quarta-feira, 30 de junho de 2010

SOBRE A AMIZADE

SOBRE A AMIZADE

“Amigo é aquele que está sempre presente quando se tem necessidade dele.” – Jean Renard.

“Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ainda gosta de você.” –

Kim Hubbard.

“Um irmão pode ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão.”–
Benjamim Franklin.

“Não é possível viver sem a força da amizade.” –

Cícero.

“Mantenha contato com os amigos. Não deixe que as relações se percam.” –

Dave King.

“O sentimento de amizade torna as pessoas extremamente gentis.” –

David Garrick.

“Um amigo pode ser considerado a obra-prima da Natureza.” –
Émerson.

“Quem de todos é amigo, ou é muito pobre ou é muito rico.” –

Provérbio italiano.


“O verdadeiro amigo é aquele que nos torna melhores do que somos.” –

Sêneca.

“Ao conquistares novos amigos, não te esqueças dos velhos.” –
Terêncio.

Extraído do livro - Pensamentos...

de Carlos Geovane Steigleder
Foto do amigo José Ednor Varela de Araújo

terça-feira, 29 de junho de 2010

IMAGINE

IMAGINE
Jonh Lenon

Imagine não existir céu
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
E acima apenas o espaço

Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada para matar ou por morrer
E nenhuma religião

Imagine todas as pessoas
Vivendo em paz
Você pode falar que eu sou um sonhador
Mas não sou o único

Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só

Imagine não existir posses
Surpreenderia-me se você conseguisse
Inexistir necessidades e fome
Uma irmandade humana

Imagine todas as pessoas
Partilhando o mundo
Você pode falar que eu sou um sonhador
Mas não sou o único

Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então , será como um só.


John Lennon
Composição: John Lennon
Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

segunda-feira, 28 de junho de 2010

REFLEXÕES

“As prisões não são as grades e a liberdade não é a rua.
Existem homens presos na rua e livres nas prisões.
“È uma questão de consciência.”

Mahatma Gandhi

O cristão não odeia, nem fere. Segue ao Cristo, servindo ao mundo.


André Luiz

Não acredite

Não acredite em algo simplesmente porque ouviu.
Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito.
Não acredite em algo simplesmente porque esta escrito em seus livros religiosos.
Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade.
Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração.
Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.


Buda

domingo, 27 de junho de 2010

Vivência do Amor Fraterno



Vivência do Amor Fraterno
Charles Evaldo Boller

A Maçonaria recebe novos membros por intermédio da iniciação, o que a diferencia de sociedades profanas. Naquele psicodrama é exigido do recipiendário o juramento de que tudo fará para defender seu irmão na ocorrência de infortúnios. É algo muito diferente ao irmão de sangue, que nos é dado de forma compulsiva. O irmão maçom é resultado de escolha consciente e racional, daí as amizades resultantes serem coladas com o cimento do amor fraterno.
Um sábio maçom, quando inquirido sobre sua interpretação do significado de fraternidade, usou a seguinte parábola: "Encontrava-me nas proximidades de uma colina coberta de neve e observava dois garotos que se divertiam com um pequeno trenó. Quando os dois meninos chegavam embaixo da encosta, depois de haverem escorregado, o rapaz mais velho colocava o mais novo às costas e subia pelo aclive puxando o trenó por uma corda. O garoto mais velho chegava ao topo ofegante sob carga tão grande. E isto se repetiu várias vezes, até que resolvi inquirir: - Mas não é uma carga muito pesada esta que levas morro acima? - O garoto mais velho respondeu sorrindo: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão!" Para o sábio irmão esta foi a definição exata de fraternidade. Para ele, o amor fraternal exige espírito elevado, consta até de sacrifícios, mas não o considera como tal, e sim algo natural, a carga é transportada com alegria e sem reclamar - este sábio maçom foi o presidente norte-americano Abraham Lincoln.

Na escolha de um profano a ser iniciado, procura-se estimar no perfil emocional do proposto sua capacidade de desenvolver a vivência do amor fraterno. No questionário de sindicância existem perguntas assim: "o profano vive em harmonia no lar?" "Qual sua reputação no mundo profano?" "Entre colegas de trabalho?" "Demonstra ser pessoa capaz de adaptar-se com facilidade ao meio e ter bom convívio social?" Significa então que todo aquele que for considerado limpo e puro, aprovado e iniciado, tem o amor fraterno como característica. Ele tem a capacidade de superar eventuais dificuldades de relacionamento interpessoal, isto já faz parte dele. E para melhorar mais ainda, esta qualidade distintiva fundamental é depois sacramentada por juramento solene! A conseqüência é o aquecimento do amor fraterno que reina depois entre os irmãos em loja.

Na iniciação o recipiendário recebe um avental branco, considerado seu ornamento máximo, e lhe é dito que deve mantê-lo imaculado, limpo. Não se trata aqui de sujeira literal, esta pode até ocorrer para o diligente obreiro. Mancha que pode até sair com água, e basta lavar. Aquele paramento do zeloso maçom deve ficar isento de qualquer nódoa moral ou comportamental, que só a água do amor fraterno limpa. Nenhum iniciado deve jamais usar seu avental e adentrar numa loja, se lá houver irmão que esteja odiando. Isto suja seu avental de forma indelével e afeta as energias que envolvem a todos. Deve considerar a dificuldade de resolver problema de relacionamento interpessoal como se fosse o escalar de uma encosta íngreme e coberta de neve, com aquele irmão às costas. Não é fácil! Mas, mesmo ofegante, e sob carga tão grande, deve fazê-lo sorrindo. A razão deve suplantar a emoção, haja vista que isto já faz parte dele como iniciado. Se inquirido do peso da carga, este irmão deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão!

Egoísmo e indiferença são sintomas de falta de amor, pois o contrário de amor não é ódio, é a indiferença! Quando existem situações de disputa ou mágoa, é importante que os envolvidos resolvam as querelas fora das paredes do templo, e só então coloquem seus aventais e adentrem. Ao superarem suas diferenças, a benção do Grande Arquiteto do Universo, a divindade dentro dos iniciados, lhes proporcionará o aglutinante místico do amor fraterno que cimentará de forma brilhante as duas pedras que ambos representam na grande edificação da humanidade.
Isto é vivência real do amor fraterno, o aglutinante místico que mantém unidos os irmãos numa loja. Num agrupamento assim constituído é certa a presença do Grande Arquiteto do Universo.

Poderá haver bem maior que um amor fraternal bem vivido? O Grande Arquiteto do Universo certamente só está onde existem pessoas que se tratam como verdadeiros irmãos espirituais e onde cada um nutre profundo amor fraterno pelo outro.

Todo irmão que passar por uma situação onde eventualmente ocorre disputa ou ofensa, deve colocar aquele que considera ser seu ofensor às costas e carregá-lo para o alto de seu coração. E, se inquirido do peso, deve exclamar: - De forma alguma! Esta carga é leve! Pois este é meu irmão.

Foto de Charles Evaldo Boller

sábado, 26 de junho de 2010

O nosso cérebro é doido!

O nosso cérebro é doido!

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, odrem não ipomtra em qaul como Lteras de uma plravaa etãso, a uncia csioa iprotmatne é que um piremria e útmlia etejasm Lteras não crteo lgaur. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe pobrlmea sem ler.

Itso é poqrue nós não lmeos
CDAA Ltera isladoa, mas a plravaa CMOO um tdoo.


Show de bloa.


Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que uma sua mente leia CORRETAMENTE O que está escrito.

35t3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 P4R4 4P3N45
M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R
CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O!
NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45
N3ST4 L1NH4 SU4 m3nT3 V41 D3C1FR4NDO O
CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M
PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R
B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!
P4R4BÉN5!


Extraído do Blog do Alvorecer


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Deus

Deus


Quem, senão Deus, criou obra tamanha,
O espaço e o tempo, as amplidões e as eras,
Onde se agitam turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa luz, aquece e banha?


Quem, senão ELE fez a esfinge estranha
No segredo inviolável das morenas,
No coração dos homens e das feras,
No coração do mar e da montanha?

Cor do texto
Deus!... somente o Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o imensurável
E o Universo infinito criaria!...


Suprema paz, intérmina piedade,
E que habita na eterna claridade
Das torrentes da Luz e da Harmonia!

Antero de Quental

Do livro Parnaso de Além-Túmulo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Surge a Idéia de Justiça

Surge a Idéia de Justiça

Charles Evaldo Boller

Pode-se especular que a intuição de justiça e direito surgiu nas cavernas de nossos ancestrais pré-históricos, quando da descoberta do fogo, o que lhes aumentou o tempo em que ficavam acordados. Ao iluminarem as cavernas obtiveram mais tempo de convivência ativa. Com isto afloraram vantagens estratégicas. Tiveram mais tempo para planejar e trocar experiências, bem como de contar estórias e transmitir informações vitais para a sobrevivência. Dessa dinâmica social a espécie tornou-se poderosa, transformou o homem num ser social por excelência. Da convivência forçada nas horas de escuridão fora das cavernas surgiu a condição ideal para tornar o homem superior aos outros animais que compartilham a biosfera. Descobriu-se nesta época que o amor fraterno, a energia emocional que une fraternalmente os seres vivos, é o único meio das ações humanas interagirem de forma positiva com seus semelhantes, permitindo obter assistência colaboradora de uns para com os outros. E isto grandes pensadores vem repetindo através das eras. Infelizmente, poucos entendem por que devem adaptar-se na adoção deste proceder benéfico e persistem a sugar a energia vital do meio ambiente e de seus semelhantes até a exaustão.

