segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Exercitando a Sinceridade



“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.” Mahatma Gandhi


Exercitando a Sinceridade


• Uma pessoa digna de confiança é honesta e verdadeira;

• Seja verdadeiro, direto e imparcial nas relações com os outros, não deixando que questões pessoais perturbem seu desempenho ou dos colegas;


• Dê exemplo, praticando os comportamentos de acordo com os valores da escola;


• Julgue com imparcialidade, seja reto e justo;

• Contribua para eliminar boatos (fofocas) sobre pessoas ou situações;

• Atribua a todos os envolvidos o mérito dos bons resultados conquistados, não assumindo o mérito dos outros;

• Mantenha sigilo das informações confidenciais da escola, dos alunos, pais e de outras instituições;

• Seja uma pessoa que honra os seus compromissos e palavras dadas, evitando as desculpas “esfarrapadas”;


• Seja amigo(a), confiável, apoie, proteja informações, esteja ao lado da família;


• Existe uma profunda relação entre honestidade e amizade;


• Não traia a confiança, não minta, não trapaceie e não roube;


• Somente prometa o que puder e pretender cumprir;


• Não minta, não deixe ninguém ficar pensando algo que não seja verdade;


• Faça o que é certo, mesmo quando outras pessoas quiserem que você faça coisas erradas;


• Não peça a ninguém para fazer algo errado;


• Não minta, roube ou maltrate os outros para conseguir amizades ou ganhar aprovação;


• Seja coerente: aja como fala. Mostre o seu comportamento ético, coragem, e força fazendo o que é correto, independentemente do que possa vir a perder com esta atitude;

• Seja cuidadoso com comentários que possam agredir ou embaraçar as pessoas;


• Seja honesto nas questões envolvendo dinheiro;

• Se encontrar algo, procure devolver ao dono;

• Apoie e proteja a sua família, os amigos, professores, alunos, empregados, sua comunidade e seu país;

Extraído da apóstila do programa “O Caráter Conta” nas escolas joinvilenses. No endereço eletrônico www.ocaraterconta.blogspot.com

domingo, 30 de janeiro de 2011

Solenidade em 1971, na Loja Maçônica Regeneração Campinense,
em Campina Grande (PB). Homenagem às autoridades da cidade.





“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.
(Fernando Pessoa).


A Maçonaria não é uma sociedade beneficente ou securitária e não visa lucro.
Todavia são imensuráveis os serviços caritativos prestados por ela, no esforço comum de todos os homens pela solidariedade entre irmãos, mesmo fora de seus quadros. Ela prega a fraternidade e o auto-desenvolvimento e, através da exemplificação dos princípios e preceitos da ordem maçônica, almeja-se tornar melhores os homens bons.

Uma filosofia de vida

Maçonaria significa muitas coisas para muitas pessoas. Isso é verdade, não apenas para os não-maçons, mas se aplica também aos maçons.

A maçonaria tem conotação diferente em situações diversas. Alguém escreveu que maçonaria é gentileza em casa, honestidade nos negócios, lealdade no trabalho, cortesia na sociedade, compaixão e inquietação pelos doentes e infelizes, resistência às adversidades, ajuda aos fracos, perdão aos arrependidos, amor ao próximo e, acima de tudo, reverência e amor a Deus. Sim, ela é tudo isso, mas é mais. Maçonaria é uma filosofia de vida, um modo agradável de se viver.

Método de ensino maçônico

Atualmente a Loja Maçônica é chamada especulativa porque ela dá ênfase à filosofia moral, que é a base, e não à arte de edificar construções que ocupava os maçons do século XVI e anteriores. As ferramentas dos pedreiros são utilizadas para simbolizar as virtudes morais, em vez de servirem para construir catedrais.

Os ensinamentos da Maçonaria estão baseados em princípios éticos que são aceitáveis por todos os homens de bem. Entre seus preceitos figuram o entendimento e a caridade para toda a humanidade. Apesar de perseguida muitas vezes por monarcas e ditadores, a Ordem Maçônica tem perseverado em sua obra.

Através do Simbolismo e de alegorias ensinados pelos rituais e livros o Maçom aprende os princípios do Amor Fraternal, da Assistência e da Lealdade. Os princípios da Maçonaria baseiam-se em sentimentos de profundo amor pela pátria, respeito ao próximo e a vontade pessoal de viver uma vida virtuosa.

A Maçonaria proclama, orgulhosamente, que é composta por homens que estão comprometidos a estender Amor Fraternal e Afeição a todos, em qualquer lugar, sem interferir nas crenças de qualquer homem, sejam religiosas ou leigas, sem buscar obter vantagens para seus membros, do ponto de vista profissional ou político.

Texto acima extraído do site da Grande Loja Maçônica de Pernambuco.

sábado, 29 de janeiro de 2011

VOCÊ DEVE



VOCÊ DEVE

Educar o pensamento.
Pensamento é força: discipline-o para receber-lhe os benefícios.

Orientar as opiniões.
Não acredite no êxito da maledicência: medite antes de falar. Todo maledicente torna-se algoz de si mesmo.

Vencer os impulsos inferiores.
Não é o corpo que dirige o Espírito, mas este que dirige aquele. Lembre-se de que o Espírito é o ser.

Dominar as paixões.
As emoções nascem na alma, e esta se encontra na Terra para livrar-se dos instintos, ao invés de os vitalizar.

Triunfar sobre o “eu”.
O caminho do êxito começa nas intenções. Todavia, a estrada a percorrer somente será vencida se você inicialmente buscar conhecer-se.

Ajudar o mundo a ser feliz.
O homem que se aprimora abre as portas para a felicidade geral.

Cobrar ânimo novo e libertar-se. Para quem Crê realmente, a dor é lição, a enfermidade é benção. Descubra no sofrimento a excelência da paz e desperte para o dever da solidariedade humana.

Comandar as exigências do temperamento. A maior vitória que se pode alcançar é aquela que se consegue nos arraiais do Espírito.

Enriquecer-se de Luz. Todo o Universo é um hino de exaltação à ordem.

Conduza seus esforços no sentido do bem, “de acordo com a Lei de DEUS”, e liberte-se desses pequeninos algozes conhecidos como egoísmo, ambição, e displicência; então você será, não apenas um homem, mas um cristão legítimo.

Marco Prisco

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ORAÇÃO DO IDOSO

Dequinha (77) (Foto) sempre animado para uma prosa,
gostando de relatar seus feitos como jogador de futebol,
um verdadeiro ponta esquerda.


ORAÇÃO DO IDOSO


Meu Deus,
Hoje procuro-te para desabafar,
porque o VELHO, o IDOSO
não recebe afago caridoso,
e só tem alguém à lhe MALTRATAR!
Vivi estes anos à fio
trabalhando SOL-à-SOL,
procurando agradar o SENHORIO,
tarefas cumpridas conforme o ROL.
Hoje GENUFLEXO olho para o CÉU
te procuro e penso ouvir.
Levo a VIDA ao LÉU,
para enganar fico à SORRIR.
Preparo-me pra ÚLTIMA JORNADA
quero em PAZ comigo estar;
deste MUNDO não levo nada,
antes lutava pro material;
hoje aprendi a orar.
Rezo pelos FILHOS e AMIGOS,
sejam ABENÇOADOS e DITOSOS,
a desconhecidos e desafetos REZO,
amigos e inimigos não desprezo,
pois logo a todos DEIXAREI;
DEUS lá do ALTO a todos abençoe,
o fanático Cristão, Judeu e Islamita,
pois há por ELE aceitação infinita,
nossa crença e FÉ nem sempre seguem tua ESCRITA,
pois a ESPIRITUALIDADE SUPERIOR espera,
que cada um seus defeitos supere,
e encaixe na HARMONIA INFINITA.
AMÉM!

[Pelo Prof. SIEGFRID STUTE JABIN]
Biólogo e maçom de nacionalidade brasileira. Siegfrid Stute Jabin nasceu em 1932. Faleceu em 15 de abril de 2010 em Curitiba, Paraná com 77 anos de idade.
Oração do Idoso enviada Charles Evaldo Boller

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A Lei do Silêncio



A Lei do Silêncio
Escrito por Valdemar Sansão

"A tarefa mais difícil para um homem comum é guardar um segredo e permanecer em silêncio" (Aristóteles - 384-322 a.C)

