenas por meio da Geometria.

E a Geometria é, como se diz, a medida da Terra: "Et sic dicitur a geoge pin Px ter a Latine e metrona quod est mensura. Unde Geometria i mensura terre vel Terrarum", ou seja, que a Geometria é, como eu disse, Geo, terra, e metron, medida e, assim, o nome Geometria é composto, e se chama medida da Terra.



Extraído alguns tópicos do “O MANUSCRITO COOKE"

 


 

NOTAS:



O Manuscrito Cooke, conservados no Museu Britânico, deve seu nome ao seu primeiro editor, Matthew Cooke, História e artigos da Maçonaria, Londres, 1861.

Datado de cerca de 1410 ou 1420, mas é a transcrição de uma compilação que remonta talvez a mais de um século atrás.

É dividido em duas partes: A primeira, constituída por dezenove artigos, é uma história da geometria e da arquitetura.

A segunda é um "Livro de deveres", que inclui uma introdução histórica, nove artigos relativos à organização do trabalho teriam sido promulgados durante uma assembleia geral no tempo do rei Athelstan, nove conselhos de ordem moral e religiosa e quatro regras relativas à vida social dos maçons.

O termo especulativo aparece neste documento.

O manuscrito Cooke serviu de base para os trabalhos de George Payne, segundo Grão Mestre do Grande Loja de Londres, que os adoptou a um primeiro regulamento em 1721.

Também aparece como a principal fonte em que Anderson se inspirou para escrever o seu Livro das Constituições (1723).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

IRMÃOS

Irmão Iraildo.
 
IRMÃOS



Na maçonaria os seus membros são chamados de Irmãos, pois unidos pelo Amor Fraternal, seja em qualquer Grau, recebem este tratamento, e seu significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade.



A origem do cordial tratamento de “Irmão” afirma que este tratamento foi adotado pelos Maçons, desde os tempos de Abraão, o velho bíblico. Reza a história que estando ele e sua mulher no Egito, lá ensinava as sete ciências e contou entre os seus discípulos com um de nome Euclides. Tão inteligente que não demorou em tornar-se mestre nas mesmas ciências.



Então Euclides, em suas aulas determinou regras de conduta para os seus discípulos; em primeiro lugar cada um deveria ser fiel ao Rei e ao país de nascimento; em segundo lugar, cumpria-lhes amarem-se uns aos outros e serem leais e dedicados mutuamente. Para que seus alunos não descuidassem destas últimas obrigações, ele sugeriu aos mesmos que se dessem, reciprocamente. O tratamento de “Irmãos” ou “Companheiros”.



Aprovando inteiramente esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu adotar aos seus iniciados, que receberam com todo o agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem. Traduz uma forma muito afetiva e agradável a todos os corações dos que militam em nossos Templos.



O Poema ”Regius", que data do ano de 1390, aconselha os operários a não se tratarem de outra forma senão de “meu caro Irmão”. Por isto o tratamento de Irmão dado por um Maçom a um outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente a mesma família. Os Maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade. Além da amizade fraternal que deve nos unir, nós Maçons somos simbolicamente filhos da mesma mãe.



Durante a Iniciação quando o iniciando recebe a Luz, e seus novos Irmãos juram protegê-lo sempre que preciso. A partir daquele momento, todos que a ele se referem o tratam como Irmão. Os filhos de seus novos Irmãos passam a tratá-lo como “Tio” e as esposas de seus Irmãos passam a se sua “Cunhada”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da Ordem e a família maçônica.



A Maçonaria não admite em suas fileiras qualquer tipo de preconceito racial, religioso, condição social ou financeira. A Ordem se dedica há séculos a combater os preconceitos, sempre plantando a semente da paz, da harmonia e da concórdia.



Permite sim discordar de idéias dos Irmãos e não de Irmãos, a Loja Maçônica é o templo do saber, do crescimento cultural e espiritual. Reunimo-nos para combater a nossa ignorância e a dos outros, lutar contra os vícios e a injustiça. Lugar de Amor Fraternal, símbolo da amizade, da razão serena e perseverança. Distinguimo-nos dos profanos por nossa aversão á injustiça, á vingança, á inveja e á ambição desmedida, sempre fazendo o bem pelo bem.