É devido a inteligente dedução efetuada pelo morador das cavernas que o benefício do amor transmitiu-se pelas gerações e cada um já nasce com uma intuição natural de direito e Justiça, denominado propriamente de direito natural. Esta noção, este inatismo, precede todo e qualquer código compilado de leis. Desde que livre e independente, o homem possui direitos inalienáveis: respeito; desenvolvimento da personalidade; igualdade; trabalho; evolução; liberdade; associação; legitima defesa; e outros. É da consciência humana que floresce o direito natural. A Justiça está alicerçada nos deveres e direitos naturais do homem e o auxiliam em seu relacionamento social, fazendo-o manter seu equilíbrio em relação aos outros, impedindo-o de ser uma besta, humanizando-o.

O problema é que sempre que um recurso se restringe, aumenta a concorrência que leva uns a desconfiarem dos outros. Principalmente na escassez de comida, segurança e sexo. A convivência forçou os vetustos homens a conviver em espaços estreitos, já que a noite não lhes era possível sair de sua toca devido à escuridão reinante, o que instigou disputas por melhor espaço, a fêmea melhor dotada ou o melhor pedaço de comida. Mas o verdadeiro fundador da sociedade civil certamente foi aquele ancestral que, cercando um pedaço de terra, àquela área associou o pensamente de posse: "isso é meu"! Acabou a paz do homem nativo, que vivia em equilíbrio com a natureza, que desfrutava do direito natural, que descansava sua cabeça em qualquer lugar, ao abrigo de qualquer arbusto, sem problemas de impacto ambiental, sem necessidade de correr, salvo para defender-se de algum predador. Um dia era como o outro e o tempo transcorria sem maiores situações de estresse. A tendência de reservar um espaço de chão para fixar morada é explorada ao extremo em nossa sociedade moderna; são edificados "caixotes", uns sobre os outros, amontoados. Isto gera problemas de relacionamento entre pessoas, violência, porque sempre existe aquele que, por uma razão ou outra, não paga as taxas de condomínio, ou então perturba a paz de seus vizinhos com ruídos ou provocações. E num país como o Brasil - que é só terra - existe uma espécie de invasor de terras que se denomina um "sem terra". No transito de automóveis é possível perceber a violência como resultado da concorrência: é só aumentar o número de veículos que transitam numa mesma via para imediatamente surgirem situações onde um "apressadinho" ou um mais ansioso colocar em risco a vida de outros motoristas, a sua própria, de pedestres ou causa dano ao patrimônio público. Mas a grande campeã de disseminação de violência de hoje é a falta de oportunidades e a desigual distribuição das riquezas. Quando não há disputa ou concorrência, a vida em grupo é suave, tranqüila, e nesta forma natural de convivência quase não há necessidade de a sociedade punir pela coerção social. Quando a distribuição dos recursos e oportunidades é igualitária não ocorrem eventos "sociopáticos" significativos, salvo nos casos de insanidade.

A sociedade não deve punir para vingar, sua obrigação é a de ensinar o homem a melhorar cada vez mais. O que se deduz da vida em sociedade real de hoje, é que ela não ama seus componentes, embrutecida e insensibilizada pela ganância e o poder, tornou-se subserviente à economia e espreme a todos até sobrar apenas bagaço.

O conhecimento de como surge e se aplica justiça com equidade é uma noção muito importante que o maçom desenvolve para melhorar a si mesmo e a coletividade. Da correta interpretação do que é justiça, diferenciando-a de vingança, ele extrai as diretrizes básicas de seu relacionamento com irmãos e visinhos. Cada maçom é conduzido a desenvolver seu conhecimento para utilizar intuitivamente do direito natural, sem a necessidade de lei escrita. Em se tratando de um ser fraterno, o pedreiro especulador sonda todas as possibilidades de buscar o equilíbrio da justiça, desaparecendo a necessidade de um juiz que lhe dite o que é direito. Ele usa do direito natural que reside em seu intelecto, voltado para o amor. É a lei do amor que define o direito natural. Esta suprema lei conduz a tomar para si apenas o que é de seu direito e estrita necessidade, sem invadir o direito do outro. Não há necessidade de justiça aplicada por um terceiro porque não chega nem a surgir evento que lhe dê razão de existir. Esta noção é muito simples se vista com o coração. Existe um ditado que diz: se todos varrerem a frente de suas casas a cidade fica limpa num instante. De forma parecida é com o direito natural; se cada um apenas utilizar o que precisa para sua subsistência há recursos para todos na cidade.

Entretanto, a sociedade não vive assim. Infelizmente o homem insiste teimosa e estultamente em avançar sobre o que é de direito do outro. É um animal que tem uma inclinação instintiva em demarcar território, dominar seus iguais em busca do poder e possuir muito mais coisas do que realmente precisa. Daí a necessidade da instituição das leis para acalmar a fera. Na aplicação da Justiça, as leis tornam-se tanto ou mais cruéis que a ações que lhe deram causa. Isto porque normalmente é o mais rico que dispõe mais de aplicação e desfruta de suas benesses; o ladrão de galinhas vai preso enquanto o ladrão de "colarinho branco" anda solto. Uma Justiça que tarda não é justiça. Uma justiça corrupta é pior que a selvageria de uma terra sem leis. E como o jogo de interesses cresce em graus de complexidade proporcional ao número de cidadãos que formam uma sociedade, as leis vão se complicando e embaralhando cada vez mais até ficar impossível aplicar a justiça com equidade e a comunidade explode atos de vinganças e guerras.

É nisto que a Maçonaria trabalha usando de simbologia simples como o mosaico, a corda de oitenta e um nós, a trolha, o esquadro, o nível, o compasso, e outros; tudo para transmitir o direito natural e levar seus adeptos a intuírem que sem igualdade de direitos a sociedade humana desaparece. A Maçonaria ensina a todos a serem prudentes, haja vista que sob certos aspectos a prudência é sinônimo de sabedoria. O exercício começa dentro dos templos, onde cada irmão é induzido a tratar o outro com respeito e igualdade. Onde o direito natural falha, o problema judicativo é tratado em câmara do meio, não sem antes se haverem esgotado todos os recursos de conciliação e dado todo o tempo possível para firmar acordo pelas diretivas do amor fraterno. De lá a experiência é levada para fora dos templos; ao escritório, em casa e todos os lugares por onde uma pessoa assim formada passa. A intenção é transformar cada maçom num multiplicador do amor fraterno, uma idéia simples de entender, mas difícil de aplicar. Existem pensadores que ensinam a amar até ao inimigo, o maior estágio que um maçom pode alcançar ao se submeter aos ensinamentos da ordem. A idéia de Justiça ocorre neste último estágio da escalada do amor fraterno. O sol brilha sobre bons e maus, da mesma forma que a justiça. Os vetustos homens das cavernas deduziram pela necessidade de sobrevivência de se ter a disposição mental de considerar os outros como iguais é a única saída para viver em paz e aumenta as chances de sobrevivência do grupo. De forma semelhante os maçons de hoje, pelo amor fraterno fazem surgir a idéia de justiça perfeita e equilibrada, treinam suas capacidades de desenvolver esta única forma de resolver todos os problemas da humanidade pelo amor e à glória do Grande Arquiteto do Universo.
Foto do autor do inspirado texto Charles Evaldo Boller

Copiado do http://segredomaçonico.blospot.com

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O valioso tempo dos maduros



"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

Mário de Andrade

terça-feira, 22 de junho de 2010

JOSÉ

JOSÉ

"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?

(...)

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…

Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?"

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 21 de junho de 2010

VIVER

VIVER

Viver, aqui ou lá, entre estrelas ou no sumo da terra... não importa. Viver é o importante.


Importa que meus olhos contemplem a honestidade e se compadeçam dos que miram na indecência, na negação, no domínio de mentes e corações. São escravos da morte.

Viver nestas plagas ou nas vertentes do invisível, eis o premio entregue pelo Senhor dos Mundos.

Viver, ainda que tropeços e becos aparentemente sem saída vitimem os meus pés. Não importa. Viver é como o beijo nos lábios mais ansiados, é como o abraço na alma mais desejada, um toque no coração que se derrama em saudade.

Viver é ter a paixão do Bem, da coragem e da certeza de ser feliz.

Frederico Menezes é membro da Academia Cabense de Letras.
Foto: Nossa Terra.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre o escritor português José Saramago

Morreu nesta sexta-feira (18) o escritor português e prêmio Nobel de literatura José Saramago, 87 anos, em Tías, Lanzarote, Espanha.

José de Sousa Saramago nasceu na aldeia portuguesa de Azinhaga, província de Ribatejo, no dia 16 de novembro de 1922, embora no registro oficial conste o dia 18. Filho dos camponeses sem terra José de Sousa e Maria da Piedade, mudou-se para Lisboa aos 2 anos, onde viveu grande parte de sua vida.