A própria palavra "mistério" (segredo) significa em linguagem religiosa, alguma coisa de separado, de secreto, de oculto e de que não é lícito falar.
A imposição do silêncio não é somente uma disciplina que fortalece o caráter, é também, e principalmente, o meio pelo qual o Iniciado pode entregar-se à meditação sobre os augustos mistérios que encerram as perguntas que todo o espiritualista se faz: donde vim? Quem sou? Para onde vou? Perguntas essas que o Iniciado Maçom defronta desde o momento em que transpõe a porta da Câmara de Reflexão. É também o meio de melhor observar os ensinamentos maravilhosos contidos no Ritual.
Mesmo antes da própria admissão na Ordem, já se começa a exercitar o princípio do Silêncio. Nos momentos que precedem as Iniciações, quando o Candidato permanece na Câmara de Reflexão, o silêncio é fundamental.
Isso tem por finalidade o desenvolvimento da vontade e permite atingir um maior domínio sobre si mesmo. Não esqueçamos que somente um homem capaz de guardar o silêncio, quando necessário, pode ser seu próprio senhor.
Em Maçonaria define-se o SILÊNCIO como virtude maçônica, mediante a qual se desenvolve a discrição, corrige-se os defeitos próprios e usa-se prudência e tolerância em relação à faltas e defeitos de outros. Na Maçonaria se costuma simbolizá-lo pela trolha, com a qual se deve estender uma camada de silêncio sobre os defeitos alheios, tal qual faz o pedreiro vulgar com o cimento para descobrir as arestas do edifício em construção.
O silêncio deve ser rigorosamente mantido, não por força de disposições regulamentares ou pelos ditames da boa educação e das conveniências sociais, mas para que possa ser formado o ambiente de espiritualidade, próprio de um Templo. Ao ajudar a formação desse ambiente, tão propício à meditação, o Maçom beneficia-se a si mesmo e beneficia aos demais. A fecundação das idéias se faz no silêncio.
Devemos guardar e observar completo silêncio no decorrer dos Trabalhos. Não é de boa esquadria pelas normas maçônicas, tolerarem-se conversas paralelas, rumores, murmúrios de vozes, sussurros, chamadas de telefones celulares (que deveriam estar desligados), enquanto se desenvolve os trabalhos, observem que quando o "Irmão falador" desrespeita essas regras, a Oficina "trava" e quebra de imediato a Egrégora formada pelo "som", pelo "perfume" do incenso e pelas vibrações dos presentes.
O Aprendiz deve por sua tenra idade simbólica não tomar parte ativa nas discussões entre seus maiores, a não ser quando interrogado ou solicitado.
O Aprendiz não pode tomar a palavra senão a convite do Venerável. Esta Lei do Silêncio deve ser por ele observada também fora do Templo, no que respeita à Ordem Maçônica.
O princípio do silêncio exigido dos Aprendizes e Companheiros tem por base filosófica: só deve falar quem sabe e, quem o sabe deve se omitir, pois, flui a sabedoria e os grandes ensinamentos, fonte dos nossos conhecimentos e alimentos para os nossos espíritos.
O aprendizado é o período de meditação e de silêncio. Saber falar com ética é sabedoria, mas saber ouvir é muito mais, pois o homem que sabe falar com respeito, com educação, com amor, naturalmente saberá também ouvir. A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.
Em Maçonaria, ao prestar o seu compromisso iniciático, o Candidato promete guardar silêncio sobre tudo o que se passa no interior do templo maçônico. A fórmula é sempre a mesma, mas já propiciou ataques à instituição maçônica, como se ela se entregasse a práticas escusas, sobre as quais os seus filiados devessem se calar. Mas ela visa, apenas, resguardar Toques, Sinais e Palavras, para que eles não cheguem ao conhecimento de não maçons (profanos), os quais, com esse conhecimento, poderiam ingressar, indevidamente, num templo maçônico.
O Aprendiz maçom cultiva a virtude do silêncio, porque não tem ainda a capacidade do comentário; deve apenas ouvir, meditar e tirar as próprias conclusões, até poder "digerir" o alimento que lhe é dado.
O Maçom pensa duas vezes antes de emitir opinião, porque tem obrigação de emiti-la de forma correta e que jamais possa ofender a quem a ouve. Recorda que às vezes, o silêncio é a melhor resposta.
Segundo José Castellani (Consultório Maçônico X): "O silêncio do Aprendiz é apenas simbólico, em atenção ao fato de que ele, simbolicamente, só sabe soletrar e não sabe falar. Todas as nossas práticas são simbólicas e não reais, como mostram, inclusive as provas iniciáticas".
Esse silêncio significa que o conhecimento que o mestre lhe transmite é absorvido sem qualquer dúvida ou reação, até o momento em que se torna capaz de emitir, por sua vez, conceitos superiores e que podem até conduzir ao sadio debate.
Há algumas coisas que são lindas demais para serem descritas por palavras. É necessário admirá-las em silêncio e contemplação para apreciá-las em toda a sua plenitude.
São necessárias tão poucas palavras para exprimir a sua essência. Na realidade, as palavras devem ser as embalagens dos pensamentos.
Não adianta fazer discursos muito longos para expressar os sentimentos de seu coração. Um olhar diz muito mais que um jorro de palavras. As grandes falas servem freqüentemente só para confundir. O silêncio é freqüentemente mais esclarecedor que um fluxo de palavras.
Olhe para uma mãe diante do seu filho no berço. Ele consegue muito bem tudo o que quer sem dizer nenhuma palavra. São necessários dois anos para que o ser humano aprenda a falar e toda uma vida para que aprenda a ficar em silêncio.
Ouvimos que, em sua grande sabedoria, a natureza nos deu apenas uma língua e dois ouvidos para que escutemos mais e façamos menos discursos longos.
Se um texto não é mais bonito do que o silêncio, então é preferível não dizer nada. Esta é uma grande verdade sobre a qual os grandes dirigentes deste mundo deveriam meditar. Quanto mais o coração é grande e generoso menos palavras se tornam úteis...
O silêncio é a única linguagem do homem realizado. Pratiquemos moderação no falar. Isso é fecundo de várias maneiras. Desenvolverá amor, pois do falar descuidado resultam incompreensões e facções. Quando é o pé que resvala, a ferida pode ser curada, mas quando é a língua, a ferida é no coração e perdura por toda a vida. Às vezes para manter a paz é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.
É necessário lembrar-se do provérbio dos filósofos: "as verdadeiras palavras não são sempre bonitas, mas as palavras bonitas nem sempre são verdades..."
Xenócrates (394 - 314) filósofo grego afirmava: "Arrependo-me de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".
Pitágoras (571 a 496 a.C) exigia o mais absoluto sigilo dos Aprendizes, pelo período mínimo de três anos. Estabeleceu vários conceitos que estão presentes em nossos manuais, como os quatro elementos fundamentais (terra, fogo, ar e água). A definição do Pentagrama, configurando a Estrela de cinco pontas que representa o homem, de braços e pernas abertas. Quando de suas hastes se desprendem "chamas", o pentagrama denomina-se "Estrela Flamígera". Essa estrela simboliza um guia para o caminho que conduz ao templo. O maçom vê no Pentagrama a si mesmo dominando os impulsos da carne. Foram os filósofos Pitágoras e Platão que nos legaram o valor dos números, cujos cálculos, desde uma simples soma ou subtração aos mais complicados, hoje formulados eletronicamente, tendem a esclarecer os mistérios do Universo.
Pitágoras afirmava que "quem fala semeia e quem escuta recolhe" - e esta era a obrigação dos novatos.
Se poucas palavras são necessárias dizer "eu gosto de você", todas as outras que poderiam ser ditas são supérfluas...
Sim e Não são as palavras mais curtas e fáceis de serem ditas, mas são aquelas que trazem as mais pesadas conseqüências. Afirmar o bem, negar o mal; afirmar a verdade, negar o erro; afirmar a realidade, negar a ilusão; eis aqui, o uso construtivo da palavra.
Lembremo-nos de usar o silêncio quando ouvirmos palavras infelizes; quando alguém está irritado; quando a maledicência nos procura; quando a ofensa nos golpeia; quando alguém se encoleriza; quando a crítica nos fere; quando escutamos uma calúnia; quando a ignorância nos acusa; quando o orgulho nos humilha; quando a vaidade nos procura.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.
Lojas há que incentivam Aprendizes e Companheiros a se exibirem em discursos repletos de lugares-comuns, ou tratando de assuntos profanos, fazendo assim perder o precioso tempo dos ouvintes. E chegam até considerar a recomendação do silêncio como se fora um atentado contra pretensos direitos maçônicos do Aprendiz.
Inútil será dizer que não tendo recebido nenhuma espécie de instrução maçônica, nada podem transmitir aos Neófitos. Assim, transformam as Sessões das Lojas em palavreado inútil que nada constroem, mas acumulam perigosos elementos para o incenso de orgulhos e vaidades e futuros desentendimentos.
O Juramento de Silêncio é um procedimento ritualístico e ao prestá-lo devemos todos (inclusive as Luzes - pousando o Malhete sobre o altar e o Guarda do Templo - embainhando ou colocando a Espada sobre sua cadeira), estender o braço direito para frente, formando um ângulo de 90° em relação ao corpo, com os dedos unidos, e a palma da mão voltada para baixo e os dedos unidos, o braço esquerdo caído verticalmente junto à perna esquerda dizendo "EU O JURO", em atendimento a solicitação do Venerável.
Encerrados os Trabalhos, o Venerável Mestre ainda uma vez chama a si os Obreiros, confirmatoriamente. Pelo que está feito estes se manifestam em uníssono pelo sinal, pela bateria do Grau e pela aclamação. É, mais uma vez, a confirmação de cada um de seu juramento de Iniciação.
Fica em cada um a memória e a gratificação de mais um dia trabalhando em união fraterna na construção do templo da humanidade. O resto é silêncio.