O Maçom deve primeiro interrogar sua consciência sobre seus atos, para melhor avaliar os atos dos outros, não deve apontar os erros alheios e sim corrigi-los.

O verdadeiro Irmão não tem ódio, nem rancor, muito menos desejo de vingança; perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios que já tenha recebido, ajudar o Irmão em dificuldade, mas se a necessidade o obriga deve procurar sempre o bem que atenua o mal.



Sabemos como difícil é meus queridos, ser Irmão, na mais pura essência da palavra. Quando nos encontramos abrimos o sorriso e os braços como se fossemos velhos conhecidos, e este sentimento de Irmandade ás vezes é mais forte que entre irmãos de sangue.



Diante de tudo acima exposto só posso agradecer a vocês meus Queridos Irmãos pelo aprendizado nestes anos, e que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine e nos permita muitos e muitos anos de convivência.



Wellington Oliveira, M.M.


ARLS Igualdade, Oriente de São Paulo - Brasil

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Homilia da Contradição








ALFAZEMA

Homilia da Contradição



Com o tempo que perdi demolindo muros
eu teria construído um castelo de amor para sonhar
se não tivesse perdido tanto tempo construindo muros
para depois tombar.


Com o tempo que perdi desfolhando mágoas
eu teria tempo de secar as lágrimas pelo que não fiz
se tivesse tempo para convencer o mundo que olvidar a pranto
também é ser feliz.


Com o tempo que perdi protegendo frutos
eu teria me encantado muito mais com o pomar
se não tivesse perdido tanto tempo espantando pássaros
que não ouvi cantar.


Com o tempo que perdi removendo espinhos
eu teria todo o tempo reservado para o meu jardim
se tivesse aproveitado a vida para ser melhor do que o lado pior
que há sepultado em mim.




Julis Calderón





terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cansado de Sofrer de Mal de Amor



A Terra.

Cansado de Sofrer de Mal de Amor


Cansado de sofrer do mal de amor
procurei proteger meu coração,
e comecei a grande construção
da minha fortaleza interior.

Fiz vigas de concreto contra dor,
revesti as paredes de razão,
portas, janelas, piso, elevador,
tudo impermeável à emoção.

Como não tem no mundo quem não falhe,
esqueci, entretanto de um detalhe,
e meu trabalho não ficou completo.

Meu coração, em paz, adormecido
acordou, de repente, com um ruído:
Era a saudade entrando pelo teto.



Ronaldo Cunha Lima

Poeta Paraibano

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Grau de Aprendiz

 
 
Maçons du Moyen-Âge
construisant un édifice féodal.
 
 

Instrumentos de trabalho.

 
O Grau de Aprendiz - grau 1o



INSTRUÇÕES DO PRIMEIRO GRAU1
 



A Maçonaria é um liame que une; nenhuma Instituição humana, laica ou religiosa apresenta-se tão propícia para a união universal dos homens, porque ela esforça-se a colocar em evidência os pontos concordantes de todas as opiniões e de superar as divergências que, às vezes, são mais aparentes que reais que geram as divergências e a discórdia.


Adorar a Deus, fazer o bem aos semelhantes, combater tudo o quê prejudica e trabalhar para a própria perfeição, tal é o escopo da Maçonaria.


O culto à Divindade concilia-se com todas as opiniões religiosas porque deixa a cada um os próprios dogmas e a própria fé e contenta-se de expressar, no mais simples linguajar, ao Grande Arquiteto do Universo, os próprios sentimentos de amor e respeito.



Fazer o bem aos semelhantes, significa empregar todo o esforço para lhes ser útil. O prejudicial que a Maçonaria esforça-se a combater são, sobretudo, aqueles que tendem a separar os homens com as divisões exclusivas vindas da diversidade das suas crenças, crenças que a Maçonaria respeita, quando professadas de boa-fé. Enfim, trabalhar para a nossa perfeição, significa iluminar o nosso Espírito à luz da ciência, e fortificar a nossa vontade contra as viciadas paixões.