Na ilha

Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.

Então sabemos tudo do que foi e será.

O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam.

Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.

Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites.

Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos ossos dela.

Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

José Saramago


JOSÉ SARAMAGO, nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registro oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades econômicas.
No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redação do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi diretor-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.

Premio Nobel em literatura- 1.998.
Nascimento- Azinhaga, Golegã, Portugal. 16 de Novembro de 1922-
Falecimento- 18 de junho de 2010 - Lanzarote, Ilhas Canárias, Espanha


Foto: Do poeta português José Saramago

quinta-feira, 17 de junho de 2010

TUDO DEPENDE DA SEMENTE

O trabalho da educação é uma tarefa de inseminação. A transformação do ser, objetivo sublime da educação, precisa passar pelos estágios naturais: a preparação do solo, depois a semente nele é depositada, passa pelas tormentas na intimidade da terra, busca a luz do sol e inicia seu crescimento. A frondosa árvore em nada lembra a "inexpressiva" semente. Assim somos nós.

No cortejo do tempo, partindo de um ponto aparentemente insignificante, damos início à grande epopéia da evolução. Somos sementes, passamos pelos tormentos das experiências no seio da carne e impulsionados por um anseio inerente, buscamos a luz da verdade, o sol do Criador, atingindo a plenificação da consciência divina. Talvez seja isso que o espírito Joanna de Angelis quis dizer referindo- se a diluição de nossas sombras na luz de que somos constituídos na essência. Educar-se talvez seja o equivalente a um Big Bang interno, um Fiat lux da alma, permitindo, através dessa moldagem no tempo, dessa educação interior, o desenvolvimento da consciência crística. As sombras internas, que representam fases atravessadas na construção da individualidade ao longo dos milênios, são transmutadas em luz, pois representam, apenas, desconhecimento do que se é. Quando a consciencia desponta, o ser vai se acendendo. Adiante, o espirito nobre, poderoso, em nada lembrará a alma trôpega, apática e insegura dos primeiros tempos.

Podemos afirmar que os tormentos que a semente humana experimentará são os embates de toda a sorte que vivenciamos nos mundos inferiores. Lutas acerbas preparam a alma para sua gloriosa destinação. Frustrações dilacerantes abrem clareiras no ser, onde penetrará cada vez maior cota de verdade e sabedoria. Decepções para conosco mesmo e com os outros nos ensinam, amargamente, algo mais sobre quem somos o estágio em que nos encontramos e para onde nos dirigimos.

Quanto mais nos embriagamos com a ilusão da matéria mais sentiremos sede de auto-realização. A posse do transitório levará, mais dia, menos dia, à ânsia de tomar posse de si mesmo. Quanto mais se tem "coisas" mais se perde a si mesmo. Quando não se conquista a maturidade escraviza-se por dentro.

Estamos brotando. Uns como a semente no terreno adubado, preparado pelo agricultor da vida (nós mesmos). Outros, semelhantes a sementes que caíram em terrenos problemáticos, que necessitam de melhor preparo. Estamos porem, despontando. Essa é a sublime realidade.


Texto de Frederico Menezes


Foto: Frederico Menezes

terça-feira, 15 de junho de 2010

O que é uma Loja Maçônica?

O que é uma Loja Maçônica?

Na Loja Maçônica se esquecem as preocupações, calam-se os receios, perdoam-se os agravos, consolam-se os sofrimentos e avivam-se as esperanças.

Loja Maçônica - É da natureza humana encontrar um lugar ao qual possamos pertencer e nos sentir úteis, mas é de vital importância que também nos agrupemos espiritualmente e ajudemos uns aos outros.


Chama-se Loja o retiro silencioso dos homens de boa vontade, o Templo augusto da caridade, do amor e da educação cívica, onde se congregam os espíritos honrados, para elaborarem a redenção dos povos e o progresso da humanidade em todas as suas manifestações.


Efetivamente, o Templo Maçônico é uma reprodução, em ponto pequeno, do planeta, com sua abóbada azul, com seu sol, sua lua e suas constelações de astros que contam incessantemente a grandeza do Grande Arquiteto dos Mundos.


O forro do Templo tem a forma de abóbada pintada de azul, representa o céu a noite, com uma multidão de estrelas visíveis, como as do céu porque, como ele, abriga todos os homens, sem distinção de classe ou de cor.

O Templo simboliza o Cosmos, representando o céu. A contemplação de um céu estrelado dá uma grande quietude e uma notável serenidade de espírito; ela incita não ao devaneio, mas à meditação.

O local em que uma sociedade maçônica realiza suas Sessões e, por extensão, qualquer corporação maçônica (na realidade, prefere-se falar em Templo, para designar o local de reunião, reservando o vocábulo Loja para designar a corporação maçônica, quando os seus membros reúnem-se num Templo; ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas).


Entretanto, o espaço denominado Loja busca em primeira instância representar os canteiros de obras do passado e em segunda instância a relação mística entre a Obra perfeita dedicada a "DEUS" e a construção interior do Homem, cujo corpo é o habitat do espírito.

Nestes dois conceitos, o primeiro é de base originária diretamente relacionada aos Maçons de ofício, ou operativos, que rigorosamente desbastavam a pedra e construíam, dentre outros, castelos catedrais, etc.. Já o segundo conceito se baseia na transformação operativo-especulativa, quando, por razões históricas, a Maçonaria assumiu o feitio do construtor social, apresentando o Homem como a principal matéria-prima para a construção de um Templo dedicado à Virtude Universal. É com base neste segundo conceito que se desenharia a alegoria do Templo de Jerusalém, originário do misticismo hebraico.

A Loja é o esteio da franco-maçonaria. Quando os membros se reúnem, agrupam-se como em uma loja - é errôneo dizer que estão se reunindo numa loja. Embora eles possam de fato estar se reunindo numa estrutura que chamam de "loja", os membros são considerados a loja, não o edifício onde se encontram. As primeiras lojas reuniam-se em tavernas e lugares públicos.

Templo é o edifício para funcionamento das Lojas. É o abrigo das chuvas, do calor, do frio. Loja simboliza o mundo ou o universo; é o abrigo do medo, da dor e da solidão.


Uma Loja maçônica não é um Templo misterioso; tampouco é um local onde se praticam ritualismos cabalísticos incompreensíveis. Não é um reformatório para recuperar vencidos. Não é uma filial de instituição de beneficência ou de auxílios mútuos.


Mas o que é, afinal, uma Loja maçônica?


Uma Loja maçônica é um local de reunião pacífica e feliz, onde homens de boa vontade e bom senso têm satisfação de se reunir como Irmãos, despidos de títulos e honrarias e são, simplesmente, Irmãos decididos a colaborar e promover boas causas. É o lugar onde o Maçom comparece para "recarregar" as suas baterias gastas, refazer suas energias, alimentar-se de afeto e encontrar acolhimento. Ali, a comodidade e a preguiça são males a serem superados; o maçom está sempre em vigília e à espreita da oportunidade de auxiliar os seus Irmãos e a sociedade.
A Loja proporciona ao Maçom a convivência renovadora, posto que ali estejam sabiamente proibidas as discussões políticas e religiosas, pois, abrigando os homens livres e de bons costumes em suas Sessões litúrgicas, as asperezas do mundo profano são deixadas de lado e há um verdadeiro revigoramento moral e intelectual vivenciado em sua plenitude.

Os negócios ou o trabalho se tornaram uma doença que debilita o homem contemporâneo. Se não houver um lugar na sua programação semanal para o retiro e a reflexão, provavelmente não estaremos nos movendo em uma direção saudável.

Em uma Loja maçônica reúnem-se homens jovens e maduros; todos convergindo espontaneamente em torno de um ideal comum, como que atraídos por afinidade, tal como a agulha de uma bússola, apontando para o Norte.


É na Loja que se esquecem as preocupações, que se calam os receios, se perdoam as ofensas, as injúrias, as afrontas, se consolam os muitos sofrimentos, se educam os caracteres e se avivam a inteligência e as esperanças, se cultiva o espírito. Ali se caminha sem curvas, se dedica uma recordação a todo o grande feito, derrama-se uma lágrima por todo o prazer legítimo, envia-se um prêmio ou um aplauso a toda ação nobre.


Na Loja, as discrepâncias, contrastes, oposições, as divergências de opiniões ou de interesses, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer. Nela freqüentam Irmãos que, mesmo na divergência, se apóiam e nas lutas se solidarizam.

Na Loja sonhamos juntos. Ali se plantam sorrisos, sempre há lugar para a alegria.
Ela é um santo refúgio, é um ninho que aconchega aonde vamos a busca da paz da alma. È a escola misteriosa que conduz aos Céus sem nuvem em toda a grandeza íntima.


Nesse lugar se busca o pão da ciência, o prazer da caridade, o apoio desinteressado e o carinho fraternal. Também ali se conciliam desencontradas idéias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida com o bálsamo da temperança. Uma análise básica da atitude maçônica para com a religião é que, longe de ser uma religião em si, é o ensinamento que capacita homens de diversas crenças religiosas a se reunirem e permanecerem juntos em uma Sociedade fraternal.