Texto de Valdemar Sansão - M:. M:. ( vsansao@uol.com.brEste endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript ativado para o visualizar )
Fontes:
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia (Nicola Aslan)
"OBSERVANDO MELHOR O RITUAL" - (Cartilha em elaboração) Valdemar Sansão

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons"
(Martin Luther King)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um Grupo de Macacos



Um Grupo de Macacos

Escrito por A Jorge


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, tendo no centro colocado uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria sobre os que estavam no chão. Depois de algum tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas. Passado mais algum tempo, nenhum macaco se atrevia a subir a escada, apesar da tentação das bananas.


Os cientistas decidiram então substituir um dos cincos macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o agrediram. Depois de algumas agressões, o novo integrante do grupo deixou também ele de subir a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.


Se fosse possível perguntar a algum deles porque motivo batiam em quem tentasse subir a escada, certamente que a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...", ou "sempre que alguém tenta subir a escada, há que lhe bater ..."


Creio que nem sempre nos questionamos sobre por que motivo batemos ou se faz sentido fazê-lo - limitamos a agredir ou a dizer mal, até porque nesta nossa atitude tão Portuguesa, dizer que está mal (bater), "é uma forma de competência".


- Texto de A. Jorge.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Poema do Trolhamento

GLMPB


Poema do Trolhamento

Como tal, eu tenho sido.
Com toda sinceridade,
Amado e reconhecido.

Donde vindes afinal?
Meu lar tem nome de um Santo,
Do justo é casa ideal
E perfeito o meu recanto.

Que trazeis meu caro amigo?
A mais perfeita amizade,
Aos que se encontram comigo,
Trago paz, prosperidade.

Trazeis, também, algo mais?
Do dono da minha casa,
Três abraços fraternais
Calorosos como brasa.
Que se faz em vossa terra?
Para o bem, templo colosso;
Para o mal, nós temos guerra;
Para o vício, calabouço.

Que vindes então fazer?
Sendo pedra embrutecida,
Venho estudar, aprender,
Progredir, mudar de vida.

Que quereis de nós, varão?
Um lugar neste recinto,
Pois trago no coração
O amor que por vós sinto.

Sentai-vos querido Irmão,
Nesta augusta casa nossa
E sabeis que esta mansão
Também é morada vossa.

Poema de Autor Desconhecido

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A LEI SOCIAL DO EVANGELHO

A LEI SOCIAL DO EVANGELHO


Permanecemos, até agora, nos campos subhumano e humano das mais baixas criações biológicas, para focalizar melhor os pormenores de vossa fase. Mas, subamos mais. Como pelo indivíduo se alcança o nível do super-homem, também a evolução coletiva atinge a lei social do Evangelho. Hoje, inversão completa dos sistemas humanos, absurdo aparentemente irrealizável, mas meta suprema, realidade do amanhã. Aí todos os problemas da convivência estarão radicalmente resolvidos com um conceito simples: “ama teu próximo como a ti mesmo”. É a perfeição, é a lei de quem chegou e o sonho de quem está a caminho para chegar.


Mas o caminho é longo e difícil, se o vemos, em sua realidade de áspero esforço, para conquistar e realizar-se, porque é verdadeiramente lento, mais do que um fácil sonho para quem ignora as resistências da vida.


No evangelho, todas as divergências se harmonizam, sopitam-se os estridores numa paz substancial, num equilíbrio mais estável, que aprofunda suas raízes no coração do homem. Esta a meta da evolução coletiva, o reino do super-homem, a ética universal, em que a humanidade encontra a coordenação de suas energias: o Evangelho, que colocamos no ápice da evolução das leis da vida.

A distância que separa vossa atual vida desse vértice é imensa. Cada ato e pensamento vossos estão permeados de luta e vos faz pensar que o Evangelho está distante; mas justamente porque é luta, é caminho de conquista. Dessa maneira, é demolição da própria luta e aproximação progressiva do Evangelho. Este é um nível diferente, significa um total deslocamento do ponto de vista das coisas. Os próprios fatos humanos, observados de planos diferentes, assumem valores diferentes.


É a visão longínqua e global da alma que conquistou a bondade e o conhecimento. Essas normas, correspondendo a uma amplitude de ângulo visual muito mais amplo, parecem-vos irrealizáveis. Ao Evangelho só se pode chegar por sucessivas aproximações. Ele fica inacessível por sua elevação, se for representado de súbito ao homem atual que, por certo, não o compreende e não o pratica. Mas olhai para mais longe, na essência da vida; penetrai mais fundo na ciência; segui em frente e o Evangelho surgirá por si mesmo.

Vosso mundo é o que se vê da terra; O evangelho é o mundo olhado do céu. O absurdo reside em vossa involução. No Evangelho movem-se as forças do infinito; a justiça é automática e perfeita, substancial, e a coordenação social é alcançada, o homem move-se em paz com a harmonia do universo. Não há mais necessidade de ser forte, basta ser justo. Força, luta, egoísmo se devoram a si mesmos, no diuturno esforço das ascensões humanas. Aí vos movereis finalmente, no seio da grande Lei e as reações da dor serão reabsorvidas; o mal será ultra-passado. É o reino do homem transformado em anjo e santo.

Então, é possível a lei do perdão, porque o espírito sente e movimenta outras forças, diferentes das de vossos pobres braços. Essas forças acodem em defesa do justo, mesmo se inerme. É a lei da justiça, que fala em vossa consciência, que se exprime mediante os movimentos da alma humana. Então, aquele que parece vencido pela vida, torna-se um gigante. Lei simples, mas substancial, que constrói o homem, governa-lhe os atos em suas motivações e resolve tudo, onde vossos sistemas confusos de controle e de sanções nada resolvem.


No Evangelho, o caminho das virtudes está todo traçado; sua lógica sublime leva a uma seleção de super-homens, enquanto a lógica de sua luta cotidiana conduz a uma seleção de prepotentes. Os princípios do Evangelho organizam o mundo e criam as civilizações; os princípios que viveis desagregam tudo e desperdiçam-se em atritos inúteis; por onde passa o Evangelho e seu amor, nasce uma flor; por onde passais vós, morrem todas as flores e nasce um espinho.


O Evangelho é lei paradisíaca transplantada no inferno terrestre; só os anjos no exílio sabem viver, aí embaixo, a lei divina ditada pelo Cristo sobre a Cruz.


Em vosso mundo, quem renuncia à agressão e à sua defesa e oferece a outra face; quem renuncia a enfiar as garras na carne alheia para tirar vantagens para si e não quer, por princípio, colher à força todas as alegrias infinitas da vida, fica oprimido, é um vencido fora da lei, um expulso, um desvalorizado que se anula. Este, olhado pelo reino da força, é inerme, indefeso, ridículo.


No entanto, nessa derrota, nessa fraqueza aparente, reside o mistério de uma força maior, que chega trovejando de longe, despertando nas profundezas da alma o pressentimento de realizações mais amplas. O vencedor, no exato momento da vitória, tem a sensação de uma derrota. O vencido olha do alto, como um vencedor; é mesmo vencedor, porque descobriu e viveu formas mais altas de vida.


O homem emudece e desorienta-se diante desse estranho ser, sem armas, proclama uma lei nova, espetacular, e parece ser de outro mundo. O homem sente que, se tem razão em seu ambiente, existe outro mundo, onde tudo se inverte: o vencido na Terra, lá pode ser um vencedor; e o vencedor na Terra, um vencido. Um abismo o separa desse ser superior; o homem agride e ele perdoa; é um justo e sabe sofrer. Está aí para mostrar-vos com sua própria vida o objetivo atingido, para indicar-vos o caminho, a fim de o acompanhardes à realização da mais alta e fecunda lei social: o amor evangélico.

PIETRO UBALDI

A GRANDE SÍNTESE

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

HERMON






O Monte HERMON

No norte da Palestina há a cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma de suas montanhas), em contraposição à libana, no território do Líbano, na qual se encontra o monte Líbano, famoso por seus cedros.


Nela destaca-se o monte Hermon, a sua mais alta montanha, com 2.760 metros de altura, com seu cume quase sempre nevado. Hermon, que, para os sidonianos era Sarion e, para os amorreus, Sanir, significa sagrado. Embora não se saiba a origem do nome, com o seu significado, o seu aspecto de majestade e mistério, próprio, para o psiquismo humano, das coisas sagradas, o justificaria. Por ser considerado sagrado, existiam, em suas encostas e até no cume, pequenos templos religiosos, cujas ruínas foram descobertas pela Arqueologia.


O orvalho refrescante que dele emana sempre foi muito apreciado na Palestina, um lugar quente e seco; e era chamado de “orvalho do Hermon”. Além disso, a madeira das florestas e bosques de suas encostas forneciam a materia prima para a construção de navios, principalmente dos fenícios, grandes navegadores da Antigüidade.


Segundo alguns teólogos, o monte Hermon teria sido o local da transfiguração do Cristo, embora a maioria a situe no Tabor, um pequeno monte de 588 metros, localizado a sete quilômetros de Nazaré, ao nordeste da planície de Esdrelon.