O Maçom é um homem livre e de bons costumes e é, de modo igual, amigo dos ricos e dos pobres, se esses forem virtuosos.

As duas primeiras qualidades estão intimamente ligadas entre si, porque é, precisamente, na própria boa moralidade que o Maçom encontra a verdadeira liberdade, ou seja, a libertação dos danos e dos vícios mundanos que paralisam o pensamento e aprisionam a vontade. O infortúnio da sorte não influencia sobre sua amizade, porque ele a mede, não sobre a riqueza, mas sobre a virtude.
1. Salvadore Farina


Os Maçons reúnem-se em Loja para aprender a vencer as suas paixões, a submeter a sua vontade e a fazer novos progressos na Maçonaria.

A Maçonaria não se esforça em sufocar as paixões, o que resultaria quase impossível, porém, esforça-se em imprimir a isso, uma direção menos danosa e de reter o ímpeto perigoso; é nesse sentido que ela submete a vontade dos seus adeptos e lhe facilita o progresso maçônico.

A Loja é o local no qual os Maçons se reúnem para cumprir os seus trabalhos.

No sentido literário a Loja é a Oficina de trabalho dos Maçons, ou seja, o local onde se dá e se recebe a Palavra que os gregos denominavam de "Logos"; hoje, esse "Logos" não é segredo, nem mesmo para os profanos.

A Loja é voltada para o Oriente porque a Maçonaria, como primeiro raio de Sol, surgiu dessa parte.



Dionísio da Trácia e Vitrúvio nos informam que os Templos dos antigos eram voltados para o Oriente; também hoje, vários templos cristãos têm a mesma orientação.

O comprimento de Loja vai do Oriente para o Ocidente, a sua largura, do meio-dia à meia noite e sua altura do zênite ao nadir, ou seja, da superfície da Terra ao infinito.



Essas dimensões indicam que a Maçonaria é universal, não somente por que ela dirige-se a todos os homens, mas sobretudo pela universalidade dos seus princípios e de suas obras.



A Loja é sustentada por três grandes Colunas: Sabedoria para criar, Força para seguir e Beleza para ornamentar.

Esse três termos foram sempre usados para indicar a Perfeição.



Essas Colunas que sustentam a Maçonaria são: a Sabedoria que a fundou e preside as suas deliberações; a Força moral que pela só razão conduz os seus adeptos a executar as suas prescrições; a Beleza dos seus resultados que consistem em unir, iluminar e tornar felizes todos os membros de Família Maçônica.



O Recipiendário é introduzido na Loja, após ter batido à porta por três vezes; esses três golpes significam; pedi e recebereis, procurai e encontrareis; batei e vos será aberta.

A primeira máxima lembra que o Maçom deve estar, sempre, pronto a acolher um pedido baseado na Justiça; a segunda, que ele deve usar da maior perseverança na procura de Verdade para conseguir encontrá-la e a terceira, que o seu coração deve estar, sempre, aberto aos Irmãos que peçam.

O Neófito (em qualquer Loja de Aprendizes) é denominado membro ativo da Grande Loja de São João.

Isso comprova que a denominação de São João é geral e aplicável a todas as Lojas. Porém, de onde vem e qual o significado de tal frase?

Segundo a tradição, vem do tempo das Cruzadas, dos Cavaleiros Maçons que se reuniram aos Cavaleiros de São João de Jerusalém, mais conhecidos como Cavaleiros Templários, para combater os infiéis; o nome de São João teria sido uma palavra de ordem proposta pelos Templários e por esse motivo, toda Loja Maçônica passou a denominar-se de Loja de São João.

Essa narrativa, em certo aspecto histórica, serve para esclarecer o porquê da adoção do nome de São João de parte das Lojas Maçônicas, numa época em que os Maçons perseguidos tinham a necessidade de zelar os seus mistérios sob o manto de religião, na época dominante; no entanto, não seria uma justificativa para mantê-la até nossos dias. A Maçonaria, que admite todas as religiões, não divide os homens em fiéis e infiéis; ela não aceitaria a missão de combater os pretensos infiéis.



Rizzardo do Caminho



Maçons du Moyen-Âge construisant un édifice féodal.