Esse lugar, portanto, não pode ser a casa do homem, a igreja de mera religião errônea, um cassino ou teatro, nada mesquinho. Ali está o mundo, laboratório permanente do bem.

Ama-se a Loja porque ela é o símbolo da pátria; ama-se a pátria porque ela é um pedaço desse todo harmonioso que se chama Humanidade.

Loja é o mundo. O Maçom é o homem em toda plenitude: a família, a honra, a ciência, a liberdade; todas as grandes concepções, todos os amores e todas as esperanças. A Loja é o lugar que o Grande Arquiteto do Universo é sempre convidado especial. Na Loja está Deus, o princípio reitor da Maçonaria no Universo. Trabalhar para a glória do Grande Arquiteto e do Universo significa trabalhar sob o signo de Deus; ou, então, trabalhar sob a inspiração da consciência coletiva da humanidade; ou, ainda, trabalhar de acordo com o princípio que orienta para o Progresso a evolução do mundo e da humanidade.

Que bom seria que todos os homens íntegros tivessem a oportunidade de, no ambiente propício de uma Loja Maçônica pudessem contribuir com seus esforços em prol da construção de um mundo melhor.

Na Loja almejamos criar um mundo que seja próspero, onde reconhecemos uns aos outros como divinos e iguais; onde cooperamos e compartilhamos momentos de mágoa, pesar, aflição, mas também os de glória, de ações extraordinárias, de grandes serviços prestados à humanidade.

Os maçons não são homens excepcionais. São homens comuns em um mundo em movimento. Homens com aspirações, como quaisquer outros que se realizam através da compreensão, da tolerância, da prática das virtudes; homens que chegaram à conclusão de que a FRATERNIDADE ENTRE OS HOMENS começa com o HOMEM NA FRATERNIDADE.

Valdemar Sansão - M:. M:.

domingo, 13 de junho de 2010

TRÊS REFLEXÕES


1ª REFLEXÃO:

Onde você coloca o sal?

O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.
Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.


Ruim - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.
Então o velho disse:


- Beba um pouco dessa água. Enquanto a água corria do queixo do jovem o Mestre perguntou:


- Qual é o gosto?'
- Bom! disse o rapaz.
- Você sente o gosto do sal? perguntou o Mestre.
- Não disse o jovem.
O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:


- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.
Em outras palavras: É deixar de Ser copo para tornar-se um Lago.


Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos.
Autor Desconhecido



2ª REFLEXÃO:
Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.
O filho se senta sozinho no topo de um montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém e se passar a noite toda lá, será considerado um homem.
Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado, pois pode ouvir toda espécie de barulho.
Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele e talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.
O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.

Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.
Finalmente.. .
Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.
Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele havia ficado a noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos!
Mesmo quando não percebemos, Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'.
Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Se você gostou desta história, reflita, e evite tirar a sua venda antes do amanhecer...

Moral da história:

Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja conosco.
Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

Autor Desconhecido



3ª REFLEXÃO:

A FLOR SOLITÁRIA: missão e propósito de vida.

Em um deserto distante, vivia uma solitária flor. Tão bela, delicada e com um perfume tão bom que a própria areia desviava-se com a ajuda do vento para não molestá-la. Afinal, era a única flor do deserto... Ela dava à paisagem árida um toque de vida e luz.
- Por que nasci assim? - pensava ela.


- Tão longe de minhas irmãs e primas?
Olhava ao redor e só via areia clara e o céu azul. Os grãos de areia adoravam visitá-la. Ela, tão linda e colorida, alegrava e dava vida àquele deserto. Alguns grãos de areia viajavam dias e dias para conhecê-la. Comentavam entre si como era mais bela a paisagem graças à presença daquela flor. Mas a flor por não entender sua missão, sentia-se muito só. Se existia um motivo para a sua vida, qual seria ele? Os grãozinhos de areia tentavam se comunicar com ela, mas por pertencerem a dimensões, ou reinos diferentes (vegetal e mineral), eles não conseguiam transmitir à flor o quão importante e necessária era a sua presença no deserto. Em cada amanhecer, a flor olhava ao redor em busca de algum sinal de vida. Deprimida, ela, então definhou e morreu. Os grãos de areia, que nada puderam fazer, entristeceram-se. Já não queriam mais passear e até o vento, naqueles dias, desistiu de soprar... Perguntavam eles:



- Será que a flor que procurava vida ao seu redor não percebeu que ela era a própria vida? Ela era a alegria e o colorido da paisagem! Por que insistiu em procurar fora aquilo que estava dentro dela?



(Ben Wakes, in: Histórias para Meditar, org. Prof. Felipe Aquino)

sábado, 12 de junho de 2010

O Rito York na Paraíba - Agradecimento

O Rito York na Paraíba


Graças ao irmão Teldson Sarmento, de acordo com entendimento, previamente acertado, em Sousa, tive a felicidade de participar de uma proveitosa e instrutiva sessão no rito York, na verdade, concretizei um sonho no dia 10.06.2010, às 20h: 00.


Conforme informações do Venerável Mestre Hugo Leonardo Wanderley Borges a terceira Loja a trabalhar no Brasil com o Rito York foi a Loja "Cavaleiros do Sol" nº 42, na Cidade de João Pessoa, Estado da Paraíba, jurisdicionada a Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba – GLEPB.


Durante a reunião fica patente a lição de harmonia, de fraternidade e igualdade, predominante durante os trabalhos e, em especial, a ritualística apresentada assemelhando-se, salvo melhor juízo, ao congraçamento do Iluminismo, cujos objetivos eram preponderantes a busca da Verdade e a libertação dos Irmãos das trevas da ignorância.




Vislumbramos o uso da razão, o bom combate aos preconceitos, as superstições e a consciência límpida ao obscurantismo religioso.


Uma da mais bela reunião já presenciada, não só pela participação esclarecedores dos inspirados maçons participantes e debatedores, mas, sobretudo, pela apresentação de um trabalho decifrado pelo 2º Vigilante.



Na oportunidade, conheci pessoalmente o irmão José Carlos, residente nos Estados Unidos da América, em Miami, participante da Maçonaria Americana, e, encontrava-se em João Pessoa em trabalho profissional, onde trocamos correspondência sobre Maçonaria, através da internet, e, nos foi concedido conhecê-lo e abraçá-lo pessoalmente. Momento emocionante e prazeroso.



Outrossim, fiquei profundamente encantado, pela maneira simbólica, como nos dirigimos ao guia espiritual da Loja para manifestar nosso desejo de emitir nossa opinião verbal.




Uma simbologia que denota um cunho esotérico para energização e materialização de nosso pensamento. Afirmo o meu entendimento lato, peço, humildemente, perdão aos estudiosos do Rito York.


Assim, agradeço a receptividade a nós dispensada e almejo a todos os Obreiros da "Cavaleiros do Sol" muita Paz, Luz e Saúde.
Do irmão agradecido
Walter
Foto: Teldson Sarmento, 1º Grande Vigilante da GLMPB, obreiro da Loja "Cavaleiros do Sol".

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” Antoine de Saint-Exupery

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Herança Educacional Iluminista

Herança Educacional Iluminista
Charles Evaldo Boller

Foram significativas as mudanças que se manifestaram na Europa durante o século XVIII, e entre estas surgiu a Maçonaria Especulativa (1717), como parte ativa do processo de gradativa migração do poder para a burguesia, concentrado até então na nobreza e no clero. O Teocentrismo Medieval, Deus como centro de tudo, há muito instigava ao lançamento de idéias que fortaleciam o poder do cidadão. Aos poucos o poder absoluto sobre o cidadão foi desaparecendo e definiram-se os contornos da Democracia. Na época, por herança de práticas e costumes medievais, os nobres viviam à custa dos esforços de outros cidadãos da sociedade, o que prejudicou o nascimento da indústria e dificultava o livre comércio.


Com a invenção e desenvolvimento da máquina a vapor entre 1765 e 1790, por James Watt (1736-1819), se estabelece o início da Revolução Industrial, marca do fim do poder de imperadores e papas, e nascimento do poder do povo. Os burgueses, na Revolução Francesa (1789-1799), usaram de palavras cunhadas por Rousseau (1712-1778) que estabeleceram princípios de liberdade, igualdade e fraternidade através das luzes, divisa usada até hoje pela Maçonaria. Onde a Luz dos iluministas significava o poder da razão humana de interpretar e reorganizar o Universo. O Movimento Iluminista visava inicialmente à liberdade de pesquisa científica, ação que através de Rousseau estendeu-se depois para a educação natural com ênfase no condicionamento moral e cívico.

O Século das Luzes teve inúmeros mentores, cuja ampla maioria concordava que, em resumo, apenas a educação poderia proporcionar os meios para livrar os homens das garras do poder absoluto que embotava o desenvolvimento. Qualquer poder estabelecido sabe, e a Maçonaria promove, que um povo instruído e educado é mais difícil de conduzir com dogmas e crendices, mas é mais feliz porque assume o controle da sua convivência pacífica na sociedade.