Hermon, pelo seu orvalho que descia sobre a Palestina irrigando as suas terras, pelo fornecimento da madeira para os navegadores e pelo seu caráter sagrado, era, sem dúvida, na Antigüidade, a mais famosa e importante montanha da região, celebrada no Salmo 133 (ou no 132, segundo algumas versões).



José Castellani - Historiador

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Praticar o bem



Porque ser maçom é muito mais do que saber sinais, palavras e toques. Ser reconhecido como tal implica muito mais do que essas minudências, pois não basta saber sinais, palavras e toques para ser reconhecido maçon. É preciso efetivamente sê-lo e vivê-lo e praticá-lo.

E esses objetivos resumem-se, tão simplesmente, a “praticar o bem” e “recusar o mal”.
Apenas isso !

Ser Maçom, é ser amante da Virtude, da Sabedoria e da Justiça.


Ser Maçom, é ser amigo dos pobres e dos que caiem em desgraça, dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça, dos que propõem como norma de conduta o bem de todos, o seu engrandecimento e progresso.


Ser Maçom, é trabalhar por uma humanidade Fraterna, Justa e Solidária, para que a Paz seja uma realidade entre os homens, para que a Igualdade de direitos e deveres seja não só publicitada, mas realmente praticada.


Ser Maçom é ainda recusar toda e qualquer forma de discriminação de raças, de credos religiosos e políticos.

Por outro lado acreditamos na existência de uma Entidade Superior ao homem, que toma nomes diversos conforme a crença religiosa de cada um, mas que para o Maçom é designado de Grande Arquiteto do Universo.


Texto de Rui Bandeira

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sobre os Primórdios da Maçonaria



Sobre os Primórdios da Maçonaria
Ir. Raimundo Rodrigues

Como estudioso da filosofia, sabemos, de há muito, que Vico é o pai da "Filosofia da História", estereotipando-a com princípios de uma ciência nova.

Sabemos mais que a "Filosofia da História" é, ainda agora, dominada por conceitos metafísicos, que dificultam a compreensão dos leigos no assunto.

Vejam bem: falamos em conceitos metafísicos e, não, em "Conceitos Invencionistas". O verdadeiro historiador não inventa nada!

Aliás, a "Filosofia da História" surge já no século XVIII, quando se chegou à conclusão de que, do conjunto dos fatos históricos, se poderia tirar uma lei geral do desenvolvimento da humanidade. Daí por que, pensamos nós, os historiadores maçônicos podem mesclar seus trabalhos com considerações gerais acerca da marcha evolutiva dos acontecimentos maçônicos.


Isto, porém, não significa que alguém tenha o direito de sair por aí "fabricando" uma história que lhe saia da imaginação, buscando dar-lhe contornos de História verdadeira.


De nossa parte, fazemos questão de gritar aos quatro ventos que não somos e nem temos pretensões de chegar a ser historiador. Somos, isto sim, aquele pesquisador que se interessa pela verdade histórica.

Se a História não aceita invencionices, a filosofia não admite mentiras. Desculpem-nos a força do termo.
O certo é que se dizemos que a Maçonaria nasceu com os Essênios, ou com os Templários, ou com os Collegia Fabrorum, estaremos afirmando algo que não podemos provar, logo, podemos estar difundindo alguma coisa que seja pura invencionice.

Se a História e a "Filosofia da História" não admitem inverdades, o que dizer, então, da Maçonaria?
O que desejamos deixar bem claro é que só podemos falar em Maçonaria Antiga, quando pudermos escudar-nos em documentos fidedignos.

O mais antigo documento que se conhece da chamada Maçonaria Antiga, ou Operativa, ou de Ofício é o Poema Régio, que é de 1390, portanto, século XIV. Tudo o que se disser anterior a essa data não passa de pressuposição.
É mister nos acautelemos com as invencionices de quem não teve ou não tem coragem de investigar, de buscar a verdade através de documentos que mereçam fé. Há muita gente que vai atrás do ouvi dizer.

A verdade é que ainda há escritores Maçons que propagam que a "origem da Maçonaria" se perde nas "névoas da Antigüidade".

Nenhum pesquisador honesto embarca na canoa furada daqueles que teimam em afirmar que a Sublime Instituição existe há milhares de anos. Só os "inocentes" podem acreditar na absurda afirmação de Anderson, no seu primeiro livro das "Constituições", de que – Adão – nosso primeiro pai, criado à imagem e semelhança de Deus, devia ter possuído as ciências liberais, principalmente a geometria, escritas em seu coração. Baseado nisto, ainda hoje, há quem ensine que a Maçonaria tem seu início no Paraíso terrestre.


Jean Palou reconhece que as origens da Maçonaria estão muito longe de serem claras e não poderia ser de outra forma, e acrescenta: "Anderson faz remontar a Franco-Maçonaria a Adão, sem dúvida por não poder ir mais longe e por lhe faltar a ousadia de atribuí-la ao próprio Jeová".


É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito, envolve a Maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la, inventem as histórias, sem pé nem cabeça, sobre os primórdios de sua existência.

Há aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria.
O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares, que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen (na Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício.

O Irm:. Darley Worm, em excelente trabalho intitulado "Nuvens Preocupantes nos Horizontes da Maçonaria", assinala com muita propriedade que "Para obtermos a idade da Maçonaria, temos de distinguir a Instituição, dos seus conteúdos, estes sim, milenares, conforme alguns autores; eternos, segundo outros... Os conteúdos que a Maçonaria assumiu, já eram milenares quando Salomão nasceu na casa de Davi e é puro delírio febril alguns historiadores falarem em Maçonaria Arcaica, Antiga ou Arqueológica. Os conteúdos com que lidamos hoje, já eram veneráveis para as Escolas de Mistérios (Elêusis, etc.), para os teosofistas, para os rosacruzes, para os gnósticos, para os alquimistas, para os Collegia Fabrorum; ainda que tenham um grande número de pontos em comum mas... nem Pitágoras, nem Jesus, nem Platão, etc., eram Maçons, pela simples razão de que a Maçonaria (como Instituição) nem havia sido criada".

De algum tempo para cá, após a criação da Loja de Pesquisas Maçônicas "Brasil", de Londrina, têm surgido historiadores e pesquisadores Maçons que se têm dedicado, de corpo e alma, como lá se diz, à busca de documentos primários ou secundários que possam trazer luzes aos mistérios que envolvem a Maçonaria primitiva.

Frederico Guilherme Costa, historiador maçônico de primeira água, no seu livro "Maçonaria na Universidade-2", diz que "O conjunto de organizações de Ofício, principalmente medievais, são conhecidas com o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício. Sempre existiram, no passado remoto, associações de operários ligados à arte de construir, mas não eram organizadas na forma das futuras corporações com sentido corporativista. Alguns autores sustentam o ponto de vista de que a primeira associação organizada por rígidos estatutos, foi as dos Collegia Fabrorum romanas criadas no séc. VI a. C.. Na antiga Roma os colégios representam corporações profissionais tidas como fundadas por Numa Pompílio. Apesar de alguma semelhança dos costumes dos colégios com a futura Maçonaria do período operativo, nada nos autoriza a identificação destes colégios com a futura Ordem Maçônica, sequer como paradigma".
Frederico Guilherme Costa, depois de muita pesquisa, chega à conclusão honesta de que sequer se pode tomar os Collegia Fabrorum como modelo, quando se pensa em Maçonaria Operativa.

Já outros escritores, não historiadores, afirmam doutoralmente que os Collegia Fabrorum são a base onde repousa a Maçonaria Operativa.

É certo que os historiadores e os pesquisadores conscientes se baseiam, acima de tudo, nas Old Charges.

As mais citadas pelos bons autores são:
* Manuscrito de Halliwell ou Regius, séc. XIV
* Manuscrito de Cooke, séc. XV
* Manuscrito de William Watson, séc. XV
* Manuscrito de Tew, séc. XVI


Sabe-se que existem, na Grã-Bretanha, cerca de 87 manuscritos de Old Charges.
Seria, realmente, o Poema Régio, também chamado de Manuscrito de Hallliwell o mais antigo documento da Maçonaria de Ofício?

Os melhores autores, a aqueles em quem podemos confiar, dizem que sim. Citaremos apenas dois, para não nos alongar em demasia.

Le document authentique le plus ancien date, lui, des annés 1390-1400; c’est le fameux Peème Maçonnique connu également sous les noms de Manuscrit Regius (Royal) ou Manuscrit Halliwell, (du nom de son prémier éditeur)... (Serge Hutin, in "Les Francs Maçons", Collections Le Temps qui Court – Éditions du Seuil – Paris, p. 53). *

O mais antigo texto é o Regius, manuscrito real, como seu nome o indica conservado no Museu Britânico de Londres... o Regius dataria dos anos 1388-1445 (Jean Palou, "A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática", Ed. Pensamento, tradução do francês, edição de 1964, São Paulo, p. 33).
Pode-se supor que as Confrarias Alemãs de Construtores, cujas mais antigas eram a de Magdebourg, criada em 1211 e a de Colônia, criada por volta de 1250, fossem organizações maçônicas. Vejam que dissemos ...pode-se supor.
É certo que a maior dificuldade que se põe diante do pesquisador honesto é a falta de documentos primários que lhe atestem a existência, em determinada época, da instituição pesquisada.