O Liberalismo foi outra forte movimentação da burguesia. Atuando na economia, François Quesnay (1694-1774) e Adam Smith (1723-1790) representam as aspirações do cidadão em gerenciar seus próprios negócios sem a interferência do Estado. Defendia-se a economia perseguindo caminhos ditados por leis naturais, onde a figura de um Estado intervencionista não existe. Na política, os mesmos ideais liberais lutavam de todas as formas contra o absolutismo. Na moral buscavam-se formas laicas de tornar naturais as ações do comportamento humano.

Por conta de abusos clericais e da inquisição, que durou mais de seiscentos anos, de 1183 até 1821, o Iluminismo rejeitava a adesão à religião. Principalmente às filosofias religiosas povoadas de fantasias e alegorias ilógicas e impostas como verdades, que pelo aspecto verossímil são colocadas como fatos verdadeiros ao invés de declaradas de origem ficcional, apenas para fins de ilustração de verdades e filosofias.

Os iluministas combatiam os dogmas que em religião estabelecem invenções forçadas, inverossímeis, determinadas por decreto pela autoridade religiosa como verdade divina revelada e que o adepto tem por obrigação acatar; são imutáveis; verdades absolutas que sequer permitem discussão, nem mesmo pensar em contestação; imposição que determina como o adepto deve pensar e até sentir. Foi contra as religiões que impõem dogmas e fantasias, que os iluministas se rebelaram; não eram ateus, muito ao contrário! - Isto, mesmo hoje, não passa de acusação leviana, falsa e insidiosa de parte dos detratores do Iluminismo. Defendiam o aporte de uma religião natural, com orientação mais racional de fé, ou crença naquilo que não é visto e ser apenas sentido ou intuído. Bastava-lhes a fé num princípio criador - semelhante ao que era percebido pelo pensamento lógico do homem da natureza, o qual percebia a impossibilidade de sua existência ser obra do acaso; para o qual é aceitável a existência de uma mente criadora lógica e orientadora da exuberante e diversificada natureza que o cercava e servia; e com a qual vivia em dependência. Hoje se reconhece a simbiose evolutiva como obra criativa, onde a criação é resultado da cooperação e co-evolução das células em processos evolutivos cada vez mais intrincados e complexos orientados por leis definidas por uma mente orientadora, conceito ao qual o maçom denomina Grande Arquiteto do Universo.

O Iluminismo influenciou o Deísmo, doutrina que considera a razão como a única maneira de assegurar a existência de Deus. Principalmente por isto, os detratores do Iluminismo acusaram o movimento de introdutor do ateísmo na sociedade moderna, entretanto, aquele movimento defendia a religião natural, sem dogmas e fanatismo. Para o iluminista, Deus é o Primeiro Motor, o Supremo Criador. Desta magnífica idéia a Maçonaria, que não é religião, herdou o conceito Grande Arquiteto do Universo, o que possibilita a reunião de diversas linhas filosóficas e religiosas num mesmo foro de debate, que de forma proativa discute os problemas da sociedade e do homem; ato impossível para outras instituições, mormente religiões que nunca se entendem e provavelmente nunca chegarão a acordos fraternos na solução de qualquer problema devido ao ódio que nutrem entre si e aos que não concordam com seus dogmas.

Na prática maçônica, as proibições de discussões religiosas nada têm de incentivo ao ateísmo, mas têm por finalidade afastar o maçom de discussões vazias dentro do pântano do fundamentalismo religioso e o conduzir para uma espiritualidade natural, respeitando crenças e a religião de seus irmãos, independente de qual seja. O ateu não é recebido pela Ordem Maçônica; para entrar é exigida crença num Princípio Criador e numa vida futura. Para o maçom a espiritualidade é parte do corpo, é sentida como a plenitude da mente e do corpo; mente e corpo vivos, formando uma unidade. Os momentos de consciência espiritual são observados como unidade, uma percepção de pertencer ao Universo como um todo. A Loja estabelecida é representação deste Universo, o útero da criação, de onde o homem é parte integrante do todo. Quando o maçom contempla a Loja como representação do Universo, percebe que não está lançado em meio ao caos. "Ordo ab Caos", ordem no caos, é sua divisa e inspiração de que é parte de um projeto maior, de uma ordem mais elevada, parte integrante de uma imensa sinfonia da vida conduzida pelo Grande Geômetra, o Maestro da Criação e Grande Arquiteto do Universo. A sua projeção de vida futura é construída no fato de que o seu corpo nunca morrerá e remanescerá vivo, mesmo depois que seu corpo se desfizer em seus elementos moleculares a vida continua. E não apenas o sopro da vida, que é comum a todos os seres viventes, continua vivo, mas também os princípios da organização vital dos seres viventes da biosfera. É esta consciência de ser parte do Universo, de ser esta a sua casa, é desta sensação de pertencer, de ser parte do todo que desperta no maçom o mais respeitoso e profundo sentido para a vida.

Quando na Maçonaria a Bíblia Judaico-cristã é utilizada na construção de parábolas e alegorias, na representação de pensamentos e ideias de forma figurada, os textos são utilizados apenas como referência para a criação de estórias. As alegorias copiadas e depois adaptadas são pura ficção! Verossimilhança que serve apenas de suporte para a criação de parábolas que auxiliam na educação natural; esta utilização é deixada bem clara para todos; é a educação da Maçonaria voltada para a liberdade; educação natural criada por Rousseau (1712-1778) e complementada por Kant (1724-1804). Por outro lado, a mesma Bíblia é utilizada nas atividades litúrgicas das lojas formadas por irmãos de religiões cristãs como Livro da Lei, a mais alta e sagrada representação do grupo, sobre a qual se fazem juramentos e promessas, e da qual se extraem pensamentos e sabedoria; o maçom cristão é constantemente instigado a usá-la como fonte de inspiração no trabalho na pedra; na absoluta maioria dos ritos, nenhuma sessão maçônica inicia sem que um trecho da mesma seja lido no momento mais solene de abertura ritualística dos trabalhos.

A liturgia e instrução maçônica constam de alegorias definidas em todos os aspectos como invenções, historinhas, fantasias, de uso puramente pedagógico e com o único objetivo de construir novas idéias pelos eternos ciclos de construção do pensamento. Estes ciclos, que Hegel (1770-1893) definiu como Contradição Dialética, constituída de: Tese, Antítese e Síntese, é base do desenvolvimento de todo o conhecimento humano: Tese é a afirmação; Antítese a negação ou complementação da Tese; Síntese a superação da contradição; é quando surge uma nova e inusitada idéia, diferente da primeira e da segunda. Então se inicia um novo ciclo de Tese, Antítese e Síntese. E o processo não tem fim. É o que ocorre nos debates da Maçonaria aonde, através da educação natural, se constroem templos, templos vivos e livres.

Estes são alguns dos aspectos do movimento Iluminista que influenciaram a Maçonaria quando de sua fundação como instituição especulativa. Mesmo bebendo de inúmeras outras fontes de inspiração simbólica e alegórica foi esta a origem de que a Ordem Maçônica se utilizou para promover a volta do homem natural perdido desde Atenas, Grécia antiga, reportado por Platão em "A República". Na Maçonaria o homem moderno tem a oportunidade de recuperar o que perdeu em virtude do desmonte da escola hodierna, colocar os pés no chão, trabalhar um templo vivo, dentro de um templo material, edificado pela Maçonaria praticamente só para a sublime finalidade do homem se auto-construir. Mas é dentro do grande templo da sociedade, um templo vivo feito por homens naturais que cada artífice trabalha na pedra, e com a sabedoria da razão, a força da vontade, ele constrói a sua beleza interior para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo!

Bibliografia:
1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, História da Educação e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edição, Editora Moderna Ltda., 384 páginas, São Paulo, 2006;
2. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, título original: The Web of Life, a New Scientific Understandding Ofliving Systems, tradução: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-3, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1996;
3. CAPRA, Fritjof, As Conexões Ocultas, Ciência para a Vida Sustentável, título original: The Hidden Connections, tradução: Marcelo Brandão Cipolla, 13ª edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 296 páginas, São Paulo, 2002;
4. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007.

Biografias:
1. Adam Smith, economista, filósofo e político de nacionalidade escocesa. Nasceu em Kirkcaldy, Escócia em 5 de junho de 1723. Faleceu em Edimburgo, em 17 de junho de 1790, com 67 anos de idade. Considerado o fundador da economia liberal clássica;
2. François Quesnay, economista de nacionalidade francesa. Nasceu em 4 de junho de 1694. Faleceu, em 1774, com 79 anos de idade;
3. Fritjof Capra, autor, físico e teórico de sistemas. Nasceu em 1 de fevereiro de 1939, com 69 anos de idade;
4. Hegel ou Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo de nacionalidade alemã. Nasceu em Stuttgart em 27 de agosto de 1770. Faleceu em Berlim, em 14 de novembro de 1831, com 61 anos de idade. Um dos criadores do idealismo;
5. Humberto Rohden, autor e professor de nacionalidade brasileira. Autor de: O Processo de Sindicância;
6. James Watt, engenheiro e inventor de nacionalidade escocesa. Também conhecido por Jacobo Watt. Nasceu em Greenock, Escócia em 19 de janeiro de 1736. Faleceu em Heathfield, Inglaterra, em 25 de agosto de 1819, com 83 anos de idade. Inventor do primeiro motor a vapor;
7. Kant ou Immanuel Kant, conferencista, filósofo, maçom, professor e teólogo de nacionalidade alemã. Nasceu em Königsberg em 22 de abril de 1724. Faleceu em Königsberg, em 12 de fevereiro de 1804, com 79 anos de idade. Geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes;
8. Maria Lúcia de Arruda Aranha, autora e professora de nacionalidade brasileira. Licenciada em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;
9. Platão ou Platão de Atenas, filósofo grego. Também conhecido por Aristócles Platão de Atenas. Nasceu em Atenas em 428 a. C. Faleceu em Atenas, em 347 a. C. Considerado um dos mais importantes filósofos de todos os tempos;
10. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.