Muitos documentos primários se perderam na poeira inexorável do tempo. Muita coisa deixou de ser escrita porque era preciso estabelecer a lei do silêncio, como um meio de autodefesa das confrarias.


Quais seriam os segredos do Maçom operativo?


Cremos que eram segredos exclusivamente profissionais, guardados com rigor, sobre a arte de construir. É bem de ver-se que, na Idade Média, só se conhece um tratado de arquitetura, totalmente incompreensível aos que não fossem grandes conhecedores do assunto.

Finalmente, para que se entenda a razão por que muitos documentos desapareceram, vamos transcrever, numa tradução nossa, o que diz Serge Hutin, no seu "Les Francs-Maçons", pág. 53:


A raridade de documentos maçons, anteriores à Maçonaria especulativa, explica-se, sem dúvida, pelo auto-de-fé realizado em 24 de junho de 1719, pelo pastor Desaguliers, então o Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra. Este pastor protestante resolveu destruir todos os documentos que, a seu ver, estivessem impregnados de "papismo" e, assim, dissimular as alterações que ele já havia feito nas regras fundamentais da Maçonaria.

E quantos e quantos documentos antigos não teriam sido destruídos pela ignorância ou pela má fé?
Precatemo-nos, todos os que amamos a verdade histórica, com as afirmações e ensinamentos que não se estruturem em documentos que mereçam fé.
Não nos esqueçamos, jornalistas, articulistas, escritores, historiadores que verba volant sed scripta manent.


* O documento autêntico mais antigo data dos anos de 1390-1400; é o famoso poema maçônico conhecido igualmente sob os nomes de Manuscrito Regius (Real) ou Manuscrito Halliwell, (nome de seu primeiro editor)...



BIBLIOGRAFIA
1. COSTA, Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A TROLHA", 1996.
2 HUTIN, Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976.

3 PALOU, Jean. "A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática". trad. do Francês. São Paulo: Pensamento, s/d.
4 PETERS, Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições". Londrina: "A TROLHA", 1997.
5 VAROLI FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo (Aprendiz). São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cinco motivos para NÃO SER Maçom



Cinco motivos para NÃO SER Maçom
Escrito por Rui Bandeira

1. Influência política - Poder


Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria - pelo menos a maçonaria Regular; e, mesmo quanto à Maçonaria Liberal, acho que são mais as vozes do que as nozes... - não tem mais influência junto do Poder Político do que qualquer outra instituição social. A única influência que a Maçonaria pode exercer é apenas de ordem moral, pelo exemplo dos seus membros através da aplicação dos seus princípios. Engana-se quem pensa que. ao juntar-se à Maçonaria, terá acesso aos corredores do Poder...
Aliás, uma das coisas de que o maçom rapidamente se dá conta, dentro da Ordem, é que é muito mais abrangente a ilusão do Poder, do que este propriamente dito. Ao menos em ambiente democrático, cada um exerce apenas o Poder que os demais lhe reconhecem e admitem que exerçam.
Em Loja, o detentor do Poder, o condutor, o decisor, o que detém os símbolos do Poder é o Venerável Mestre. Pois bem: como todos os que já se sentaram na Cadeira de Salomão rapidamente verificaram, a função de Venerável Mestre é aquela em que, afinal, não se tem mais direitos do que o mais recente Aprendiz e se tem mais deveres do que os restantes Mestres.
Portanto, quem busca o perfume do Poder, procure-o noutro lado, não na Maçonaria. Aqui apenas aprenderá o cumprimento dos seus deveres.


2. Influência econômica - negócios e dinheiro


Quem pensar que a entrada na Maçonaria é uma porta aberta para obter contactos e negócios e o propiciar de condições para "subir na vida", pense outra vez, e pense melhor! Se for este o motivo que o faz desejar entrar na Maçonaria, poupe-se ao trabalho e às despesas. Dentro da Maçonaria fará os mesmos negócios que faria fora dela. O que todos lhe pedirão na maçonaria é que dê algo de si em prol dos outros. Dos demais receberá o que efetivamente necessite e os demais lhe possam dar, não o que deseje ou egoisticamente pense que lhe convenha. Os negócios da Maçonaria são de índole moral e espiritual. Quem deseje entrar no Templo tem que deixar os seus metais à porta deste.


3. Influência social - honrarias e reconhecimento


Na Maçonaria usam-se aventais e colares e jóias, é verdade. Mas o maçom considera tudo isso como meros penduricalhos. A única diferença entre o mais rico, bonito, bordado e colorido avental de Grande Oficial ou de Altos Graus e o simples avental branco de Aprendiz é que quem usa aquele pagou bem mais caro por ele do que o que usa este. Aliás, de todos os aventais que um maçom possa possuir, aquele que para ele tem significado é precisamente o primeiro, o mais simples, o avental branco de aprendiz. Esse é o que qualquer maçom, qualquer que seja o seu grau ou qualidade, pode sempre usar e simbolicamente deve sempre usar. Esse é o adorno que o maçom deve cuidar de manter sempre alvo e puro e, portanto, nunca conspurcado por ações censuráveis ou indignas.
O maçom gosta de usar a jóia de sua Loja, não porque seja bela ou valiosa, mas apenas e tão só porque é um dos símbolos de sua Loja e o seu uso demonstra a todos os seus Irmãos o grupo fraterno em que se integra.
O maçom usa colar quando exerce uma função, não porque lhe fique bem, mas apenas e tão só como distintivo de que a está exercendo. Em bom rigor não é o maçom que usa o colar; é o colar de função que usa o maçon...
Nem na sociedade profana o estatuto de maçom atribui qualquer privilégio que não o reconhecimento das eventuais qualidades de quem o seja, nem no interior da Maçonaria o estatuto social, profissional, acadêmico ou de fortuna diferencia um maçom de outro; o mais jovem aprendiz só tem uma maneira de se dirigir ao Muito Respeitável Grão-Mestre (apesar de formalmente lhe dar este tratamento): "meu Irmão"! E é esse mesmo o tratamento que recebe do Grão-Mestre.
Assim, aquele que porventura sonhe ser a maçonaria um local ideal para obter ou reforçar reconhecimento social, não se engane a ele, nem engane os maçons: abstenha-se de pretender ser maçom!


4. Beneficência - ajuda ao próximo

O bem intencionado que porventura procure na Maçonaria o instrumento para dar largas ao seu anseio de ajudar o próximo, de ser beneficente, se é essa a principal razão que o move, se é isso que vê na Maçonaria, também está enganado.
Não que a Solidariedade e a Beneficência não sejam prosseguidas pela Maçonaria. Claro que o são. Mas não é essa a razão de existir da Maçonaria. Não é por causa da Solidariedade e da Beneficência que a Maçonaria existe. A Solidariedade e a Beneficência são simples conseqüências de se ser maçon.
Em linguagem de "economês", por muito praticadas que sejam, a Solidariedade e a Beneficência não fazem, no entanto, parte do "core business" (essência) da Maçonaria.
Em linguagem de "industrialês", por muito importantes que sejam, a Solidariedade e a Beneficência são simples subprodutos da Maçonaria.
Portanto, se são a Solidariedade e a Beneficência que atraem o bem intencionado, e nada mais, e não essencialmente algo mais, então o melhor que o bem intencionado tem a fazer é dar largas ao seu anseio através de outras organizações especialmente vocacionadas para isso. A Ajuda de Berço é uma boa opção. A Cruz Vermelha, também. Os Bombeiros, idem. O Banco Alimentar contra a Fome, a mesma coisa. E muitas mais organizações há que têm na Solidariedade e na beneficência a sua razão de ser. E , mesmo sem se juntar a qualquer organização, certamente na sua rua ou na sua localidade encontrará alguém que necessita da sua ajuda. Dê-lha!

5. Curiosidade - conhecer o "segredo maçônico"


Se é a curiosidade que o faz desejar ser maçom, não se iluda: naquilo que ela pode ser satisfeita, não precisa de ser maçom para o saber.
Quer conhecer as palavras de reconhecimento mútuo dos maçons? Por quem é, não seja por isso, arme-se de um pouco de paciência, leia uns livros, encontre umas obras onde estão transcritos rituais antigos e faça favor! Nunca ouviu dizer que os maçons preservam a Tradição? Então, basta tirar a conseqüência: o que se fazia antigamente continua válido agora... Mas, o quê? Ser maçom só para tomar conhecimento dessas palavras sem ter de ter o trabalho de procurar? Meu caro, a Preguiça é um Pecado Mortal... Se é só por isso que quer ser maçom, os maçons não querem preguiçosos no seu seio... E - acredite em mim! -, garanto-lhe que vai ter muito mais trabalho e demorar muito mais tempo para tomar conhecimento dessas palavras, grau por grau, do que se ler nos livros certos. Está tudo publicado!
Quer conhecer os sinais secretos dos maçons? Mau caro, o You Tube preenche-lhe o anseio! Siga este atalho e ei-los, não ao vivo e a cores, mas em filme e a preto e branco! Não lhe garanto que tudo o que vir esteja certo, mas posso afirmar-lhe que algo do que vir o está...
Portanto, caro curioso, se é a curiosidade que o move a ser maçom, esqueça! Tem outros meios de a satisfazer!
E, afinal, se o que pretende é apenas conhecer como pensam, o que fazem, de que tratam, os maçons, nem sequer precisa de se incomodar muito: basta-lhe ir lendo o A Partir Pedra...