Charles Evaldo Boller Curitiba, Paraná, Brazil Um maçom em permanente construção.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Assembléia da GLMEPB - 05.06.2010 - Sousa(PB)

O irmão Marcos Araújo (Sereníssimo PB) e o irmão Walter Lemos (SP) em diálogo harmônico, amigo e fraterno ao final da Assembléia, no salão de banquetes da Calixto Nóbrega-Sousa(PB).
O irmão Pereira (de pé) enaltece o ideal da Maçonaria.
Enquanto não encerramos um capítulo,
não podemos partir para o próximo.

Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora,
soltar, desprender-se.

As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos.

Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba,
mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Rousseau e a Educação Natural

Rousseau e a Educação Natural
Charles Evaldo Boller

Rousseau (1712-1778) disse que: "Toda a nossa sabedoria consiste em preconceitos servis; todos os nossos usos não são senão sujeição, embaraço e constrangimento. O homem civil nasce, vive e morre na escravidão; ao nascer, envolvem-no em um cueiro; ao morrer, envolvem-no em um caixão; enquanto conserva sua figura humana está acorrentado a nossas instituições". (Emílio, ou da Educação, Rousseau, São Paulo, Difel). Rousseau foi o mentor inicial da educação natural, cujas idéias foram depois reforçadas, melhor definidas e ampliadas por Kant (1724-1804). Estabeleciam um gradativo retorno à natureza, não de forma a transformar o homem em selvagem, mas pela naturalização comportamental e espontaneidade dos sentimentos.

Papéis significativos foram também desempenhados por Diderot (1713-1784) e Helvétius (1715-1771), quanto à importância no desenvolvimento pessoal usando como mola propulsora as paixões positivas e que rejuvenesceriam o mundo moral. Para obter a liberdade individual, as paixões positivas desempenhariam valor vivificador no mundo moral. Os combates às paixões do maçom dizem respeito àquelas associadas ao vício e licenciosidade, já as paixões ligadas às virtudes e benéficas à educação natural do homem são fortemente incentivadas.

A escravidão sempre se baseia na falta de educação; é muito mais fácil dominar o ignorante, violento e amoral que o indivíduo esclarecido, ou iluminado pela educação. Quando a escola era domínio da religião, ela disseminava a semente da dominação absoluta do rei para assuntos políticos e da religião para assuntos metafísicos; assim compartilhavam o poder apenas entre si. A educação antiga só era de fato acessível às elites e em todas as eras sempre representa uma forma de poder. Desde a invenção da escrita a manutenção do Estado era realizada pelo escriba, cargo que só os mais ricos e influentes obtinham. Em quase todas as civilizações a educação era controlada pela Teocracia - isto sempre restringiu o acesso ao conhecimento técnico aos iniciados na religião do Estado. No antigo Egito, Mesopotâmia, China, Índia, na tradição hebraica, enfim, todas as civilizações centralizaram o conhecimento nas castas mais abastadas da população, e principalmente, em iniciados em mistérios religiosos da religião do Estado. Assim funcionava até que os iluministas introduziram modificações na educação.

A educação natural, aquela voltada para a felicidade individual, laica e não intelectualizada reduziu a dominação absolutista. Normalmente em convulsões revolucionárias. O grande valor do trabalho de Rousseau na pedagogia é o fato de dar ao ensino público uma conotação política e de valorização do homem em todos os níveis sociais, disposição exposta quando afirma que a educação pública deve passar necessariamente por formação cívica, de identidade do cidadão com o país. Afirmava não ser a educação pública idéia dele e quem tivesse interesse, que lesse 'A República', de Platão. O ensino público e gratuito foi o veículo mais importante do Iluminismo que preconizava pelo uso da razão no combate às superstições e obscurantismo religiosos.

A Maçonaria é instrumento importante, não o único, na defesa da escola leiga, não relacionada a religião e função do Estado. Entre outras acusações, mas principalmente pelo posicionamento para a educação, a Ordem Maçônica foi objeto de violentas reações do poder dos estados, bem como, de bulas papais de condenação; ódio que até hoje não foi revogado. O medo dos poderosos não é tanto pela forma esotérica das reuniões dos maçons, mas principalmente pelo fato de pela educação natural libertar o pensamento do cidadão, conscientizando-o de seu papel na sociedade e no Universo. A ordem maçônica não concorda com posicionamentos radicais ou de concentração de poder, e isto lhe rende poderosos inimigos. A vingança de insidiosos perseguiu maçons; miríades morreram para manter a ação de educar o homem do povo em direção à liberdade.

Em sua época, Rousseau teve de fugir diversas vezes da perseguição. As bases de suas considerações pedagógicas declaravam que o homem em estado natural é bom, mas a sociedade dominada pela hipocrisia das instituições o corrompe, destruindo sua liberdade; dizia: - "o homem nasce livre e por toda parte encontra-se a ferros". Em termos políticos defendia que o povo é soberano, e para tal há necessidade de educar o ser humano integral; desenvolveu a idéia da educação natural - nos moldes do que os nobres praticavam em certa fase histórica de Atenas, na Grécia antiga, e hoje, na Maçonaria, tal procedimento é representado simbolicamente pelo homem esculpindo a si mesmo de dentro da rocha disforme.

A educação natural rejeita toda e qualquer tentativa de intelectualização da educação; na Maçonaria qualquer pessoa tem acessos e facilitadores a complexos pensamentos filosóficos apenas por nutrir-se da vasta coleção de símbolos e alegorias.

A linha de pensamento iluminista foi fortemente influenciada pela obra intelectual de Rousseau na educação, inclusive vai além do ato pedagógico e de formação humana que ele apresenta em 'Emílio' e depois complementa em 'Do Contrato Social'. Em conjunto estes trabalhos estabelecem conceitos de cidadania natural do homem na sociedade. O objetivo de Rousseau sempre foi o homem do povo; do cidadão com vistas ao desenvolvimento do homem natural; que não deve ser confundido com o homem da natureza, analisado em seu 'Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens'.

O homem natural é o melhoramento do homem da natureza, o cidadão como essência do homem civil, mesmo quando este convive em ambiente hostil às virtudes como acontece com o maçom hodierno. O afastamento de Emílio da influência perniciosa da sociedade é copiado pela Maçonaria quando suas reuniões acontecem longe e isoladas do mundo externo; num mundo idealizado, igualitário, perfeito para o desenvolvimento da educação do homem natural, que:
- É completo em si, a unidade e absoluto total, aquele que tem relação apenas para consigo e a coletividade;
- Como homem civil não é nada mais que uma fração em relação ao corpo social;
- Como indivíduo usa da razão e da universalidade da natureza do homem para usufruto da felicidade;
- O homem é em essência um representante da espécie humana que, dotado de razão, deve desenvolver-se através da educação natural para ocupar seu espaço no Universo.

Em seus estudos Rousseau define que o homem não se reduz apenas a sua condição intelectual, não é apenas razão e reflexão, mas condicionável pela educação a controlar sentidos, emoção, instintos e sentimentos, numa educação natural ativa voltada para usufruto da vida, por ação proativa e movimentada pela curiosidade. Algo assim é absorvido na vivência da rígida disciplina ritualística existente nos templos da Maçonaria, local onde muito de seu pensamento voltado para a educação natural foi adaptado e veio até nossos dias. A pretensão é a mesma da dos tempos de Rousseau - libertar o homem e torná-lo feliz; a Maçonaria apenas propicia os meios e o local para o homem se auto-educar.

Na ordem maçônica pratica-se a educação de si mesmo, a educação natural; que já é parte do projeto do homem. O entendimento é simples se considerar que o livre arbítrio permite apenas a existência da auto-educação. É bem diferente da educação voltada para o conhecimento, dirigida quase que exclusivamente para a escravidão, à alienação pelo trabalho. A educação natural está voltada para a liberdade do homem em sentido lato e através do qual honra o ato criativo do Grande Arquiteto do Universo.

Bibliografia:
1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, História da Educação e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edição, Editora Moderna Ltda., 384 páginas, São Paulo, 2006;
2. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, título original: The Web of Life, a New Scientific Understandding Ofliving Systems, tradução: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-3, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1996;
3. CAPRA, Fritjof, As Conexões Ocultas, Ciência para a Vida Sustentável, título original: The Hidden Connections, tradução: Marcelo Brandão Cipolla, 13ª edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 296 páginas, São Paulo, 2002;
4. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007;
5. ROUSSEAU, Jean- Jacques, Emílio ou Da Educação, R. T. Bertrand Brasil, 1995;
6. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas, São Paulo, 2007.