In Blog "A Partir Pedra" - texto de Rui Bandeira (10.04.07)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

UM motivo para ser Maçom



UM motivo para ser Maçom

Único - Desejo de aperfeiçoamento

Só existe uma motivação válida para se pretender ser admitido maçom: o desejo de se aperfeiçoar pessoal, ética e espiritualmente.

Quem, sendo homem crente, livre e de bons costumes, tiver este desígnio e estiver disposto a utilizar o método maçônico na busca do transcendente, é bem-vindo!
Esse pode estar ciente de que nada lhe é ensinado, mas tudo pode aprender.


Esse pode confiar que nada lhe é imposto, mas que de bom grado aceitará as regras de conduta que encontrará.


Esse pode e deve estar preparado para um longo, e difícil, e trabalhoso, percurso, mas verificará que nunca fará sua jornada só, antes e sempre acompanhado por seus Irmãos.


Esse pode ficar certo que começou o seu trabalho no momento em que foi iniciado e que só o terminará no momento da sua passagem ao Oriente Eterno.


Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, tornar-se-á melhor, portar-se-á melhor, atuará melhor, em todos os aspectos da sua vida e será assim e só assim, por virtude, da sua melhoria, que será respeitado e poderá aspirar a influenciar os demais, quiçá na Política, porventura nos negócios, seguramente nas relações sociais, mas sobretudo nos corações de quem com ele privar.


Esse será solidário e benemerente, porque assim a sua condição de maçom, de homem justo e íntegro e interessado o levará a ser, com a naturalidade de quem respira e a discrição de quem dorme.


Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, poderá aspirar a Conhecer, a conhecer o que ninguém lhe pode transmitir, a conhecer o que só ele pode intuir, a entrever o Divino, a espreitar o Sentido da Vida e da Criação. E, se o conseguir, vai entender que não conseguirá por palavras transmitir esse conhecimento a mais ninguém, apenas ajudar seus Irmãos a fazerem seus percursos para poderem aspirar a intuir, a entrever, a espreitar. E então perceberá que esse é o célebre segredo e o é devido à incapacidade humana de conseguir que deixe de o ser.


Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, terá um lampejo de compreensão do significado da Vida e da Morte e não temerá esta e assim verdadeiramente cumprirá o que Camões cantou e será um d' "aqueles que por obras valorosas /se vão da lei da Morte libertando".


Esse, se fizer bem e persistentemente o seu trabalho, será, ainda que nunca nada mais sendo do que simples obreiro numa simples Loja, um verdadeiro Grão-Mestre, de si próprio, da sua consciência, de seu percurso iniciático.

Esse, ainda que nunca o tenha visto nem sentido, já usa o avental; os maçons limitar-se-ão a ajustar à sua cintura a peça visível.


Esse será o Aprendiz que eu, Mestre eternamente Aprendiz, jubilosamente ajudarei a evoluir e a tornar-se Mestre, certo que ele próprio também me ajudará a mim, Aprendiz em veste de Mestre, a dar mais um pequeno passo no meu sempre inacabado percurso.

Esse não terá a honra de ser admitido maçom; esse honrará os maçons ao consentir em se juntar a eles.


- Texto de Rui Bandeira (11.04.07)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

SÓ PARA PENSAR

Estrêlas: foto da NASA


SERÁ QUE ELE COMPRA?

"O dinheiro compra ansiolítico, mas não a capacidade de relaxar.


Compra bajuladores, mas não o ombro de um amigo.


Compra jóias, mas não o amor de uma mulher.


Compra um quadro de pintura, mas não a capacidade de contemplar.


Compra seguros, mas não a habilidade de proteger a emoção.


Compra informação, mas não o auto-conhecimento.

Compra lentes de contato, mas não a capacidade de ver os sentimentos não expressos.

O dinheiro compra um manual de regras para educar quem amamos, mas não compra um manual de vida."


Augusto Cury - in O Vendedor de Sonhos, e a Revolução dos Anônimos.

Chico Xavier

"A caridade é um exercício espiritual... Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma."


"Uma mulher se aproxima de Chico, e reclama das amarguras da vida. Então, ele diz: Minha filha, vida doce demais dá diabetes".


"Lembra-te de que falando ou silenciando, sempre é possível fazer algum bem".

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cecília Meireles




Ou Isto ou Aquilo

Ou se tem chuva
ou não se tem sol,
ou se tem sol
ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva
e não se põe o anel,
ou se põe o anel
e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares
não fica no chão,
Quem fica no chão
não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo
em dois lugares!
Ou guardo dinheiro
e não compro doce,
ou compro doce
e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

CECÍLIA MEIRELES



"Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?"

Cecília Meireles.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Revista Super Interessante



O que diz a Super Interessante?

A Maçonaria já foi acusada de tudo: fazer rituais sinistros, promover orgias, querer dominar o mundo... Até de estar por trás dos assassinatos de Jak, o Estripador. Muita gente acredita que a organização controla governos e que seus integrantes usam cargos públicos para se ajudar mutuamente.


Os maçons, no entanto, garantem que quase tudo isso é besteira. Eles não passariam de um grupo filosófico, filantrópico e progressista. Reconhecem que ajudam uns aos outros, mas que o dever de auxiliar um irmão está sempre sujeito à obrigação maior de cumprir a lei.


Afinal, qual é a verdade sobre essa sociedade secreta?
Para começar, a maçonaria não é tão secreta asim. Em vários países, inclusive no Brasil, todo mundo sabe onde ficam as lojas maçônicas e quem são seus membros. Maçons publicam revistas e divulgam suas idéias em sites da internet. E, se antes mantinham seus templos imersos numa aura de mistério, hoje parmitem visitas. A reportagem da SuperInteressante entrou no templo da Grande Loja da Argentina de Maçons Livres e Aceitos, situada na rua Perón, 1242, em Buenos Aires. Durante 3 horas, conversaram com diversos intergrantes da maçonaria — e muitos entregaram cartões em que se identificavam como membros da ordem.


A julgar por iniciativas desse tipo, parece que a organização nunca foi tão aberta como hoje. Será que o grande segredo da maçonaria é não ter segredo algum, como dizem alguns irmãos? Pode ser. Mas o certo é que eles ainda não mantêm sessões a portas fechadas. Angel Jorge Clavero, grão-mestre da Grande Loja da Argentina, tem uma explicação para isso. "A maçonaria não é secreta, mas discreta. As cerimônias que realizamos aqui só interessam a nós, são reservadas aos iniciados". Para Clavero, é exatamente o que ocorre em qualquer reunião, seja de condomínio ou da diretoria de uma multinacional. "Se você não é dono de um apartamente no prédio ou diretor da empresa, não vão deixá-lo entrar".


Várias Maçonarias


O argumento do grão-mestre faz sentido. Por outro lado, diretores de empresas não costumam se reunir para debater filosofia, vestidos com aventais coloridos e rodeados de objetos simbólicos. Além disso, nem você nem seus vizinhos de apartamento precisam jurar segredo absoluto sobre o que foi discutido na reunião de condomínio. Na maçonaria, é assim que as coisas funcionam. Para entender os porquês disso tudo, o primeiro passo é levar em conta que não existe uma só, mas várias maçonarias.

A organização é uma rede global, hoje composta de cerca de 6 milhões de integrantes espalhados pelos 5 continentes. Os rituais variam muito, de um país para outro. Cada loja tem autonomia, mesmo que pertença a uma federação nacional ou continental. Algumas usam a Bíblia em suas reuniões. Outras, a Torá ou o Alcorão. Essa diversidade permite que os símbolos maçônicos tenham várias interpretações. E foi graças a ela que personalidades extraordinariamente distintas já vestiram o avental da irmandade: de Mozart a dom Pedro I, de Winston Churchill a Hugo Chávez.


Mas as maçonarias também têm muito em comum. Todas elas, indepentendemente do país, defendem os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Veneram o Grande Arquiteto do Universo — como se referem a Deus. E exigem requisitos dos iniciados, que, depois de passar por uma cerimônia de iniciação, vão galgando postos e acumulando mais e mais conhecimentos. Embora proíbam falar de política e religião dentro do templo, os maçons continuam tendo o poder e a influência de sempre. A mesma que eles usaram para orquestrar capítulos decisivos da história, como a independência do Brasil, dos EUA e de quase todos os países da América Latina.