Biografias:
1. Diderot ou Denis Diderot o Filósofo, escritor, filósofo e maçom de nacionalidade francesa. Também conhecido por Denis Diderot. Nasceu em Langres, França em 5 de outubro de 1713. Faleceu em Paris, em 30 de julho de 1784, com 70 anos de idade. Um satirista que se tornou conhecido por sua conversa brilhante;
2. Fritjof Capra, autor, físico e teórico de sistemas. Nasceu em 1 de fevereiro de 1939, com 69 anos de idade;
3. Helvétius ou Claude Adrien Helvétius, escritor e filósofo de nacionalidade francesa. Nasceu em Paris em 26 de janeiro de 1715. Faleceu, em 20 de dezembro de 1771, com 56 anos de idade. As idéias de Helvétius influenciaram as doutrinas dos revolucionários franceses, a filosofia utilitarista de Bentham e também várias teorias democráticas e socialistas do século XIX;
4. Humberto Rohden, autor e professor de nacionalidade brasileira. Autor de: O Processo de Sindicância;
5. Kant ou Immanuel Kant, conferencista, filósofo, maçom, professor e teólogo de nacionalidade alemã. Nasceu em Königsberg em 22 de abril de 1724. Faleceu em Königsberg, em 12 de fevereiro de 1804, com 79 anos de idade. Geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes;
6. Maria Lúcia de Arruda Aranha, autora e professora de nacionalidade brasileira. Licenciada em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;
7. Platão ou Platão de Atenas, filósofo grego. Também conhecido por Aristócles Platão de Atenas. Nasceu em Atenas em 428 a. C. Faleceu em Atenas, em 347 a. C. Considerado um dos mais importantes filósofos de todos os tempos;
8. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.


Foto: Charles Evaldo Boller - um maçom em permanente construção.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A verdade.

“A verdade”.


Um dia, um filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade.

Um cidadão comum vinha passando e, vendo aquela verdade caída, aproximou-se cautelosamente, examinando-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado, e então saiu correndo e gritando:

“Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!”.

Diante disso o filósofo virou-se para o Diabo e disse:

“Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe...”

Muito seguro de si, o Diabo retrucou:
“Pelo contrário. Ele encontrou um pedaço da verdade...”.
Com ela, vai fundar mais uma religião e eu ficar mais forte!”.


Autor desconhecido

FOTO: COLISEU DE ROMA.







segunda-feira, 7 de junho de 2010

SER MAÇOM

Não sejas maçom...

Se...:

Se queres descanso não seja maçom, pois o trabalho é continuo.
Se queres ser beneficiado não sejas maçom, pois se promovem benefícios, não vivemos em prol deles.
Se queres paz não sejas maçom, pois o maçom está em guerra constante contra os vícios.
Se és egoísta não sejas maçom, pois compartilhar é um hábito, pensar em si é inviável, mas devemos pensar e agir para todos!

Se desejas enriquecer não sejas maçom, pois o patrimônio de um maçom não é avaliado pelos seus bens, mas pelas suas atitudes.

Se és arrogante nunca sejas maçom, pois a humildade é uma virtude constante, demonstrada em todos os momentos!

Se és demasiadamente religioso não sejas maçom, pois religião não salva ninguém, o maçom não é religioso, mas vive a sua religião!
Se gostas de prazeres não sejas maçom, devemos ignorá-los, pois são temporários!
Se tens medo da morte jamais sejas maçom, pois a certeza da existência de um Ser Superior e a alegria da imortalidade da alma são o maior tesouro que podemos ter.

Não sejas um maçom, mas o maçom; não faças parte, faças a diferença!
Não sejas o pior, não sejas o melhor, sejas tu mesmo!

Se és arrogante não sejas maçom, pois o desprezo é sintoma de maldade, e a maldade é a principal inimiga do maçom.

Se és omisso não sejas maçom, pois a iniciativa é notável no maçom!

Se és preconceituoso não seja maçom, pois a igualdade é um pilar marcante na vida do maçom!

Fraternalmente:
Eliseu Trelha Am:. E Ir:.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Você é importante

Você é importante


1. Diga o nome das cinco pessoas mais ricas do mundo.
2. Diga o nome dos cinco últimos ganhadores do prêmio Nobel, aquele, dado para personalidades que se destacaram na ciência, economia, assuntos da paz.
3. Agora diga o nome das cinco últimas miss universo.
Lembrou?
4. Dê agora o nome de dez ganhadores de medalha de ouro nas olimpíadas.
5. E para terminar, os últimos doze ganhadores do Oscar.


Como foi? Lembrou de algum? Difícil, não?


E olha que são pessoas famosas, não são anônimas não!
Mas o aplauso morre, prêmios envelhecem, grandes acontecimentos são esquecidos.

Agora tente este outro teste:

1. Escreva o nome dos professores que você mais gostava.
2. Lembre de três amigos que ajudaram você em momentos difíceis.
3. Pense em cinco pessoas que lhe ensinaram alguma coisa valiosa.
4. Pense nas pessoas que fizeram você se sentir amado e especial.
5. Pense em cinco pessoas com quem você gosta de estar.

Mais fácil esse teste não?

Sabe qual é a moral da história:


"As pessoas que fazem diferença na sua vida não são as que têm mais credenciais, dinheiro ou prêmios. São as que se importam com você !!! "

Milhões de abraços para você, que pode ser anônimo para o mundo, mas é especial para os amigos!!!


Fonte: www,metaforas.com.br

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Herança Educacional Iluminista

Herança Educacional Iluminista

Foram significativas as mudanças que se manifestaram na Europa durante o século XVIII, e entre estas surgiu a Maçonaria Especulativa (1717), como parte ativa do processo de gradativa migração do poder para a burguesia, concentrado até então na nobreza e no clero. O Teocentrismo Medieval, Deus como centro de tudo, há muito instigava ao lançamento de idéias que fortaleciam o poder do cidadão. Aos poucos o poder absoluto sobre o cidadão foi desaparecendo e definiram-se os contornos da Democracia. Na época, por herança de práticas e costumes medievais, os nobres viviam à custa dos esforços de outros cidadãos da sociedade, o que prejudicou o nascimento da indústria e dificultava o livre comércio.


Com a invenção e desenvolvimento da máquina a vapor entre 1765 e 1790, por James Watt (1736-1819), se estabelece o início da Revolução Industrial, marca do fim do poder de imperadores e papas, e nascimento do poder do povo. Os burgueses, na Revolução Francesa (1789-1799), usaram de palavras cunhadas por Rousseau (1712-1778) que estabeleceram princípios de liberdade, igualdade e fraternidade através das luzes, divisa usada até hoje pela Maçonaria. Onde a Luz dos iluministas significava o poder da razão humana de interpretar e reorganizar o Universo. O Movimento Iluminista visava inicialmente à liberdade de pesquisa científica, ação que através de Rousseau estendeu-se depois para a educação natural com ênfase no condicionamento moral e cívico.

O Século das Luzes teve inúmeros mentores, cuja ampla maioria concordava que, em resumo, apenas a educação poderia proporcionar os meios para livrar os homens das garras do poder absoluto que embotava o desenvolvimento. Qualquer poder estabelecido sabe, e a Maçonaria promove, que um povo instruído e educado é mais difícil de conduzir com dogmas e crendices, mas é mais feliz porque assume o controle da sua convivência pacífica na sociedade.

O Liberalismo foi outra forte movimentação da burguesia. Atuando na economia, François Quesnay (1694-1774) e Adam Smith (1723-1790) representam as aspirações do cidadão em gerenciar seus próprios negócios sem a interferência do Estado. Defendia-se a economia perseguindo caminhos ditados por leis naturais, onde a figura de um Estado intervencionista não existe. Na política, os mesmos ideais liberais lutavam de todas as formas contra o absolutismo. Na moral buscavam-se formas laicas de tornar naturais as ações do comportamento humano.

Por conta de abusos clericais e da inquisição, que durou mais de seiscentos anos, de 1183 até 1821, o Iluminismo rejeitava a adesão à religião. Principalmente às filosofias religiosas povoadas de fantasias e alegorias ilógicas e impostas como verdades, que pelo aspecto verossímil são colocadas como fatos verdadeiros ao invés de declaradas de origem ficcional, apenas para fins de ilustração de verdades e filosofias.