Os graus da maçonaria


Rito Escocês Rito de York
33º grau - Soberano grão-inspetor geral Ordem dos Cavaleiros Templários
32º grau - Sublime príncipe do real segredo
31º grau - Grãos inspetor inquisidor comendador
30º grau - Cavaleiro kadosh
29º grau - Cavaleiro de Santo André Ordem dos Cavaleiros de Malta
28º grau - Cavaleiro do sol
27º grau - Comendador do templo
26º grau - Príncipe da mercê
25º grau - Cavaleiro da serpente de bronze Ordem da Cruz Vermelha:
• Mestre superexcelente
• Mestre eleito
• Mestre real
24º grau - Príncipe do tabernáculo
23º grau - Chefe do tabernáculo
22º grau - Príncipe do Líbano
21º grau - Patriarca noaquita
20º grau - Mestre ad Vitam
19º grau - Grão-pontífice
18º grau - Cavaleiro Rosacruz
17º grau - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente Maçom do real arco
16º grau - Príncipe de Jerusalém
15º grau - Cavaleiro do Oriente
14º grau - Grão-eleito perfeito e sublime
13º grau - Mestre do 9º arco Mui excelente mestre
12º grau - Grão-mestre arquiteto
11º grau - Cavaleiro eleito dos 12
10º grau - Mestre eleito dos 15
9º grau - Mestre eleitos dos 9 Past master (Virtual)
8º grau - Intendente dos edifícios
7º grau - Preboste e juiz
6º grau - Secretário íntimo
5º grau - Mestre perfeito Mestre de Marca
4º grau - Mestre secreto
3º grau - Mestre maçom Mestre maçom
2º grau - Companheiro de ofício Companheiro de ofício
1º grau - Aprendiz iniciado Aprendiz iniciado


A origem da maçonaria é um mistério até para os maçons.
Uma das teorias diz que ela surgiu há cerca de 3 mil anos, durante a construção do Templo de Salomão, em Jerusalém. O rei israelita teria recrutado o arquiteto Hiram Abif, mestre na arte de talhar pedras, que ensinava os mistérios do ofício apenas a pedreiros escolhidos a dedo. No fim da obra, 3 artesãos exigiram que ele lhes contasse os segredos. Abif recusou-se e acabou sendo assassinado por isso.
O martírio do arquiteto jamais foi comprovado. Mesmo assim, significa muito para os maçons. Em The Meaning os Masonry ("O Significado da Maçonaria", inédito no Brasil), o maçom britânico W.L. Wilmshurst interpreta a morte do mestre como um desastre moral para a humanidade — como se a chama do conhecimento tivesse sido apagada. "Agora, neste mundo escuro, ainda temos 5 sentidos e a razão, que vão nos proporcionar os segredos substitutos", escreve Wilmshurst. A maçonaria, portanto, seria um sistema filosófico que discute o Universo e nosso lugar dentro dele. Quanto mais o maçom sobe os degraus da confraria, mais perto ele chega da Luz — ou seja, o pensamento racional.


Outra tese afirma que os maçons são herdeiros dos templários, os cavaleiros que viajaram à Terra Santa no século 12 para defender os cristãos, mas acabaram perseguidos pela Igreja. E existe também quem defenda uma origem ainda mais remota, no Egito dos farós ou na Grécia antiga. Para a maior parte dos historiadores, contudo, foi na Europa medieval que a maçonaria assentou suas bases. Ela teria começado na forma de sindicatos de pedreiros (masons, em inglês), que construíam monumentos para religiosos e monarcas — entre eles a Ponte de Londres e a Catedral de Westminster, também na capital da Inglaterra.

"Os pedreiros ingleses almoçavam e deixavam suas ferramentas em pequenas casas chamadas lodges [lojas]", explica o jornalista americano H. Paul Jeffers no livro Freemasons ("Maçons", sem tradução para o português). Assim como Abif, eles mantinham em segredo seus métodos de construção, pois eram a garantia de melhores salários.


Esses sindicatos floresceram até o século 16, quando os pedreiros tiveram uma surpresa. Abalada pela Reforma Protestante e pela rixa com o rei Henrique 8º, a Igreja parou de construir catedrais. Resultado: contratos para novas obras minguaram. "A maçonaria entrou em crise e sofreu uma grande mudança. Tudo que era ligado à prática do ofício na pedra passou a ser alegórico, e as ferramentas viraram símbolos na contemplação dos mistérios da vida", diz Jeffers. A ordem deixou de ser "operativa" para ser "especulativa". E as lojas maçônicas passaram a interpretas esses símbolos por meio de conceitos morais, éticos e filosóficos. A sociedade foi aberta a outros profissionais, como os cientistas, e deixou-se influenciar até pela alquimia.


Em 1717, 4 lojas de Londres se uniram na Grande Loja Unida da Inglaterra, que marcou o início da maçonaria atual.

Em 1723, o maçom James Anderson compilou a tradição oral da irmandade numa constituição, cujos lemas eram ciência, justiça e trabalho. Quem não gostou de nada disso foi a Igreja, sentindo seu poder ameaçado por um grupo que rejeitava dogmas, aceitava seguidores de outras crenças e era contra a influência da religião na vida pública. Pior: discutia seus assuntos em segredo, o que só aumentava a desconfiança da Santa Sé.


Em 1738, o papa Clemente 12 emitiu uma bula em que excomungava a maçonaria — ratificada em 1983 pelo cardeal Joseph Ratzinger, atual papa Bento 16.

O tiro saiu pela culatra. Quando mais a maçonaria era difamada, mais ela atraía revolucionários — entre eles, o libertador sul-americano Simon Bolívar e o herói da independência americana Benjamin Franklin. A Revolução Francesa também assumiu os valores maçônicos, mas não com a intensidade que muitos imaginavam "Do mesmo jeito que alguns revolucionários franceses eram maçons, como Jean-Paul Marat, alguns opositores da revolução também eram", diz o historiador inglês Jasper Ridley no livro The Freemasons. No século 20, a Igreja continuaria no encalço da maçonaria.

Códigos Secretos...


A história de perseguição explica por que os maçons desenvolveram códigos para se reconhecer no meio de outras pessoas. No aperto de mão, por exemplo, um tocaria com o indicador no pulso do outro. Ao se abraçar, eles colocariam um braço por cima, outro por baixo, em X, e bateriam 3 vezes nas costas. Mais uma forma de comunicação em lugares públicos seria ficar em posição ereta e com os pés em forma de esquadro.


Em seus textos, os maçons abreviam as palavras usando 3 pontos em forma de delta. Exemplos: "Ir" é irmão, "Loj" é loja. Hoje, boa parte desses segredos já virou de domínio público. Tanto que o termo usado pelos maçons para se referir a Deus — Jahbulon, resultado da união dos nomes Javé, Baal e Osíris — aparece em quase 30 mil páginas na internet.


Para ingressar na maçonaria, é necessário ter ficha limpa, ser maior de idade e acreditar em um deus, seja ele qual for.


O candidato precisa ser convidado por um maçom e só se torna aprendiz após ser aceito numa cerimônia de iniciação no templo, onde se compromete a não revelar o que escutar ali dentro.


"Nossa meta é formar homens melhores, ensiná-los a se libertar dos dogmas e a pensar por si mesmos", diz o grão-mestre argentino Jorge Clavero. "A maçonaria não é como um partido político, que fixa posições. Ela atua na sociedade por meio de seus homens, silenciosamente. O iniciado faz sua obra entre a família, os amigos e em seu local de trabalho".


Revista Super Interessante
Por Dentro das Sociedades Secretas
páginas 10 a 15.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Entendendo a Ordem



Entendendo a Ordem

01 - A Ordem Maçônica


A Ordem é, hoje, o que seus membros são hoje!
A crise reside em cada um dos membros.
A Ordem não entra em crise, já é ordenada por natureza.



02 - A Maçonaria não é...



Democracia - É um sistema hierarquizado, onde todos se comprometem a subir todos os degraus possíveis da perfeição simbólica, espiritual e moral;
Sistema de Fé - É um sistema de atitudes e comportamento. Há que se ter cuidado para não cair em contradições;
Sistema Filosófico - É mais uma escola de filosofar em que todos buscam perfeição, ecletismo e melhoras gerais;
Escola de Psicologia - Permite que o Obreiro conheça a si mesmo e modifique sua conduta inadequada;
Metafísica - Dado que a doutrina e o simbolismo apontam para reflexões sistemáticas e objetivas.


03 - O Começo é Difícil



Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da recompensa. Á medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que melhor para nós.
O compromisso firme e, ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole. Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação que não estamos mais representando para platéia alguma.



04 - Depende Exclusivamente de Cada Irmão.



Ninguém ensina Maçonaria para ninguém.
Isso ocorre em qualquer escola Iniciática, aonde cumpre ao Recipiendário praticar a Ritualística (munido do Ritual), absorver cada palavra e cada símbolo e, vivenciá-lo na sua existência.
À medida que pratica e vivencia o ritual, o homem incorpora-se no símbolo e integra-se ao mito.
O mito rememora os feitos virtuosos e o rito os celebra, repetindo-se periodicamente.
Dizer que não nada há de substancial na repetição do rito é rejeitar uma verdade subterrânea que tem contribuído secularmente para o aperfeiçoamento da humanidade.
O neófito que não encontra nada é porque não encontrou muita coisa em relação ao que buscava com os olhos profanos.
A Maçonaria só pode oferecer ferramentas, utensílios e trabalho.
Como a Ordem não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do candidato, não pode oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um caminho árduo de auto-percepção.
Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, ao invés de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Ai então começou o seu caminho para a sabedoria. O Irmão que chega neste ponto já é um maçom.
A Maçonaria quer dar ao Obreiro de hoje, tal como fez para aquele de ontem, os utensílios que lhe permitam encontrar sua verdade e sua liberdade individuais.
A iniciação permite o ingresso nesse caminho, mas toca a cada um trilhar. Só com esforço, empenho próprio, paciência, tolerância e vontade é que se passa da iniciação fictícia e teatralizada para a iniciação real, aquela que transforma a promessa em realidade, a esperança em certeza e um caminho de conhecimento ritualístico em caminho de vida.