Os iluministas combatiam os dogmas que em religião estabelecem invenções forçadas, inverossímeis, determinadas por decreto pela autoridade religiosa como verdade divina revelada e que o adepto tem por obrigação acatar; são imutáveis; verdades absolutas que sequer permitem discussão, nem mesmo pensar em contestação; imposição que determina como o adepto deve pensar e até sentir. Foi contra as religiões que impõem dogmas e fantasias, que os iluministas se rebelaram; não eram ateus, muito ao contrário! - Isto, mesmo hoje, não passa de acusação leviana, falsa e insidiosa de parte dos detratores do Iluminismo. Defendiam o aporte de uma religião natural, com orientação mais racional de fé, ou crença naquilo que não é visto e ser apenas sentido ou intuído. Bastava-lhes a fé num princípio criador - semelhante ao que era percebido pelo pensamento lógico do homem da natureza, o qual percebia a impossibilidade de sua existência ser obra do acaso; para o qual é aceitável a existência de uma mente criadora lógica e orientadora da exuberante e diversificada natureza que o cercava e servia; e com a qual vivia em dependência. Hoje se reconhece a simbiose evolutiva como obra criativa, onde a criação é resultado da cooperação e co-evolução das células em processos evolutivos cada vez mais intrincados e complexos orientados por leis definidas por uma mente orientadora, conceito ao qual o maçom denomina Grande Arquiteto do Universo.

O Iluminismo influenciou o Deísmo, doutrina que considera a razão como a única maneira de assegurar a existência de Deus. Principalmente por isto, os detratores do Iluminismo acusaram o movimento de introdutor do ateísmo na sociedade moderna, entretanto, aquele movimento defendia a religião natural, sem dogmas e fanatismo. Para o iluminista, Deus é o Primeiro Motor, o Supremo Criador. Desta magnífica idéia a Maçonaria, que não é religião, herdou o conceito Grande Arquiteto do Universo, o que possibilita a reunião de diversas linhas filosóficas e religiosas num mesmo foro de debate, que de forma proativa discute os problemas da sociedade e do homem; ato impossível para outras instituições, mormente religiões que nunca se entendem e provavelmente nunca chegarão a acordos fraternos na solução de qualquer problema devido ao ódio que nutrem entre si e aos que não concordam com seus dogmas.

Na prática maçônica, as proibições de discussões religiosas nada têm de incentivo ao ateísmo, mas têm por finalidade afastar o maçom de discussões vazias dentro do pântano do fundamentalismo religioso e o conduzir para uma espiritualidade natural, respeitando crenças e a religião de seus irmãos, independente de qual seja. O ateu não é recebido pela Ordem Maçônica; para entrar é exigida crença num Princípio Criador e numa vida futura. Para o maçom a espiritualidade é parte do corpo, é sentida como a plenitude da mente e do corpo; mente e corpo vivos, formando uma unidade. Os momentos de consciência espiritual são observados como unidade, uma percepção de pertencer ao Universo como um todo. A Loja estabelecida é representação deste Universo, o útero da criação, de onde o homem é parte integrante do todo. Quando o maçom contempla a Loja como representação do Universo, percebe que não está lançado em meio ao caos. "Ordo ab Caos", ordem no caos, é sua divisa e inspiração de que é parte de um projeto maior, de uma ordem mais elevada, parte integrante de uma imensa sinfonia da vida conduzida pelo Grande Geômetra, o Maestro da Criação e Grande Arquiteto do Universo. A sua projeção de vida futura é construída no fato de que o seu corpo nunca morrerá e remanescerá vivo, mesmo depois que seu corpo se desfizer em seus elementos moleculares a vida continua. E não apenas o sopro da vida, que é comum a todos os seres viventes, continua vivo, mas também os princípios da organização vital dos seres viventes da biosfera. É esta consciência de ser parte do Universo, de ser esta a sua casa, é desta sensação de pertencer, de ser parte do todo que desperta no maçom o mais respeitoso e profundo sentido para a vida.

Quando na Maçonaria a Bíblia Judaico-cristã é utilizada na construção de parábolas e alegorias, na representação de pensamentos e ideias de forma figurada, os textos são utilizados apenas como referência para a criação de estórias. As alegorias copiadas e depois adaptadas são pura ficção! Verossimilhança que serve apenas de suporte para a criação de parábolas que auxiliam na educação natural; esta utilização é deixada bem clara para todos; é a educação da Maçonaria voltada para a liberdade; educação natural criada por Rousseau (1712-1778) e complementada por Kant (1724-1804). Por outro lado, a mesma Bíblia é utilizada nas atividades litúrgicas das lojas formadas por irmãos de religiões cristãs como Livro da Lei, a mais alta e sagrada representação do grupo, sobre a qual se fazem juramentos e promessas, e da qual se extraem pensamentos e sabedoria; o maçom cristão é constantemente instigado a usá-la como fonte de inspiração no trabalho na pedra; na absoluta maioria dos ritos, nenhuma sessão maçônica inicia sem que um trecho da mesma seja lido no momento mais solene de abertura ritualística dos trabalhos.

A liturgia e instrução maçônica constam de alegorias definidas em todos os aspectos como invenções, historinhas, fantasias, de uso puramente pedagógico e com o único objetivo de construir novas idéias pelos eternos ciclos de construção do pensamento. Estes ciclos, que Hegel (1770-1893) definiu como Contradição Dialética, constituída de: Tese, Antítese e Síntese, é base do desenvolvimento de todo o conhecimento humano: Tese é a afirmação; Antítese a negação ou complementação da Tese; Síntese a superação da contradição; é quando surge uma nova e inusitada idéia, diferente da primeira e da segunda. Então se inicia um novo ciclo de Tese, Antítese e Síntese. E o processo não tem fim. É o que ocorre nos debates da Maçonaria aonde, através da educação natural, se constroem templos, templos vivos e livres.

Estes são alguns dos aspectos do movimento Iluminista que influenciaram a Maçonaria quando de sua fundação como instituição especulativa. Mesmo bebendo de inúmeras outras fontes de inspiração simbólica e alegórica foi esta a origem de que a Ordem Maçônica se utilizou para promover a volta do homem natural perdido desde Atenas, Grécia antiga, reportado por Platão em "A República". Na Maçonaria o homem moderno tem a oportunidade de recuperar o que perdeu em virtude do desmonte da escola hodierna, colocar os pés no chão, trabalhar um templo vivo, dentro de um templo material, edificado pela Maçonaria praticamente só para a sublime finalidade do homem se auto-construir. Mas é dentro do grande templo da sociedade, um templo vivo feito por homens naturais que cada artífice trabalha na pedra, e com a sabedoria da razão, a força da vontade, ele constrói a sua beleza interior para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo!

Bibliografia:
1. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, História da Educação e da Pedagogia, Geral e Brasil, ISBN 85-16-05020-3, terceira edição, Editora Moderna Ltda., 384 páginas, São Paulo, 2006;
2. CAPRA, Fritjof, A Teia da Vida, Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos, título original: The Web of Life, a New Scientific Understandding Ofliving Systems, tradução: Newton Roberval Eichemberg, ISBN 85-316-0556-3, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 256 páginas, São Paulo, 1996;
3. CAPRA, Fritjof, As Conexões Ocultas, Ciência para a Vida Sustentável, título original: The Hidden Connections, tradução: Marcelo Brandão Cipolla, 13ª edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 296 páginas, São Paulo, 2002;
4. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret, 140 páginas, São Paulo, 2007.

Biografias:
1. Adam Smith, economista, filósofo e político de nacionalidade escocesa. Nasceu em Kirkcaldy, Escócia em 5 de junho de 1723. Faleceu em Edimburgo, em 17 de junho de 1790, com 67 anos de idade. Considerado o fundador da economia liberal clássica;
2. François Quesnay, economista de nacionalidade francesa. Nasceu em 4 de junho de 1694. Faleceu, em 1774, com 79 anos de idade;
3. Fritjof Capra, autor, físico e teórico de sistemas. Nasceu em 1 de fevereiro de 1939, com 69 anos de idade;
4. Hegel ou Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo de nacionalidade alemã. Nasceu em Stuttgart em 27 de agosto de 1770. Faleceu em Berlim, em 14 de novembro de 1831, com 61 anos de idade. Um dos criadores do idealismo;
5. Humberto Rohden, autor e professor de nacionalidade brasileira. Autor de: O Processo de Sindicância;
6. James Watt, engenheiro e inventor de nacionalidade escocesa. Também conhecido por Jacobo Watt. Nasceu em Greenock, Escócia em 19 de janeiro de 1736. Faleceu em Heathfield, Inglaterra, em 25 de agosto de 1819, com 83 anos de idade. Inventor do primeiro motor a vapor;
7. Kant ou Immanuel Kant, conferencista, filósofo, maçom, professor e teólogo de nacionalidade alemã. Nasceu em Königsberg em 22 de abril de 1724. Faleceu em Königsberg, em 12 de fevereiro de 1804, com 79 anos de idade. Geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes;
8. Maria Lúcia de Arruda Aranha, autora e professora de nacionalidade brasileira. Licenciada em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;
9. Platão ou Platão de Atenas, filósofo grego. Também conhecido por Aristócles Platão de Atenas. Nasceu em Atenas em 428 a. C. Faleceu em Atenas, em 347 a. C. Considerado um dos mais importantes filósofos de todos os tempos;
10. Rousseau ou Jean-Jacques Rousseau, ensaísta, escritor, filósofo, pedagogo e sociólogo de nacionalidade francesa. Nasceu em Genebra, Suíça em 28 de junho de 1712. Faleceu, em 2 de julho de 1778, com 65 anos de idade. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo.
Postado por Charles Evaldo Boller às 13:30 

Charles Evaldo Boller Curitiba, Paraná, Brazil
Um maçom em permanente construção.