05 - Cuidados a Tomar



Ausência de trabalhos sobre simbologia, lendas, mitos e ritualística.
Descumprir interstícios e formação típica de graus.
Dar "asilo político" a Irmão. (Há sempre alguém querendo que a Loja interfira a seu favor).
O mundo profano ignora os graus e o nível de conhecimento do irmão. Portanto, maçom é maçom, logo, a postura, comportamento e respeito devem estar sempre presentes.
A missão do obreiro é lapidar a P:. B:..
A Oficina trabalha em um tempo simbólico; é atemporal.
A Oficina trabalha em um espaço sagrado; é não espacial.
Isso tudo implica: ritualística, liturgia, símbolos; a ordem fundamenta-se na experiência iniciática, que requer reflexão e vivência comuns.



06 - Lema do Maçom:



Liberdade: coloca o homem numa posição do querer e do poder.
Igualdade: infunde no homem a obrigação de respeitar seu semelhante, seja ele quem for.
Fraternidade: dá ao homem uma maneira certa de cultivar o amor.



07 - Depoimentos


Voltaire: "A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma instituição fraternal, em que se ingressa para dar e que procura os meios de fazer o bem, exercitar a beneficência."



Albert Eyler, (Grão Mestre da Pensilvânia): "A maior necessidade do mundo é e homens. Homens que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais intimo de seus corações. Homens que não temem chamar o pecado por seu nome. Homens cuja consciência é tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo. Homens que fiquem com o direito embora o céu caia. E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar homens.



08 - Privacidade


O pensamento científico não nos permite sonhar, mas o homem sabe se exaltar, sabe se embriagar ao contato dos coloridos suntuosos e com o perfume das flores, com a complexidade da pedra, com essas lufadas de amor que emanam de toda essa natureza com a qual convivemos e cujas profundas leis permanecem desconhecidas para nós. A Maçonaria comunica esse impulso do coração, ela pede também ao homem que se analise, que se busque interiormente. Ela quer que cada um conserve o seu particularismo, que saiba continuar a ser ele mesmo, sabendo também se integrar entre os outros. Cada um deve poder se realizar por si mesmo, com a ajuda daqueles a quem se associa. Existe então uma troca contínua entre os Irmãos, um impulso de amor. Daí nasce essa enorme corrente de fraternidade, que não escapa à concepção religiosa do humano.



09 - Quando um Homem é Maçom?


Quando pode olhar por sobre os rios, os morros e o distante horizonte com um profundo sentimento de sua própria pequenez no vasto panorama das coisas que o rodeiam e, assim mesmo, ainda conservar a fé, a coragem e a esperança - que são as raízes de toda virtude.
Quando sabe que, no fundo de seu coração, todo homem é nobre, tão vil, tão divino e tão solitário como ele mesmo, e procura conhecer, perdoar e amar seu semelhante.
Quando sabe simpatizar com os homens em suas tristezas, sim, mesmo em seus pecados, sabendo que cada homem luta duramente contra muitos óbices em seu caminho.
Quando aprendeu como fazer amigos e conservá-los, e sobretudo, como conservar seu próprio amigo...
Quando nenhuma voz de desespero atinge seus ouvidos em vão e nenhuma mão procura sua ajuda sem obter resposta.
Quando achar um bem em toda fé que ajuda qualquer homem a ver as coisas divinas e a perceber significações majestosas na vida, qualquer que seja o nome desta crença.
Quando conserva a fé em si mesmo, em seus companheiros, em seus irmãos, em seu Deus, em sua mão uma espada contra o mal, satisfeito em viver, mas não temendo morrer.
Tal homem encontrou o único real segredo da maçonaria, aquele que ela procura transmitir ao mundo inteiro. (citação de Joseph F. Newton)



10 - Sigilo



É incontestavelmente, o sigilo, a pedra de toque inestimável que dá com segurança o caráter do Maçom. Não que o sigilo seja sempre necessário pela natureza dos assuntos tratados em Loja, mas porque habitua o Maçom à circunspeção, corrige a leviandade e a tagarelice. Pitágoras exigia dos postulantes longos mutismos, de anos, por vezes. Era maneira de corrigir o pendor natural das palavras irrefletidas. Pensar com segurança, meditar com paciência, julgar com imparcialidade, agir com firmeza, são preciosas qualidades que todo Maçom se esforçará em adquirir, infatigavelmente. As recompensas não existem para o Maçom, trabalha por um grato e salutar dever consciente, não pede aplausos, não almeja agradecimentos. Suas ações generosas, esquece-as, não as proclama. O ato de beneficência fica entre o que dá e o que recebe. Sabe o Maçom que ficará ignorado. O bem não é vaidade, é o móvel de suas ações. Guardar sigilo é poupar ao indigente o rubor da esmola, é merecer para a Ordem a confiança e as bênçãos das vitimas do infortúnio. Sigilo é também um degrau de honra. (ensinamento de Dario Velozzo)


11 - Significado de Ser Mestre Maçom


Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos mestre.
Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é aceitar um conselho, para ser ajudado. É retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações. (ensinamento de Manoel Gomes).



Luis Mario Luchetta (Or:. de Curitiba, Paraná)





Publicado na revista A Trolha, nº 231, Janeiro de 2006.
Bibliografia:
BAYARD, Jean Pierre. A Espiritualidade da Maçonaria. São Paulo: Madras.
GOMES, Manoel. Manoel do Mestre Maçon. Lunardelli.
GUIMARÃES, João Francisco. Maçonaria e Filosofia do conhecimento. São Paulo-Madras.
RODRIGUES, Raimundo. Sutilezas da Arte Real. Londrina-PR. A TROLHA.

Trabalho extraído do Site da Respeitável Loja Affonso Domingues, de Portugal

CREDO DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO




CREDO DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO

Este texto é uma verdadeira declaração de compromisso e amor pela profissão. Foi encontrado no relatório de viagem elaborado por agrônomos portugueses no início do século passado. De lá para cá tem sofrido algumas modificações e encontra-se publicado em centenas de sites na web.

Tenho amor aos horizontes largos do campo, ao cheiro da terra, ao cair da chuva, à alegria do sol, às carícias do vento, ao cântico das aves e ao barulho das folhas causado pelo vento.

Tenho amor ao crescer das plantas, ao marulhar das searas, às ondas de ouro dos trigais maduros, ao desabrochar dos flocos de algodão, ao cheiro dos frutos maduros e ao brilho colorido da erva ondulante.

Tenho amor a todos os animais, grandes e pequenos, criados por Deus para auxiliar o homem; enternece-me a dedicação dos cavalos, a índole confiante dos carneiros, a docilidade das vacas e a serenidade dos porcos nos cevados. É a forma como agradecem o carinho e o cuidado com que são tratados.
Por amar essas coisas:
Creio na terra e na vida da gente do campo, nos seus anseios, nas suas aspirações e nas suas crenças, nas suas faculdades e forças para melhorar as condições de vida e criar um ambiente agradável para os que lhe são queridos.

Creio nos lavradores como sólido esteio da nação, reservatório inesgotável da sua prosperidade, a mais firme defesa contra os que, de dentro ou de fora, pretendem despojá-la.

Creio no direito do agricultor a um bem-estar maior, a um nível de vida que recompense o seu capital, o seu trabalho e a sua perícia e o coloque em situação idêntica à dos que trabalham no comércio e na industria.

Creio no seu direito a colaborar com os vizinhos para a defesa de interesses comuns e creio nos benefícios da ciência posta a serviço do seu bom senso.

Creio na integridade dos lares rurais, na pureza do amor das moças e na influência que o lar deve ter sobre a cultura, a arte e a energia.

Creio nos jovens do campo, no seu anseio por se tornarem alguém, no seu direito a receberem preparação intelectual, física e moral, e a responderem ao apelo da terra que reclama os seus braços.

Creio no meu trabalho, na oportunidade que me dá para ser útil, no que encerra do espírito de humanidade e de fraternidade.

Creio nos serviços que presto, no direito das pessoas contarem com minha lealdade e o meu entusiasmo para propagar bons princípios e os ideais dos que buscam e encontram a verdade.
Creio em mim mesmo e humildemente, mas com toda a sinceridade, ofereço-me para auxiliar os homens, as mulheres e as crianças do meu país a tornarem prósperas as suas terras, confortáveis e belos os seus lares, harmonioso e saudável o meio ambiente e assim, tornar útil a minha própria vida.

Por ter amor a todas estas coisas e por crer em tudo isto é que sou um engenheiro agrônomo.

Copiado do BLOG DO LEONAM